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Negro Leo e o Desejo de Lacrar

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Depois de mais de três anos maturando um disco que começou a surgir em 2013, Negro Leo finalmente dá a luz a seu Desejo de Lacrar, uma tese musical em movimento sobre a necessidade de se afirmar online e como isso se reflete na noção de identidade nos dias de hoje. O disco foi produzido pelo baterista Serginho Machado, que também toca na banda e que ainda conta com Chicão Montorfano nos teclados, Fábio Sá no baixo e o próprio Leo no violão, voz e assovios. O disco chega às plataformas digitais na virada da quinta para a sexta e Leo vai puxar uma sessão coletiva de Zoom para apresentar o disco em primeira mão a partir das 22h da quinta (o link para a audição é esse). Ele também antecipou o faixa a faixa do disco em primeira mão para o Trabalho Sujo.

“The Big One”
“Lacrar é agir de forma insolente e revoltada. Lacrar é não obstar limite entre si e o direito. É direito q se adquire no ato. Lacrar é encerrar assunto. Vencer, se não de fato, virtualmente de direito. Lacrar, na verdade, é o q nos resta. O lacre, no limite, como resultado do choque entre a comunicação em rede e o reconhecimento da impossibilidade de justiça. Época de parricídio. Inevitável q essa transformação sangre e exiba vitalidade. ‘Nem um terráqueo q trepa fode surdo à vontade de deus’? Será o nascimento de uma nova política?”

“Tudo Foi Feito Pra Gnt Lacrar”
“Foi a primeira música do disco a surgir. Eu tava pensando numa maneira de unir a instrumentalização de 2013 pela direita com o logos lacrador. Já havia ali um investimento na captura do discurso e da representação do lacre q acabou resultando numa mudança de mentalidade mais abrangente, q veio a dar no golpe e na ascensão do ultraliberalismo-escravocrata, q basicamente se comunica através do logos lacrador.

“Absolutíssimo Lacrador”
“É uma chave cósmica: cristo como unicórnio colorido, quimera: ‘não penses q vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua propria casa’ (Mt, 10, 34). O titulo da canção poderia ser #aceitaqdóimenos #aturaousurta, duas hashtags q dizem: a guerra é inevitável. Essa polarização, da capa ao título, organiza a economia verbal do lance.”

“Desejo de Lacrar”
“Voz sufocada pra enfatizar a atmosfera política, falsetes sedutores pra suportar o grave medonho desses tempos. A engasgada no verso ‘fluindo em volumes estacionários’ não foi proposital. A melodia em ‘#somostodos’ tem o sentimento certo de desolação e cerimônia pra carregar a confusão mental da hashtag.”

“Eu Lacrei”
“Quando a canção se transforma no açúcar das pequenas tragédias sentimentais do cotidiano, uma historia inspirada no noticiário policial de todos os tempos, com a nobreza envolvida, canavial das desumanidades humanas, várias camadas de sensibilidade sedimentadas.”

“Makes e Fakes”
“Tazio Zambi é o maior poeta da minha geração. Amigo de quase uma década. O cara q abriu caminho pra Gilgamesh e Jacinto Silva. Um mês depois de enviar o poema, num particular comigo, mudou ‘mimimi’, uma decisão q aproximou o poema da abordagem geral de lacre no disco.”

“Dança Erradassa”
“Eu tava fazendo uma canção. Quarto de hotel, Xangai, Peter Ivers, ‘terminal love’, Starbucks, Dirty Fingers, All Club, Brasil. Eu improvisei a imagem candente das ‘planícies do fim’, numa alusão à terra plana, saltando da melodia num vórtice. Tava pronta.

“Desvio pro Vermelho”, “Esplanada”, “Outra Cidade”
“Nova infância do mundo.”

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Bom Saber #004: Negro Leo

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Meu convidado desta semana no programa Bom Saber é meu querido amigo, o grande Negro Leo, um dos artistas mais inquietos e instigantes da nova música brasileira. Maranhense deslocado para o Rio no início do século, mudou-se para São Paulo há três anos com sua companheira Ava Rocha e a filha Uma, estabelecendo uma carreira que começou a florescer ainda mais nesta nova cidade. Leo tem feito conexões internacionais e extramusicais, trabalhou como ator na Pretoperitamar, musical que celebrava os 70 anos de Itamar Assumpção, e finalmente prepara a chegada de seu próximo álbum, Desejo de Lacrar, que deve ser lançado em julho deste ano, após quase três anos de gestação, ao lado do baterista Sergito Machado, do baixista Fabio Sá e do tecladista Chicão. O disco seria lançado no final de março, mas a quarentena adiou ainda mais os planos e eu parto deste disco para falar sobre arte, quarentena, lives, São Paulo, política e outros assuntos que fluem nesse papo sempre franco e bem humorado com este jovem mestre.

O Bom Saber é meu programa semanal de entrevistas, atualizado todo sábado em meu canal do YouTube (assina lá!). Já conversei com o Bruno Torturra, a Roberta Martinelli e o Ian Black e quem colabora financeiramente com o meu trabalho (pergunte-me como no trabalhosujoporemail@gmail.com) assiste ao programa no dia do lançamento, no próprio sábado. Quem não paga, assiste na semana seguinte.

