A tradição indie mais sólida de virada do ano aconteceu maravilhosamente mais uma vez em Nova York, quando o Yo La Tengo reuniu-se a amigos, ídolos e fãs para a celebração do Hanukkah em oito shows consecutivos no Bowery Ballroom, onde se reúnem desde 2017, para comemorar a data festiva em shows épicos que mudam todas as noites. Não foi diferente na virada deste ano, quando, a partir do dia 25 de dezembro, passaram a elencar camaradas em shows de mais de uma hora em que o grupo tocou suas próprias músicas, além de passar por clássicos do indie rock. Este ano, a primeira noite abriu com a já tradicional versão para “Rock and Roll All Nite” do Kiss (em que subvertem o refrão para “Rock and roll eight nights and party a week and a day) para receber Mac McCaughan do Superchunk no bis em versões para músicas dos Ramones, Angry Samoans, Circle Jerks, Fugs e o próprio Superchunk (o hino “Slack Motherfucker”). Na noite 2 o grupo recebeu o humorista Fred Arminsen, que tocou bateria num bis que teve músicas do Black Flag, Velvet Underground e Flo & Eddie. No dia 27, o tecladista do Wilco, Pat Sansone, juntou-se ao grupo por todo o show, que ainda teve um bis dedicado aos Modern Lovers, com a presença do baixista da banda, Ernie Brooks. No dia 28 foi a vez de reunir os Soft Boys de Robyn Hitchcock para um bis dedicado à banda (e versões de Beatles e Velvet). O dia 5 contou com Steve Shelley do Sonic Youth na bateria (e MJ Lenderman, que abriu a noite, tocando uma versão de Dylan), e integrantes do NRBQ para um bis dedicado ao grupo. No dia 30 se dedicaram a músicas menos tocadas de seu repertório e Mark Ribot e Alan Litch como convidados. Na véspera do ano novo foi a vez de convidar a Sun Ra Arkestra para uma celebração indie free jazz encerrando a festa no primeiro dia de 2025 com Kimberley Rew, autor do hit “Walking on Sunshine”, e a mãe do guitarrista Ira Kaplan, Marilyn, cantando “My Little Corner of the World”. Uma celebração e tanto que garante que 2025 começou bem! Veja alguns vídeos abaixo:
É oficial: a esquina anônima de Nova York que estampa a capa de um dos discos mais clássicos da história – não apenas do rap – agora leva o nome do trio que a colocou no mapa. O cruzamento das ruas Ludlow e Rivington, no Low East Side nova-iorquino, está na capa do segundo disco dos Beastie Boys, o revolucionário Paul’s Boutique, e foi palco neste sábado para a celebração que viu a transformação do endereço oficialmente em Beastie Boys Square – a praça dos Beastie Boys. É a conclusão de um processo inicial após a morte de um de seus fundadores, o rapper Adam “MCA” Yauch, em 2012, quando um fã chamado LeRoy McCarthy resolveu tentar mudar o nome do endereço por vias oficiais. A tramitação burocrática levou todo esse tempo e os dois beastie boys remanescentes, Michael “Mike D” Diamond e Adam “Ad-Rock” Horovitz, estiveram presentes na inauguração. “Agradeço a Nova York por nos ensinar o que ver, o que ouvir, o que vestir, como amar, como viver”, disse Ad-Rock durante o evento, “me deixa muito feliz saber que daqui a uns 50 anos algum moleque vai olhar pra cima e dizer: ‘que porra é um beastie boy? Por que eles têm uma praça?”. A cerimônia foi transmitida pela YouTube do grupo e pode ser assistida abaixo:
Um recurso visual no elevador do novo World Trade Center permite que seus passageiros possam acompanhar a evolução da paisagem urbana de Nova York no último século à medida em que sobem-se seus andares – contando, inclusive, com um breve relance das torres gêmeas do WTC original.
E como fez em Londres há um mês e meio, o Blur foi para Nova York fazer um show pequeno, no Music Hall of Williamsburg, no Brooklyn, na primeira sexta deste mês. Lá, o grupo inglês mostrou basicamente todas as músicas de seu disco deste ano, The Magic Whip, em versão ao vivo, mais alguns brindes (“Beetlebum”, “Trouble in the Message Centre” e “Song 2”, todas no bis) como havia feito na Inglaterra. Compilei os vídeos a seguir:
É uma idéia óbvia e, no caso dela, inevitável: o Museum of Modern Art de Nova York convidou Björk para criar uma exposição sobre sua carreira, que reúne objetos pessoais, memorabilia de clipes, discos e turnês, além de filmes e sons tirados do disco-aplicativo Biophilia e uma peça central chamada Black Lake, descrita como uma “experiência imersiva de filme e música de dez minutos” criada em parceria com o diretor Andrew Thomas Huang e a empresa de 3D Autodesk. O escritor islandês Sjón também foi convocado para dar uma nova dimensão à narrativa da exposição, que ficará em cartaz a partir de março até junho desse ano, além de dar origem ao catálogo Mid-Career Retrospective with New Comissioned Piece for MoMA.
Avisem ao André do MIS!
Sem filmar desde 2004, John Waters preparou uma gracinha pro começo do ano que vem que promete: a Marianne Boesky Gallery em Nova York abrirá uma mostra sobre o trabalho do diretor que trará nada menos que uma versão infantil para o clássico trash Pink Flamingos. Considerado “o filme mais nojento de todos os tempos” (na época, hoje tranquilamente já foi ultrapassado, consciente e inconscientemente), o filme é a jóia na coroa de baixarias do travesti Divine e a nova versão será uma leitura de uma versão limpa do roteiro – sem as referências sexuais e escatológicas do texto -, o que a galeria garante que “deixa mais pervertido que o original”. Inevitavelmente veremos este vídeo online – mas que 2015 promete, isso promete!
A “residência” de Banksy em Nova York no ano passado foi celebrada pelo Webby Awards deste ano, que lhe conferiu o título de “Pessoa do Ano”. Veja abaixo o vídeo que o próprio artista enviou para o evento, recapitulando como foi seu outubro de 2013 – e como as obras expostas naquele mês repercutiram online:
E por falar nos 50 anos da apresentação dos Beatles no programa do Ed Sullivan, os Arctic Monkeys aproveitaram o show que fizeram no Madison Square Garden, em Nova York, no sábado, para relembrar o acontecimento. “Aparentemente, um em cada três americanos assistiram àquela apresentação, então se tivermos sorte, um em cada três americanos poderão assistir a isso no YouTube”, disse Alex Turner, antes de começar uma versão correta para “All My Loving”.
Atualização: o Bracin descolou a íntegra do áudio desse show, o maior show que os Monkeys fizeram nos EUA. Replico abaixo, junto com o setlist:
E até hoje tem quem diga que rap não funciona em show…