Finalmente conheci a Tucana Jam, evento mensal organizado pela Júlia e pela Beta, que assinam a produtora que batiza a noite. Nesta quinta-feira elas trouxeram o tradicional Baile Bão Demais, festa para dançar organizada pelo músico mineiro Bento Sarto, numa noite que recebeu a banda Orfeu Menino em ponto de bala. O evento acontece no Espaço Opalina, uma pequena portinha na rua João Moura que não dá ideia da produção organizada lá dentro, um espaço com vários ambientes, um palco num estúdio transformado em uma festa com telão e um público jovem bem animado. Como o clima da festa era pra dançar, os músicos improvisaram sobre temas clássicos de Rita Lee, Elis Regina, Marina Lima e Tim Maia, entre outros, trocando de instrumentos e recebendo convidados esponteneamente (até a Júlia tocou baixo!). Depois do show começou a jam que batiza o evento, aberta a quem quiser entrar na festa, mas não pude ficar mais tempo porque tinha uma segunda programação ainda naquele dia… Mas devo voltar para próximas edições.
Quinta foi dia de dar um pulo no Jazz Factory para ver duas atrações em ascensão na cena paulistana – e as duas atrações mostraram sua versão mais jazz à brasileira. A sensacional Orfeu Menino aos poucos vem mostrando suas músicas novas, mas ainda divide seu repertório com músicas alheias, temperando Marina Lima (“Fullgás”) com Orlandivo (“Tudo Joia”) – e o quinteto tira onda naturalmente, com uma suingueira pesada conduzida pelo carisma inescapável de sua vocalista, Luiza Villa. Cada vez melhor. Depois foi a vez de Ana Spalter assumir a noite com suas músicas autorais, acompanhada de um quarteto da pesada (Johnny Accetta esmerilhando na guitarra, Michael O’Brien nos teclados, Pedro Petrucci no baixo e Léo de Braga na bateria), e mostrando uma groovezeira bem diferente do som introspectivo que faz quando toca só ao piano, que ainda contou com a participação do vocalista dos Fonsecas, Felipe Távora (que também toca com Ana), que dividiu os vocais quando ela apontou o microfone para a plateia. Foi bonito.
A apresentação que o grupo Orfeu Menino fez nessa terça-feira no Centro da Terra, flagrou-os começando a tatear o próprio repertório enquanto deixa o passado de versões pra trás, sem deixar as referências de jazz brasileiro de lado. O grupo começou com uma música da vocalista Luiza Villa, passou por interlúdios bolados pelo jovem maestro Pedro Abujamra, uma canção do baixista João Pedro Ferrari e inspirados solos tanto de Pedro, quanto do guitarrista Tomé Antunes e do baterista Tommy Coelho. No percurso, passaram por “Estrada do Sol” (Tom Jobim e Dolores Duran) e “Beijo Partido” (Toninho Horta), antes de mexer em uma versão mais jazz da primeira composição desta nova leva, “Pega Mal”. Tá ficando bonito…
O novíssimo quinteto formado por Luíza Villa (vocais), Pedro Abujamra (teclado), Tomé Antunes (guitarra), João Chão (baixo elétrico) e Tommy Coelho (bateria) está começando a desenvolver sua fase autoral e começa a mostrar suas primeiras canções no espetáculo Orfeutanásia – Presságios da Metamorfose, quando mesclam suas influências de folk, jazz e música brasileira ao mesmo tempo em que exploram essas referências para além das versões que já estavam em seu repertório. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente nesse link.
