Muito mais Delta Estácio Blues

, por Alexandre Matias

O grande disco de 2021, Delta Estácio Blues, não encerra-se nas onze faixas que o compõe e sua autora Juçara Marçal expande-o a partir desta quinta-feira, quando revela EPDEB, que ela antecipa a capa em primeira mão para o Trabalho Sujo. Seguindo a lógica visual do primeiro, a capa também parte de fotos de Aline Belfort com intervenções de Manuela Eichner, e o disco conta com quatro faixas que foram compostas e gravadas nas mesmas sessões de seu segundo disco solo, mas que ficaram de fora por ir além da narrativa pensada para o álbum. “Todas elas foram concebidas no mesmo processo, mas na hora da escolha de repertório, sentimos que eram faixas que, de alguma forma, já contavam uma outra história”, me explica a própria Juçara. “É claro que é muito subjetivo isso que estou falando. Funciona muito assim pra mim: o repertório, assim como a da ordem das músicas, é um jeito de contar uma história. E as decisões do que entra e do que sai é um processo de escuta muito dedicado e delicado.”

As quatro faixas incluem “Um Choro”, composta em parceria com Jadsa (que também toca guitarra na canção), que é “uma composição dela que encaixou direto na base que a gente mandou”, como lembra Ju; “Odumbiodé” que tem música de Kiko Dinucci e letra de Juçara e Rodrigo Campos; “Criei um Pé de Ipê”, minha favorita, composta por Alzira E sobre a base que ela e Kiko mandaram e “Não Reparem” parceria de Juçara com Clima – ele fez a letra, ela a música. E se você achava que Delta Estácio Blues era demais, se prepara…