O 2016 de Rico Dalasam

, por Alexandre Matias

ricodalasam

Uma das principais revelações da música brasileira no ano passado, o rapper Rico Dalasam aos poucos prepara o bote para pegar 2016 de jeito. “Sem dúvida, 2015 foi um ano muito bom e importante para mim: recebi elogios do Gilberto Gil, abri o show do Criolo no Circo Voador, me apresentei no Royal Vauxhall Tavern em Londres, e ainda fui citado pela Vogue NY como uma referência de moda. Além de ter ficado feliz com essa repercussão, vejo o trabalho com o EP Modo Diverso completando o seu ciclo e o início de uma nova etapa. Foi um momento importante e agora estou com o foco nos próximos passos”, me explicou em entrevista por email.

E sua primeira novidade de 2016 é algo que tanto fecha o ciclo do ano passado quanto acena para o novo estágio: um remix para a excelente “Riquíssima“, feito pelo Mahal Pita, do BaianaSystem, que você ouve em primeira mão no Trabalho Sujo.

Mahal Pita é um dos produtores do primeiro álbum de Rico, que já está sendo gravado e que deve sair entre maio e junho deste ano.

A atenção ao redor de Rico foi para além de seu inegável talento, muito pelo fato de ele ter sido um dos primeiros rappers brasileiros – talvez o primeiro? – a assumir sua homossexualidade, tema que aos poucos deixa de ser tabu no meio do hip hop. Mas ele não teme cair num estereótipo: “O rótulo ajudou sim, mas sempre calculei que ele teria uma vida útil e duraria durante uma fase da carreira. Hoje, vivo essa curva onde a música equilibra com o comportamento. Assim, o estereótipo vai perdendo força.”

Ele é otimista em relação à atual cena rapper paulistana: “Vejo alguns artistas numa busca de estar em dia com o amanhã. Acho isso positivo, somos maiores quando prezamos pelo cantar para o máximo de pessoas, sem criar música com a presunção de que ela vai atingir o perímetro das nossas intenções.” O rumo do próximo disco ainda está em aberto, mas será que dá pra ter alguma previsão do que vem por aí a partir do que Rico tem ouvido? “Tenho escutado Punjabi e música indiana, que eu me identifico demais. Também ouço várias nuances do forró, arrocha, baião, xote e os de sempre, como como Mary J. Blige e Djavan…”

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