O “X” do FingerFingerrr

, por Alexandre Matias

FingerFingerrr

A dupla paulistana FingerFingerrr está prestes a deixar o status de promessa com seu primeiro álbum, Mar, que será lançado no mês que vem. Produzido pelo Fernando Sanches do Estúdio El Rocha, o disco foi gravado em fita para que o barulho maximalista de Flavio Juliano (que se reveza entre o baixo e a guitarra) e Ricardo Cifas (tecladista e baterista) pudesse preencher todo o espectro sonoro: “O que queríamos desde o começo era gravar o álbum em rolo, que tem uma característica específica de som: é mais quente e tem uma captação de harmônico maior do que gravar de forma digital. Sendo um duo, a gente quer preencher o máximo de espaço auditivo possível”, me explica Flavio. “E também sabíamos que teríamos que gravar tudo ao vivo porque esta fita te dá apenas 30 minutos – exatamente nossa intenção de capturar o momento, o famoso ‘primeiro take’, o que e revela no estúdio um pouco da energia do nosso show. Então reservamos uma semana de estúdio em setembro de 2015 e gravamos. Foi um processo incrível trabalhar lá, nos isolar do mundo pra deixar a criatividade e técnica fluir e focar somente na gravação.”

FingerFingerrr-MAR

O resultado é um disco bilíngue pesado e pulsante (com alguns momentos de leveza) e um ar quase alienígena, principalmente por conta dos timbres e da dinâmica entre os riffs e o ritmo. “Mar tem desde músicas que tocamos há algum tempo, como ‘Quem te Convidou?’ até ‘Embora Agora’ que compusemos no estúdio durante a gravação”, explica Cifas. “Trabalhamos muito na pré-produção e mexemos em todo o nosso material. Todos os ensaios e jams que tínhamos registrado foram ouvidos para fechar as músicas e os arranjos. Mas também queríamos uma música do disco totalmente espontânea e feita na hora.” A música “X”, que a dupla antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo (bem como a capa acima, de Daniela Ometto, que também fez a foto da dupla), é uma boa amostra do que esperar do disco. Ela conta com a participação da cantora Luiza Lian.

O disco foi mixado por Mario Caldato (“quando recebemos a resposta no e-mail elogiando o som e perguntando ‘qual seu orçamento e prazo?’, a gente sabia que a porta tinha sido aberta para trabalhar com um ídolo”, lembra Flavio, sobre o contato com o produtor brasileiro dos Beastie Boys) e sai tanto em CD quanto em todas as plataformas digitais no mês que vem. “Em algum momento sai a fita K7 em edição especial, com tiragem limitada e temos planos de lançar também em vinil”, conta Flavio. “Estamos também fechando a ideia e local do show de lançamento – vai ser em um lugar inédito para esse tipo de coisa. Vai ser um show totalmente novo do que temos feito. Estamos repensando todos os detalhes.”

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