Ele sempre se supera: depois do ótimo filme sobre si mesmo no ano passado (O Peso do Talento), em seu próximo filme Nicolas Cage vive ninguém menos que o Conde Drácula. Em Reinfeld, Nicholas Hoult (o ex-menino de About a Boy que depois fez Skins, X-Men, Warm Bodies, Mad Max Fury Road e o recente O Menu) vive o personagem título, que começa o filme discutindo a relação tóxica que tem com seu patrão – até que descobrimos que ele é o capanga do vampiro secular, vivido por Cage com toda a fleuma hiperbólica característica de sua atuação. Pelo trailer, o filme parece ser ótimo, assista abaixo:
Mesmo que você não goste de Nicolas Cage (como assim?), vale muito ver O Peso do Talento (tradução branda para o título original, que deveria ser O Peso Insuportável do Talento Massivo), que acabou de estrear nos cinemas. É um filme sobre a carreira de um dos atores mais singulares do cinema norte-americano que explora todos os clichês relacionados ao ator, que vive ele mesmo lidando com o possível dilema de ter chegado ao fim de sua carreira. Assim, ele topa participar da festa de um bilionário que é seu fã (Pedro Pascal) e que não mede esforços para agradá-lo. O filme estica a corda do ridículo ao extremo e coloca Cage em situações constrangedoras, risíveis e inusitadas -e ele sempre se sai bem. Mas apesar da metalinguagem, não é um filme que pretende-se sério – muito pelo contrário, escancara com gosto as porteiras do cinema de ação mais fuleiro, mas faz isso pra render altas gargalhadas.
Às vésperas do lançamento de seu filme de número setenta e lá vai pedra (O Peso do Talento, em que ele interpreta… ele mesmo!), Nicolas Cage é uma esfinge que desafia o espectador de cinema – e nunca saberemos se ele forçará a barra de forma convincente ou espalhafatosa, sempre andando no limite entre o impressionante e o ridículo. Disposto a transcender os limites do que convencionou-se a rotular de interpretação cinematográfica, o sobrinho de Coppola é o tema do primeiro Cine Ensaio sobre atuação no cinema – e eu e André Graciotti escolhemos este ícone justamente para dissecar este conceito no palco determinado pelos limites da câmera e da tela. Consideramos um dos atores mais desafiadores do cinema norte-americano justamente por ser completamente inusitado e imprevisível – além de nos entregar momentos de êxtase ou constrangimento que rendem cenas memoráveis ou memes ridículos.
Se a perspectiva de um filme do Super-Homem feito por Zack Snyder ainda parece indigesta mesmo ele já tendo provado que não sabe direito lidar com filmes de super-heróis (muita estética vazia, pouco tutano – parecem os quadrinhos da Image nos anos 90), você nem queira cogitar o que poderia ser o filme do alienígena mais famoso da cultura pop caso caísse nas mãos de Tim Burton. Mesmo que muita gente leve em consideração os dois filmes do Batman dirigidos pelo criador de Eduardo Mãos-de-Tesoura (eu os considero pavorosos e frustrantes, em diferentes níveis), Burton poderia descer ainda mais profundamente caso pusesse as mãos num filme sobre o krytponiano.
Esse é o tema do documentário que Jon Schnepp decidiu lançar online, abrindo um filão para filmes sobre filmes – e outras obras de arte – que não saíram do papel. O filme de Burton chegou a estágios que chegaram até a testar um bisonho uniforme prateado num cabeludo Nicolas Cage, num filme que até contou com Kevin Smith entre os roteirista. A premissa de Burton era estranhíssima e além de jogar fora toda a mitologia do super-herói para recriar outra (que incluía até mesmo espécies da fauna de Krypton na Terra, pqp) mantendo “a essência do personagem”, seja lá o que isso quisesse dizer para o diretor. Superman Lives, que estava programado para estrear em 1998, contaria a história da morte do super-herói, sua reencarnação no ventre de Lois Lane e seu crescimento ultrarrápido em três semanas para se tornar o herói que conhecíamos antes de sua morte, mais uma vez. Um WTF tão gigantesco que torna-se tímido quando vemos as imagens que o documentarista desenterrou com Cage vestido como o icônico personagem americano, que colocou em seu trailer.
O filme The Death of “Superman Lives”: What Happened? já está à venda pelo site do diretor, em várias versões com muitos extras
Vi essa imagem no Reddit.
Se você assina Netflix e assistiria um filme do Nicolas Cage apenas pelo fato de ele estar presente no elenco (mesmo que seja O Motoqueiro Fantasma 2 ou o remake de Wicked Man), esse site foi feito para você.
Via Flavorwire.
Do Shiznit.