Sotaques YB: Nina Becker + Negro Leo

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Em mais um encontro da série Sotaques YB no Centro da Terra, que faz parte das comemorações dos 20 anos da gravadora Ybmusic, esta quarta-feira 16 de outubro assiste à primeira vez em que Nina Becker e Negro Léo se encontram no palco (mais informações aqui). Velhos conhecidos do Rio de Janeiro, os dois trazem bagagens diferentes e complementares para este acontecimento – e eu conversei com os dois sobre o que esperar desta apresentação.

CCSP: Junho de 2019

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Olha só como vai ser o mês de junho da curadoria de música do Centro Cultural São Paulo:

1/6) Paulo Neto – O cantor e compositor pernambucano apresenta seu disco Rosário de Balas, às 19h
2/6) Hermeto Pascoal – Apresentação gratuita do bruxo, que apresenta seu conceito de Música Universal, às 18h
6/6) Marina de la Riva – A cantora carioca mostra seu disco mais recente, às 21h
9/6) Verônica Ferriani – A cantora e compositora paulista transforma seu disco mais recente, Aquário, num pequeno concerto, às 18h
12/6) Associação Livre Invisível – A big band mostra seu disco Trânsito, com participação de Dani Nega, às 21h – de graça
13/6) Gabriel Thomaz Trio + Doctor Explosion – A banda instrumental do líder dos Autoramas lança seu primeiro disco com a participação do veterano grupo espanhol
15/6) Nill + Yung Buda – Dois dos principais nomes da Soundfood Gang dividem o palco da Adoniran, às 19h
16/6) Bárbara Eugenia – A cantora carioca lança seu Tuda, às 18h
18 e 19/6) Alice Caymmi – Ela começa a mostrar seu novo disco Electra, às 21h
20/6) Samuca e a Selva – O grupo mostra músicas de seus discos Madurar e do mais recente Tudo que Move é Sagrado
22/6) Guitar Days: Pin Ups + Twinpines + Wry + Sky Down A exibição do documentário Guitar Days finalmente acontece no festival In Edit, que também traz este minifestival indie – de graça, às 18h
23/6) Tinta Preta + M. Takara + Carla Boregas + Juliana R. – Dois projetos do coletivo A Onda Errada invadem a sala Adoniran Barbosa, às 18h
27/6) Beto Montag – O músico mostra as canções de seu disco Psycoletivo, às 21h
29/6) Jaz Coleman – O líder do Killing Joke vem para o Brasil em uma apresentação solo, às 19h
30/6) Negro Leo – Ele finalmente começa a colocar em prática seu Desejo de Lacrar, com grande elenco, às 18h

Trabalho Sujo apresenta: Tempo Feliz

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Volto mais uma vez à Unibes Cultural desta vez com inaugurando a sessão itinerante Trabalho Sujo Apresenta, em que mostro shows e espetáculos com novos nomes da música brasileira e a primeira edição acontece nesta sexta-feira, quando convido o músico Victor Vieira-Branco para apresentar a celebração do show que comemora o encontro ocorrido entre Elizeth Cardoso e Zimbo Trío em prol do Museu de Imagem e Som (MIS), em 1968. O espetáculo Tempo Feliz conta recria este show histórico com Sergio Machado na bateria, Fabio Sá no contrabaixo acústico e o próprio Victor no vibrafone, com vocais de Ava Rocha, Negro Leo e Ana Passarinho fazendo as muitas vozes de Elizeth – os ingressos já estão à venda aqui.

Trabalho Sujo apresenta: Tempo Feliz – Uma homenagem a Elizeth Cardoso e Zimbo Trio
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Com Ava Rocha, Negro Léo , Ana Passarinho, Victor Vieira-Branco, Fabio Sá e Sérgio Machado
Unibes Cultural, às 20h
Rua Oscar Freire, 2500
R$30 / R$15

Jonas Sá no CCSP

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O cantor e compositor carioca Jonas Sá apresenta-se no Centro Cultural Sâo Paulo nesta quinta-feira, às 21h, com participações de Ava Rocha, Negro Leo e Luiza Lian (mais informações aqui).

Tudo Tanto #60: Ava Rocha e Negro Leo na China!

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O casal mais foda da música brasileira atualmente – Negro Leo e Ava Rocha – embarcou nesta sexta para uma residência de um mês na China, quando produzirão, ao lado de artistas locais como a produtora de música eletrônica Wu Shanmin, que atende pelo pseudônimo de 33EMYBW, e o produtor Han han, que usa o nome artístico GOOOOOSE, o “primeiro disco sino-brasileiro da história”. Escrevi sobre isso na minha coluna Tudo Tanto desta semana no site Reverb – vê lá!

Meu Reino Não é Deste Mundo de Natal

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Negro Leo esperou o dia 25 para nos dar de presente E Ninguém Subiu ao Céu, a Não Ser Quem Desceu do Céu, o segundo volume de seu projeto anarcogospel Meu Reino Não é Deste Mundo.

Feliz natal.