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Março chegando ao fim, é hora de anunciar as atrações de música do Centro da Terra em abril. Como o mês tem cinco segundas-feiras, começamos no dia primeiro com uma segunda sem temporada, deixando a abertura do mês para a primeira apresentação solo do baiano Felipe Vaqueiro, líder da banda Tangolo Mangos. Sozinho com seu violão, ele recebe convidados como Bruno Fechine e Sophia Chablau para dar início aos trabalhos no espetáculo Dando Nome aos Bois. No dia seguinte, dia 2, é a vez do quinteto de jazz e música brasileira Orfeu Menino começar sua mutação no espetáculo Orfeutanásia – Presságios da Metamorfose, quando misturam músicas alheias e autorais com sua verve de improviso, finalmente incorporada à apresentação. A partir do dia 8, segunda segunda-feira do mês, o trio Rodrigo Campos, Rômulo Fróes e Thiago França misturam trabalhos na temporada 3 na Ribanceira, trazendo convidados e obras diferentes a cada segunda, recebendo velhos conhecidos para apontar para novos rumos. Na segunda terça do mês, dia 9, é a vez do grupo Música de Selvagem apresentar-se mais uma vez no Centro da Terra, abrindo o processo ao redor do disco que criaram durante a pandemia pela primeira vez, reunindo-se ao trompetista Rômulo Alexis e à vocalista Inês Terra. No dia 16, quem sobe no palco central do Sumaré é a querida Juliana Perdigão, em que convida Chicão, Boi, Barulhista e Filipe Franco para um jogo de perguntas sem respostas chamado Fraga? Quem vem dia 23 é o gaúcho Pedro Pastoriz, que encerra o ciclo de seu disco mais recente, Pingue-Pongue com o Abismo, no espetáculo Replay, em que recebe vários convidados, que participaram do disco ou não. E fechamos o mês com a cearense Soledad apresentando o espetáculo Desterros, em que disseca as canções do grupo conhecido como Pessoal do Ceará, um dos grandes segredos da nossa música popular. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda neste link.
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Foi demais o primeiro show oficial da banda Orfeu Menino nesse ano dentro da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que nesta quarta aconteceu no Redoma. A banda está afiadíssima e é impressionante o domínio que a vocalista Luiza Villa tem do palco, em sintonia finíssima com os outros quatro músicos da banda, o virtuosismo de Tommy Coelho na bateria, a guitarra discreta e precisa de Tomé Antunes, o teclado irrepreensível do maestro Pedro Abujamra e o baixo denso e suntuoso de João Chão. Parte do repertório ainda é composto por versões, o que já mostra a amplitude de alcance do quinteto, indo de “Nossa História de Amor” do Tim Maia a “Jorge Maravilha” do Chico Buarque, passando por “Dentro de Você” de Marcos Valle e Leon Ware, “Banho de Espuma” da Rita Lee, a versão de Annie Ross pro standard “Twisted”, “Cara Cara” e “Pessoa Nefasta” do Gilberto Gil, “Nua Ideia” de João Donato, além de uma versão de “Bala com Bala” do João Bosco que não tava no roteiro. Entre esses clássicos, eles ainda mostraram suas duas primeiras músicas, “Pega Mal” e “O Amor é Fogo”. Depois o DJ Benni seguiu a noite esmerilhando pérolas ousadas de diferentes frentes musicais. É, a brincadeira está só começando…
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No ano passado, Luiza Villa, Pedro Abujamra, Tomé Antunes, João Chão e Tommy Coelho celebraram a obra de Joni Mitchell no espetáculo Both Sides Now, puxado pela vocalista que sugeriu a homenagem, e agora os cinco voltam a focar no trabalho de sua banda, Orfeu Menino, que mostra sua nova fase em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta, idealizada pelo jornalista Alexandre Matias. Inspirados pela bossa nova e pelo jazz brasileiro dos anos 60 e 70, eles também têm influência de samba, MPB, jazz e folk norte-americano e começam a mostrar suas primeiras músicas autorais. O grupo faz dançar sem perder a complexidade do jazz e da música brasileira e depois de tocar em festas e pequenos clubes de São Paulo, começam esta nova fase reunindo suas próprias composições reunindo um repertório já estabelecido, que vai de Tom Jobim a Rita Lee, passando por João Bosco e George Benson. A apresentação acontece nesta quarta-feira, no Clube Redoma (Rua Treze de Maio, 825, Bixiga), a partir das 21h, e a noite terá discotecagem do DJ Benni. Os ingressos podem ser comprados neste link.