Seguindo nesse nas profundezas do groove, vale citar que o blog Soul Spectrum está inaugurando uma nova seção dedicada especialmente à música brasileira com o sugestivo nome de Gostosa. Eles explicam – antes de inaugurar a seção com uma pérola do Chicago Transit Authority regravada pela Astrud Gilberto. E vale linkar a explicação para Gostosa que eles indicam no blog, tirada do A Year Here da Gina:
It means “delicious.”
For a woman, it means sturdy thighs, nice wide hips, and shopping in the “curvy” section in a store. It means ordering more than just a salad and water for dinner, it means rejoicing in molho branco, sorvetes, e frango e carne e vinho tinto. It means to love life and to have it show on her body, the ripeness and fullness of pleasure apparent in the shape of her arms and belly and cheeks and thighs. It means to have a hearty laugh that resonates in the bosom. To be gostosa means to be fleshy and sexy, to have soft skin and a warm smile. To be gostosa means to be delicious, to have on your hips a little something extra to hold onto. When a woman is gostosa she wants for nothing.
Here there is no tiny skinniness, no skeletons walking around on the street looking fine. Here there is lovely plump, round, dangerously sexy flesh on the street–good thighs, good hips, perfectly proportioned with the rest of the body.
To be “linda,” to be “bonita,”–those are ways to say “beautiful.” And those are good ways, too. Lots of girls are pretty, muito bonita, ay que linda. But to be gostosa, that is a title not for everyone. In the States we worship bones and angles, shrinking into ourselves until we are just eyeballs and hair, colored and cropped just so. Up North we are tight and fine and tense and small. And trying to be smaller.
But not here. Here in Brazil, it is nice to slip into my jeans and feel them hug my legs and to know that whatever I was unhappy with up there in the North is alright here. Whatever made me wrinkle my nose about myself or frown with displeasure or dream about “getting fixed” is alright here. Is beautiful. Is actually delicious.
Nice. Let the era da gostosa begin, portanto.
Astrud Gilberto – “Beginnings“ (MP3)
Vi aqui.
Do Mario Bortolotto:
Tava ouvindo um carcereiro de um presídio feminino. Ele soltou essa:
“Já trabalhei dez anos em presídio masculino e cinco em presídio feminino. Vou dizer: prefiro cuidar de 100 homens extremamente perigosos do que cuidar de uma mulher só. É que os homens em geral, por mais truculentos que sejam, quando você chama ele na responsa, o cara acaba admitindo o erro, abaixa a cabeça e fala “Sim, senhor”. Já a mulher nunca admite. A mulher tem estágios. No primeiro ela chora. Quando não funciona, ela passa pro segundo que é discutir com você. Quando também não funciona, ela vai pro terceiro estágio que é o de ficar agressiva. Quando nenhum deles funciona, ela então apela pro quarto estágio que é o da auto-mutilação. Ela se corta, bate a cabeça contra a parede, o escambau. Mas ela nunca admite que tá errada”.
Eu sei que muitas mulheres vão achar essa colocação machista. Eu particularmente, até acho um pouco controversa. Mas por experiência própria, acho que faz sentido sim, (eu já testemunhei esses quatro estágios – e não foi só uma vez não) embora conheça algumas mulheres que sabem admitir quando erraram, e conheço alguns homens que nunca admitem. Mas no momento que o carcereiro falava, eu vi os homens assentindo com a cabeça. E até algumas mulheres também. Qualquer semelhança com a vida aqui fora deve ser mera coincidência, né?
Olha o que a solidão não faz com o cidadão…