Russell Brand: O problema são os políticos

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Há um certo tempo o comediante inglês vem tentando sair de um dos cercados do showbusiness para o outro – quer que sua capacidade de fazer as pessoas rir também possa ser usada para fazê-las pensar. Faz isso ainda pela linha do humor, como quando ironizou, em uma premiação da revista GQ inglesa patrocinada pela Hugo Boss no mês passado, o fato do estilo dos nazistas estar ligado ao fato dos uniformes alemães terem sido desenhados pela grife que bancava o evento.

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Agora é a vez da New Statesman dar seu aval ao humorista ao entregar o cargo de editor convidado em uma edição cuja temática era “revolução” ao próprio Brand, que escreveu um longo ensaio sobre a falência do sistema político atual e a necessidade de mudarmos nossa consciência para conseguirmos abandonar paradigmas que estão enraizados em nossa noção de realidade para, aí sim, vermos mudanças de fato que beneficiem a todos. Um trecho:

We are mammals on a planet, who now face a struggle for survival if our species is to avoid expiry. We can’t be led by people who have never struggled, who are a dusty oak-brown echo of a system dreamed up by Whigs and old Dutch racists.

We now must live in reality, inner and outer. Consciousness itself must change. My optimism comes entirely from the knowledge that this total social shift is actually the shared responsibility of six billion individuals who ultimately have the same interests. Self-preservation and the survival of the planet. This is a better idea than the sustenance of an elite. The Indian teacher Yogananda said: “It doesn’t matter if a cave has been in darkness for 10,000 years or half an hour, once you light a match it is illuminated.” Like a tanker way off course due to an imperceptible navigational error at the offset we need only alter our inner longitude.

Capitalism is not real; it is an idea. America is not real; it is an idea that someone had ages ago. Britain, Christianity, Islam, karate, Wednesdays are all just ideas that we choose to believe in and very nice ideas they are, too, when they serve a purpose. These concepts, though, cannot be served to the detriment of actual reality.

The reality is we have a spherical ecosystem, suspended in, as far as we know, infinite space upon which there are billions of carbon-based life forms, of which we presume ourselves to be the most important, and a limited amount of resources.

The only systems we can afford to employ are those that rationally serve the planet first, then all humanity. Not out of some woolly, bullshit tree-hugging piffle but because we live on it, currently without alternatives. This is why I believe we need a unifying and in – clusive spiritual ideology: atheism and materialism atomise us and anchor us to one frequency of consciousness and inhibit necessary co-operation.

In 2013 (another made-up imaginary concept) we cannot afford to giggle, drivel and burp like giant, pube-covered babies about quaint, old-fashioned notions like nation, capitalism and consumerism simply because it’s convenient for the tiny, greedy, myopic sliver of the population that those outmoded ideas serve. I will never vote because, as Billy said, “It encourages them.”

Russell reforçou seu ponto em uma entrevista a Jeremy Paxman, da BBC, que, a princípio, apenas parecia disposto a ridicularizar alguém que se dispunha a uma revolução política sem nunca ter votado em sua vida, mas Russell conseguiu tomar a palavra e a atenção do entrevistador, podendo falar o que realmente queria:

A transcrição da entrevista (em inglês) segue abaixo. Se alguém quiser traduzi-la (tanto a entrevista quanto o artigo da New Statesman) basta colar aí nos comentários que eu subo de volta no post.