O batismo de fogo de Victoria dos Santos

, por Alexandre Matias


Foto: José de Holanda (divulgação)

“É minha música de batismo”, a percussionista Victoria dos Santos não cabe em si de felicidade ao lançar seu primeiro trabalho solo. Depois de tocar com um monte de gente, de Mateus Aleluia a Linn da Quebrada, passando por Ava Rocha, Jards Macalé, Drik Barbosa, Lenna Bahule, Curumin, Rodrigo Campos e Aláfia, ela finalmente coloca em prática sua própria carreira, lançando o single “Ave de Rapina”, que oficialmente sai nesta sexta, em primeira mão no Trabalho Sujo.

Assista abaixo:

“Compus ‘Ave de Rapina’ com 18 anos, dez anos atrás, quando comecei a me aprofundar nos estudos do tambor e da minha ancestralidade, o que foi muito maravilhoso”, ela me explica. “Li um Oriki de Oyó, recolhido por Pierre Verger e publicado em seu livro Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns, de 1957, que ele falava rapidamente que ‘yanun-yanun bi igún’, que é o ato de abrir o bico, tem a ver com ‘Ave de Rapina’ e eu estava escutando uma música do Ali Farka-Touré, que eu gosto muito, aí veio essa cantiga na minha cabeça.”

O clipe foi gravado na feira de rua do bairro da Barra Funda, em São Paulo, onde Victoria, filha de atores, nasceu e foi criada. “Hoje, com esses dez anos de estrada, lançá-la é abrir um grande portal, ainda mais lançando-a hoje, dia 2 de dezembro, que é o dia do samba, com essa lua nova, e antes do dia de Santa Bárbara, que é dia 4 de dezembro”. Ela começa a mostrar seu novo trabalho ao vivo nesta sexta, no Galpão Cru (mais informações aqui), quando divide o palco com Saulo Duarte e Maurício Tagliari. A noite ainda terá uma apresentação de Rodrigo Campos com Laura Lavieri.

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