O fim de Lost por Ian Black

, por Alexandre Matias

Lost acabou com um desfecho de dar orgulho à Zibia Gasparetto, mas atendeu às minhas expectativas ao mostrar que ainda era capaz de surpreender. Mas eu não quero entrar nas discussões divertidas e cansativas sobre as diversas interpretações da mitologia. Quero fazer uma breve previsão.

O que sobrou de Lost além do seu legado como fenômeno cultural – retrato de uma geração que tem o desafio de lidar com uma quantidade praticamente inesgotável de informação – são as tais perguntas sem respostas, que ainda podem render um bom caldo através dos GAMES: diversão e informação para o povo, dinheiro e empregos para criadores, roteiristas e desenvolvedores. E parabéns a todos os envolvidos.

Já viram Just Cause 2? Para quem não sabe é um game que tem como ambiente jogável uma micronação asiática. Sim, um PAÍS, com praias, florestas, montanhas geladas, vilas, centro urbano, aeroportos, bases militares, e até uma ilha misteriosa à noroeste que esconde uma ESCOTILHA – Uma homenagem a Lost, mas também um toque do que é possível.

Se no começo da década passada fomos apresentados às possibilidades de interação num mundo concebido por uma obra audiovisual (Enter The Matrix – Matrix Online) o que não seria possível fazer hoje, com a tecnologia disponível, um público mais maduro e uma mitologia com tantas narrativas a serem exploradas?

Lost já ensaiou coisas nesse sentido, como alguns ARGs e o game Lost: Via Domus, mas nada digno de uma comoção extra-nerd que marcou toda a sua existência. Minha aposta é que Lost siga esse caminho. A quantidade de teorias, montagens, bobagens, músicas, vídeos e podasts deixam e deixarão claro essa necessidade / oportunidade.

* Ian Black escreveu este texto pra cá.

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