MSTRKRFT – Fist of God

, por Alexandre Matias

O lançamento dos dois discos da dupla canadense MSTRKRFT parecem ter sofrido de falta de timing em suas datas. Se o excelente The Looks, de 2006, chegou um pouco antes do assalto maximalista ter tomado o planeta, o recém-vazado Fist of God parece ter chegado um pouco depois. Se o primeiro disco fosse lançado com seis meses de atraso ou o novo aparecesse há cerca de um ano (quando seus primeiros singles começaram a dar as caras), talvez o duo suprisse uma lacuna deixada nos poucos momentos de 2007 e 2008 em que se não respirou Justice, Digitalism, Simian Mobile Disco ou Soulwax. O MSTRKRFT é um nome que pertence naturalmente à esta cena, mas seus hits mais emblemáticos foram remixes feitos justamente entre o primeiro e o novo disco – reinvenções para músicas do Metric, Kylie Minogue, Juliette Lewis, Kills, Gossip, All Saints, New Young Pony Club, “D.A.N.C.E.”, Goose, Bloc Party e Wolfmother que, juntas, teriam o mesmo impacto de um álbum. Fist of God chega num momento em que a música eletrônica para dançar começa a perder excesso, tornando-se mais enxuta e flexível do que barulhenta e limítrofe como a cena que consagrou a dupla. Mesmo que ironicamente já soe datado (entre seus melhores momentos estão justamente “Bounce” e “Vuvuvuvu”, músicas que já têm quase um ano), o novo disco do MSTRKRFT acena para toda a turma do R&B americano, com vários convidados conhecidos ou semidesconhecidos (John Legend, N.O.R.E. & Isis, Freeway, E-40, Jahmal e Ghostface Killah), e têm como um dos pontos máximos do disco essa versão atordoada para um hit da Beyoncé que é “It Ain’t Love”, com os vocais dessa menina Lil Mo.


MSTRKRFT“It Ain’t Love (com Lil Mo)

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