Entrevisto o Nasi, lendário vocalista do Ira, nesta quarta-feira, a convite do Sesc Catanduva, a partir das 20h30, em uma live. Para assistir, é preciso se inscrever neste link.
Aproveitando o relançamento dos três primeiros vinis do Ira!, o site Azoofa (esse nome é muito feio, broder) fez uma longa entrevista com o Nasi, que comentou sobre a relação do Psicoacústica com o nascimento do mangue beat:
“Foi um disco que decepcionou não só as rádios e a gravadora, mas também parte da crítica, que classificou o Psicoacústica como um disco pretensioso. Tipo: ‘Quem são esses caras aí pra misturar maracatu com rap e rock?’. Até hoje vejo o cara que falou isso aí assinando diversas resenhas. Mas de certa forma, despretensiosamente, Advogado do Diabo acabou sendo a base do manguebeat. Não que fizemos a música e dissemos: “Estamos aqui inaugurando o manguebeat!”. Não, mas eu falei pro André: “Você é pernambucano, conhece a levada do maracatu, faz no pandeiro! Vamos fazer um rap, vamos colocar guitarra, um scratch!” Na época eu chamei o Thomas Pappon, ex-baterista do Voluntários e que hoje é jornalista da BBC, pra fazer o release do Psicoacústica. Ele fez um release todo cheio de frescura, mas um outro jornalista me disse que o Thomas riu pra caralho do disco, que achou uma bosta! Lembro de ir com o André na casa dele, picar o release e jogar na cara dele. Vai se fuder, você não e obrigado a gostar! Se você não gostou, não faz um release falando da rebimboca da parafuseta! Tudo isso é só pra dizer que é um disco que não passou batido! (…) Quando nós conhecemos o Chico Science, não existia Nação Zumbi. Conheci o Chico quando ele tinha o Loustal ainda (embrião da Nação Zumbi, formada em 1989 por ele, Lúcio Maia e Dengue). Ele trabalhava, inclusive, num balcão da Vasp, ainda! Eu já trabalhava com rap e ele veio falar, certa vez: ‘Sou fã de rap, gosto do Thaíde, que você produziu…’.”
Leia a entrevista inteira lá no site deles.