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Problemas no Gardenal deixaram meu publicador desatualizado ontem (ao menos o Sujo não saiu do ar…), mas eis-me aqui de nuevo. Dessa vez, linkando pra meu blog dentro da Bizz, que vai ser republicado aqui, sempre. Ou seja, lá a versão light. Aqui, com aquela gordura que faz a picanha ficar melhor… O nome dele é “Barra Limpa” (em homenagem à canção homônima de Oscar Brown Jr. e Luiz Henrique), tratem dele bem, como vocês fazem comigo.
Eu nasci em Brasília, 1975, descobri o rock dos anos 60 junto com o punk ao mesmo tempo em que o rock brasileiro dos anos 80 acontecia. Meus pais – cearenses – me deram MPB na mamadeira, mas o primeiro disco que eu tive foi o Thriller do Michael Jackson e o primeiro que eu comprei foi a coletânea New Wave Mamão com Açúcar, da Som Livre. Acompanhei o nascimento da terceira geração do rock de Brasília (Raimundos, Little Quail, Oz, Low Dream) na mesma época em que fui fazer Sociais na Unicamp, quando assisti aos dois Juntatribos e comecei a trabalhar em jornal. Hoje tenho um site (que era uma coluna) que me acompanha há uns dez anos (o Trabalho Sujo), um podcast com cara de rádio (o Vida Fodona), trabalho no projeto college da Trama (o Trama Universitário) e colaboro em outros veículos. Enfim, tudo que você vai ler daqui pra frente é um conseqüência deste filtro que sou eu: dos tópicos escolhidos à trilha sonora, do sentimentalismo barato ao palavrório desembestado, do cabecismo desnecessário aos erros de português. A idéia é pelo menos um post por dia e quero ver se consigo manter uma espécie de “agenda” pra eles – cada dia da semana serve pra alguma coisa, afinal de contas.
E quinta é dia de mashup – então segura essa pérola do Legion of Doom, que colide as duas músicas mais legais deste ano (tudo bem, “Smiley Faces” é ainda melhor, mas “Crazy” é emblemática): “Crazy as She Goes”.
The Legion of Doom é uma dupla de produtores ingleses (Trever Keith e Chad Blinmann) que tá no ramo há mais de uma década mas que começou a trabalhar sob este nome, em homenagem ao famoso clã hacker dos anos 80, e, além de mashups, também fazem músicas próprias (como nas trilhas de seqüências das grifes neogóticas Undeworld e Jogos Mortais). Mas essa fusão proposta entre Gnarls Barkley e Raconteurs talvez seja o melhor retrato do excelente pop que vem sendo produzido atualmente: de um lado um DJ (ex-Grey Album) e um MC (ex-Goodie Mob) recriando o século 20 em sinfonias perfeitas de groove e soul conciso, do outro um sobrevivente da avalanche de bandas novorroque aperfeiçoando a tal songcraftmanship com glamour igualmente setentista e oitentista e no meio, dois nerds de computador colidindo duas canções opostas numa obra instantânea e genial, pra pista de dança, pro rádio do carro ou pro fone de ouvido, seja no iPod ou no WinAmp subversivo no trabalho. E melhor, de graça. Online. Na hora. Num clique. Aqui.
Juro que das próximas vezes tento falar menos. Mas não acredite nas minhas juras…