A “São Paulo Capital” de Natália Matos

“‘Boca de lobo’ é um nó que a gente faz lá no norte, para encurtar as alças da rede e deixar ela longe do chão, perto do céu”, explica a paraense Natália Matos, conversando, no meio de sua nova música, “São Paulo Capital”, que ela lança nessa sexta-feira, mas antecipa em primeira mao para o Trabalho Sujo. “E aí, de repente, eu me vi fazendo uma música para essa cidade e, no meio, esse nome que é tão nosso, mas acho que tem a ver, porque São Paulo é um pouco isso: é pra onde tudo converge, onde tudo se encontra. Não que a gente goste, mas a gente gosta.” A doce bossinha é o primeiro passo para seu próximo álbum, que ela resolveu tirar do chapéu ao apresentar-se na última edição do Tranquilo São Paulo, na segunda passada (sem saber que seria a última noite do evento, já já falo mais sobre isso). A versão ainda é uma demo, mas já dá um pouco o gostinho do que ela está preparando para esse quarto álbum, ela que voltou para São Paulo há um ano e só há poucos meses começou a preparar sua volta aos palcos. “São Paulo é onde, fora de Belém, eu tenho um círculo de amigos que me fortalece e que, na vida, me faz sentir criativa e potente, quando por aqui”, ela me explica. “E, é claro, tem as paixões, que fazem até a gente ouvir barulho de mar no lugar dos carros, foi numa dessas que escrevi essa canção, que contrasta com a fama da dinâmica da cidade que exaure, pela atmosfera do trabalho e da individualidade. Sinto que as pessoas por aqui são generosas, interessadas e que se pode, sim, construir laços profundos apesar do inegável pano de fundo cinza. Isso deve-se ao fato de que, sem dúvida, aqui se encontra gente de todos os lugares do país, que se unem e formam núcleos, coletividades, cheias de beleza e de resistência, além de ter muita gente de Belém, por exemplo, que eu só vim a conhecer, virar amiga, trabalhar, depois de morar em São Paulo.”

Ouça abaixo:  

Tudo Tanto #141: Natália Matos

Em mais um programa sobre música brasileira, desta vez converso com a Natália Matos sobre seu terceiro álbum, Sempre que Chover Lembra de Mim, que começou a ser produzido por Kassin antes da pandemia e só agora vê a luz do dia. Falo com ela sobre o processo de criação e produção do álbum, sobre como o período pandêmico refletiu-se nesta obra, e das dificuldades que um artista independente tem para emplacar seu próprio trabalho.

Assista aqui.  

#YB20 no Auditório Ibirapuera

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Seguimos as comemorações dos 20 anos da gravadora YBmusic com um grande espetáculo no Auditório Ibirapuera, com uma big band composta por músicos, compositores e intérpretes que lançaram, cada um deles, seus próprios trabalhos solo pelo selo paulistano: o trombonista Allan Abbadia, o cantor Bruno Morais, o tecladista Danilo Penteado, o guitarrista Guilherme Kafé, a cantora Lulina, o trumpetista Guizado, o cantor Samuca, o percussionista Igor Caracas, a cantora Juliana Perdigão, o clarinetista Luca Raele, a cantora Luedji Luna, o cantor Marco Mattoli, a cantora Natália Matos, o tecladista Dudu Tsuda, o percussionista Nereu Gargalo, o cantor Paulo Neto, o guitarrista Rodrigo Campos, o cantor Romulo Fróes e o rapper Zudizilla – multiinstrumentistas, intérpretes e compositores que ajudaram a construir, com suas sensibilidades, um legado que será exposto num repertório composto por canções que construíram estas duas décadas de trajetória. Maurício Tagliari, maestro e sócio do selo, que estará no palco conduzindo este time, me convidou para assinar a direção artística desta apresentação, que acontece nesta sexta-feira, às 21h, no Auditório Ibirapuera (mais informações aqui).

Natália Matos no CCSP

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A cantora paraense mostra seu ótimo disco Não Sei Fazer Canção de Amor com participações especiais de Manoel Cordeiro e Lucas Santtana nesta quinta-feira no Centro Cultural São Paulo, a partir das 21h (mais informações aqui).