Não entendi quase nada desse vídeo, não acompanho essa novela (só a gritaria), mas só a sugestão que o Tatu faz pra música de abertura da novela (fora as dezenas “VAITOMARNOCUPUTAQUEOPARIUCALABOCAPORRAVAITOMARNOCU” ditos no melhor espírito do cinema brasileiro dos anos 70) já vale o vídeo.
Vi no Pattoli – que é o anfitrião da Noite Trabalho Sujo dessa sexta, hein!
TV sem rodeios. Curto assim.
Saca só: www.avenidabrasil.com.br
A última novela que assisti foi Kubanakán, mas essa trollada do Sílvio Santos foi foda…
No horário das 19h, estreou nesta semana “Cheia de Charme”, cuja vilã principal, vivida por Cláudia Abreu, é Chayene, uma estrela nordestina de forró pop, na linha das cantoras dos grupos Aviões do Forró e Calcinha Preta.
Nesta, o tema de abertura é “Ex Mai Love”, cantado pela diva tecnobrega paraense Gaby Amarantos. A trilha tem samba romântico de Alcione, pós-axé de Ivete Sangalo, brega antigo de Márcio Greyck (em nova versão) e indie MPB paulistana na voz de Tulipa Ruiz. Ricardo Tozzi interpreta o cantor sertanejo Fabian, obviamente decalcado em Luan Santana. As três protagonistas, de ineditismo surpreendente, são empregadas domésticas em guerra com a tirania das patroas.
Não há um quico de novidade no fato de as trilhas das novelas em cartaz na Globo serem superpopulares, ultracomerciais. Mas, como sabe todo mundo que, nas últimas semanas, observou o pesado investimento atual da emissora na chamada nova classe média, algo muito novo parece estar acontecendo no ambiente musical das telenovelas (ou telelágrimas, como rezava um antigo clichê) globais.
“O que mais me surpreendeu foi a escolha de ‘Ex Mai Love’ pra ser a abertura da novela. A Globo apostar tanto numa artista nova e num compositor novo (o também paraense Veloso Dias) me deixou cheia de orgulho”, afirma Gaby Amarantos. “É bem nítida essa feliz tentativa de atingir essa classe C que ascendeu, e já estava mais que na hora do povão ser retratado. Sou a rainha da nova classe média com muito orgulho, são eles que realmente fazem a economia do país girar, e me sinto feliz em representar e ser representada.”
Há décadas, a circulação de música entre a indústria fonográfica e a maior rede de TV do país é controlada com mão de ferro pelo misterioso Mariozinho Rocha, ex-músico egresso de um núcleo de canção de protesto dos anos 1960, o Grupo Manifesto. Ele, que jamais aparece ou concede entrevistas, assina a coordenação das trilhas de “Avenida Brasil” e “Cheias de Charme”. Mas isso não quer dizer que sejam iguais ao (nem sequer parecidas com o) reinado de intermináveis repetecos de standards de velhas bossas novas de Copacabana e antigas MPBs de Ipanema recicladas também há décadas pela usina musical-comercial de Mariozinho.
Mas, nos créditos finais de “Cheias de Charme”, aparece (com a função de “consultor musical”) o nome do antropólogo Hermano Vianna, também ideólogo do programa dominical “Esquenta”, de Regina Casé. Com ele, chega ao olimpo das novelas o ideário de valorização dos movimentos musicais realmente populares de fora do eixo Rio-São Paulo – a compreensão de um Brasil por inteiro, liberto o máxino possível das tiranias das patroas paulistocariocas.
“Participei de conversas sobre a definição do estilo musical de personagens, dei algumas sugestões para a trilha”, explica Hermano, em breve conversa por e-mail. “Mas é um trabalho coletivo. Todo mundo participa: diretores, autores, diretor musical, Mariozinho Rocha, atores e atrizes, produtores, pessoal da cenografia, do figurino etc. Nunca tinha trabalhado numa novela, não sabia que o processo era tao coletivo. No final, ninguém sabe mais nem quem primeiro sugeriu quem.”
Não está dito em lugar algum, mas a guinada que se ouve hoje no plim-plim significa mais uma pá de terra por sobre as ruínas da velha indústia fonográfica – apenas a gravadora da própria Globo, a Som Livre, mantém importäncia nessa nova configuração, embora menos como criadora de sucessos que como mera distribuidora de trabalhos já consolidados de nomes como Teló, Gaby e João Lucas & Marcelo. O atual momento explica por que sumiu do mapa, já faz tempo, o apelido tipo greco-romano Vênus Platinada, com o qual a Globo amava se autoclassificar.
Sim, essa novela, Transas e Caretas, tem quase 30 anos – e você tá velho mesmo, se lembra dela…
Bom ponto levantado pelo Forastieri:
A única diferença gritante desta novela para as da minha infância: as protagonistas estão na casa dos cinquenta e tantos. Têm filhos adultos, neto. Impensável em outras épocas. Obrigatório em 2011. Por quê? Porque hoje só coroa assiste novela.
Os jovens estão na internet, nos games, nas redes sociais, no celular. Hoje, menos de um terço dos televisores brasileiros estão ligados, no horário nobre. Temos mais o que fazer, e quando mais jovem, mais multitarefas. Jovem não tem saco para ouvir uma música até o fim, imagine suportar oito meses uma novela.
Fui conferir a lista completa de personagens da novela. Renata Sorrah, Angela Vieira, Arlete Salles – é realmente elenco de novela dos anos 70, time de estrelas de cinquentonas para cima. Os galãs todos mais novos, que surpresa… Na rabeira do elenco, uma multidão de jovenzitos estilo Malhação, rapazes bombadinhos, garotas fitness, em papéis secundários pra baixo.
Continua lá.
Você lembra dessa menina insuportável na TV há dez anos, não? Olha onde ela foi parar…
O tempo passa…
Sério, vocês não têm idéia do que eram os anos 80.
Flashback do Camilo.
O site Incentivador é semelhante ao Kickstarter gringo: o sujeito lança um projeto, diz o valor, estabelece um prazo e começa a divulgar para ver se consegue gente suficiente para bancar sua idéia original. Acima, Alan Sieber poderia estar roubando, mas vem pedir dinheiro para realizar o curta de animação Mar de Paixão, que o reúne com os dois maiores nomes do humor brasileiro atual, André Dahmer e o meu sócio Arnaldo Branco. Quem tá disposto a ser micromecenas?