O fim de Lost por Bruno Knott
Lost sempre foi um dos meus seriados preferidos. Minhas expectativas para o episódio final eram enormes.
Boa notícia: fui correspondido de maneira exemplar. Eu esperava algo excelente, algo digno de todo o seriado e sua reputação. Foi isso o que tive e muito mais.
Não consigo entender a ânsia de boa parte do público em ter todos os mistérios resolvidos. Dêem um tempo, por favor. Que graça teria se tudo fosse explicado por A + B? É tão bom poder bolar teorias próprias e discutir com os outros a respeito delas.
O importante é que os criadores conseguiram juntar as pontas mais relevantes neste season finale. Tenho a convicção de que o plano era esse desde o começo.
SPOILERS à frente.
Então, os flashsideways nada mais eram que o próprio purgatório, o próprio limbo! Por essa eu não esperava, mas devia. Mais uma vez, Damon Lindelof e Carlton Cuse criam algo de impacto e que faz todo o sentido. Como não pensei nisso antes?
O que é Lost se não um seriado que mostra diversos personagens convivendo, brigando, amando, criando amizades profundas e evoluindo (ou não) como seres-humanos? Além disso, há uma ILHA, que na verdade é um personagem, cheia de seus mistérios e com uma mitologia particular.
Por 6 anos acompanhamos essa história brilhante, que nunca deixou de empolgar, seja pela complexidade dos personagens, pelos mistérios intrigantes e pelas mudanças estruturais pela qual a narrativa passou. Que outro seriado nos ofereceu flashbacks, flashforwards e flashsideways?
Flashsideways? Não.
Este final veio nos mostrar a inexorabilidade do tempo. Não importa como, onde ou quando. Todos estamos fadados ao mesmo destino. A morte. E infelizmente, nossos queridos Losties não fogem a esta implacável regra.
Foi extramamente emocionante acompanhar Desmond ajudando os outros a se lembrarem de suas vidas antes da morte. Cada uma destas cenas é carregada de muito sentimento, nos fazendo pensar durante alguns segundos sobre tudo o que vimos durante esses 6 anos.
O diálogo entre Jack e o pai se revela como um dos melhores momentos de todo o Lost.
Assim como a cena final.
Caramba.
Havia melhor maneira de fechar o arco?
Jack, cambaleando, deita-se na floresta para morrer. Vincent aparece e permance ao seu lado. Seus olhos se fecham.
Uma rima absurdamente inteligente e comovente. Impossível não sentir alguns calafrios com isso tudo.
Alguém esperava mais?
Nota 10.
* Bruno publicou este texto em seu blog.
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