Banco Imobiliário, versão OccupyWallStreet

Cortesia no designer WilliamBanzai7:

Fico pensando como esse movimento dos Occupy misturado com a bolha na indústria imobiliária que funcionou como gatilho para toda essa crise global podem influenciar os rumos do filme que Ridley Scott irá fazer sobre o jogo Banco Imobiliário… É quase uma versão (ainda mais) caricata do Wall Street 2 que o Oliver Stone lançou ano passado sem a menor repercussão…

OccupyWallStreet: Isso só começou!

Vi essa foto aqui.

OccupyWallStreet? OccupyPolland!

É o que diz o Hipster Hitler!

Douglas Rushkoff sobre o OcuppyWallStreet

O Ariel linkou e traduziu a análise que o pensador de mídia fez sobre o movimento nova-iorquino que está se espalhando pelo mundo:

Mas Occupy é tudo menos um movimento de protesto. É o que tem dificultado às agências de notícias expressar ou mesmo discernir a “demanda” crescente de legiões de participantes do Occupy pelo país, ou até pelo mundo. Como acontece com todo mundo no planeta, os ocupantes podem querer que muitas coisas aconteçam e que outras coisas parem de acontecer, mas a ocupação não é sobre exigências. Eles não querem nada de você, e não há nada que você possa fazer para detê-los. Isto é o que faz Occupy tão estranho e promissor. Não é um protesto, mas um protótipo de um novo estilo de vida.

Mas não me levem a mal. Os ocupantes não propõem que vivamos todos na calçada e durmindo sob abrigos precários. De qualquer forma, a maioria de nós não teria a coragem, vigor ou força moral pra dar um duro tanto quanto esses caras estão dando. (Sim, eles estão dando um duro maior do que qualquer mineiro ou agricultor pudessem entender.) Os acampamentos de sobrevivência urbanos que eles estão montando pelo mundo na realidade são mais como congressos, ou pequenas zonas de experimentação de ideias e comportamentos, que talvez mais tarde implementaremos em nossas comunidades, e do nosso jeito.

Os ocupantes estão forjando uma robusta micro-sociedade de grupos de trabalho, cada um descobrindo novos pontos de vista – ou revivendo alguns antigos – para os problemas vigentes. Por exemplo a Assembleia Geral, uma maneira flexível de discussão em grupo e construção de um consenso. Mas, ao contrário das regras parlamentares que promovem o debate, a diferença e a decisão, a Assembleia Geral dá vida a novos elementos. A coisa toda é orquestrada pelos simples gestos das mãos. Os tópicos são priorizados por importância, e todo mundo tem a oportunidade de falar. Até depois dos votos as exceções e objeções são incorporados como emendas.

A íntegra em inglês tá aqui e a tradução do Ariel tá ali.

Lucas Mendes no OccupyWallStreet


Cheguei, vi, ocupei e perdi. Nunca foi tão fácil. Não é uma pândega, nem uma revolução. Não sei ainda qual é a do movimento “Occupy Wall Street”, mas é mais organizado e limpo do que algumas empresas em que trabalhei. Um colégio militar sem sargentos, capitães nem generais.

Uma turista que entrou na praça comigo achou que parecia um parque de diversões. Não parece.

E esse é só o começo do relato dele, que continua no site da BBC.

Eu Não Vou me Mover – I’m Not Moving legendado

Lembram do documentário sobre o OccupyWallStreet que contrapunha imagens da polícia agredindo os manifestantes nova-iorquinos com discursos do Obama e da Hillary pedindo voz para quem fala contra o governo? Olha ele aí legendado:

OccupyWallStreet, por Jonathan Demme

O diretor de O Silêncio dos Inocentes e Stop Making Sense passou pelo Zuccotti Park e registrou o que viu:

E disse que seu curta é “um infomercial para o OccupyWallStreet, uma resposta dos cidadãos a algo importante. Não tenho agenda, mas sou entusiasta e apoio isso de forma tão passional, que essa é a minha forma de contribuir“. Via Flavorwire, dica do Ramon.

OccupyWallStreet, por Elio Gaspari

Falando nisso, o Elio Gaspari escreveu sobre os Occupy:

A patuleia do parque é o novo personagem da crise. Não tem agenda? Em 1967, numa marcha contra a Guerra do Vietnã, o poeta Allen Guinsberg propôs que as energias dos manifestantes fossem concentradas para fazer levitar o prédio do Pentágono. O Pentágono não levitou, mas o presidente Lyndon Johnson desistiu de concorrer à reeleição. Em 1989, os tchecos manifestavam-se chacoalhando chaveiros.

Nem os doidos do parque acham que o companheiro Obama desistirá da reeleição, mas ele parece não ter entendido o ronco da rua.

No domingo, inaugurando o monumento a Martin Luther King (outro doido), disse que não se deve satanizar “todos aqueles que trabalham” em Wall Street. Blá-blá-blá, pois ninguém está protestando contra todos os operadores do papelório, mas contra o que a turma do papelório fez à economia mundial, emprestando dinheiro a quem não podia pagar, na certeza de que a parolagem do “risco sistêmico” impediria que fossem à garra. Nos anos 80, salvou-se a ciranda dos sábios da banca quebrando-se a América Latina, inclusive o Brasil.

Agora os Estados Unidos e a Europa estão provando o velho veneno e não gostam dos seus efeitos. À época, a mágica foi praticada por Paul Volcker, o presidente do Banco Central americano.

Em 2008, aos 81 anos, ele assessorava Obama. Não havia por que passar a conta adiante, e ele propunha que se baixasse o chanfalho na banca. A certa altura, tratava-se de deixar que o Citibank quebrasse. Obama vacilou, Volcker foi-se embora, e o resultado está aí. A sabedoria dos sábios tornou-se maluquice e entraram em cena os doidos, como sábios.

A íntegra tá aqui.

OccupyWallStreet e a mídia

O jornalista Keith Boykin aproveita o espaço no Huffington Post para derrubar, um a um, os mitos criados ao redor do OccupyWallStreet. São eles:

Myth #1. The Movement Is Violent.
Myth #2. It’s Just A Bunch Of Pampered Kids.
Myth #3. There Are No Black People Involved.
Myth #4. They’re Anti-American.
Myth #5. They’re Just Modern-Day Hippies.
Myth #6. They Don’t Know What They Want.
Myth #7. The Labor Unions Are Behind This.
Myth #8. They’re Pro-Obama. They’re Anti-Obama.
Myth #9. They’re In The Wrong Place.
Myth #10. They’re Taking Over Wall Street.

Eles os rebate a todos no HuffPo, veja lá.

Bill Maher sobre OccupyWallStreet: “Acordem! Eles não são hippies!”

…e pra variar, ele humilha os conservadores que, desta vez, reclamam sobre o movimento.