Terry Jones (1942-2020)

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O humor inglês fica um tanto sem graça com a partida do lendário Monty Python Terry Jones.

Monty Python para todos!

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Arnaldo Branco, Clarice Falcão, Fabiane Langona, Laerte e Gregorio Duvivier falam sobre a importância do grupo inglês Monty Python, que aos poucos começa a disponibilizar sua obra no Netflix, em matéria que escrevi pro site da Trip. Um trecho:

“Lembro quando soube da existência deles, lendo O diário de um cucaracha, do Henfil, uma coletânea das cartas que ele escreveu quando morava nos Estados Unidos nos anos setenta — o Henfil descrevia a ideia geral do programa, chocado que uma parada que pegava tão pesado com a ideia de Deus passava na TV americana”, lembra Arnaldo, sobre a demora do grupo em chegar ao Brasil.

“Acho que o Monty Python ensinou a desenvolver um olhar meio cômico sobre tudo de ridículo e inerente à sociedade. Aquele esquete da entrevista de emprego idiota é um exemplo. Textos imensos. Timing de piada”, continua a quadrinista Fabiane Langona, que ainda reforça a importância do integrante norte-americano do grupo, o animador Terry Gilliam. “A estética dessas animações parece sempre ter feito parte da minha memória por osmose, muito antes de eu ter qualquer ideia do que era Monty Python”, lembra.

Clarice reforça a seriedade do grupo também do ponto de vista musical. “A primeira sequência que vi deles foi o começo d’O sentido da vida, com a canção do esperma, que me marcou profundamente. Era um número musical levado muito a sério e hilário. Acho que pra uma música ficar engraçada ela tem que ser levada a sério. O Eric Idle especialmente fazia isso muito bem”, explica. “Conheci mais profundamente o Monty Python, também por conta da amizade do grupo com o George Harrison — que armou uma produtora e hipotecou a casa pra bancar A vida de Brian”, continua Fabiane. “Adoro essa amizade. E acho que humor X música tem tudo a ver, ainda mais se tratando desse pessoal.”

“Humor é sempre ligado à circunstância — é difícil rir do mesmo modo com que se ria ao ler Jonathan Swift, ou Voltaire”, continua Laerte. “Mas as chaves que o Monty Python nos deixou abrem ainda muitas e muitas portas, isso é verdade.” “Eles continuam muito atuais. Eles estão no nível dos grandes humoristas que são eternos, como Chaplin e Buster Keaton”, emenda Duvivier. “Eles riem do humano, não do que acabou de acontecer essa semana. Não é humor de revista, trocadilho com o nome do presidente ou piada com uma coisa que acabou de sair do jornal. O humor deles é muito ancorado na realidade, no humano. Por isso que eles são tão duradouros, porque eles riem da condição humana — e também daqueles que estão no poder.”

A íntegra pode ser lida aqui.

As animações deletadas do Cálice Sagrado do Monty Python

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Entre as novidades da edição de 40 anos do clássico Monty Python e o Cálice Sagrado, o diretor e animador Terry Gilliam comenta suas pequenas obras-primas que ficaram de fora:

Tomem todo meu dinheiro, Monty Python!

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Os caras tiveram a manha de lançar uma edição de aniversário do Cálice Sagrado com uma catapulta de bichos!

Inacreditável! E já está em pré-venda.

Simon Pegg + Monty Python + Robin Williams

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Parece ser só mais uma paródia de filmes de super-herói, mas Absolutely Anything já entra na história do cinema de comédia por ser o primeiro filme em que Simon Pegg estrela sozinho após ter estourado em dupla com seu comparsa Nick Frost e participar de franquias de ação produzidas por J.J. Abrams, por ser o último papel de Robin Williams (que interpreta um cachorro) e por ter os cinco Monty Python (ou ao menos suas vozes).

Monty Python ♥ Stephen Hawking

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E o Monty Python chamou ninguém menos que Stephen Hawking para gravar sua indefectível “Galaxy Song”, do filmme Monty Python e o Sentido da Vida, de 1983. Esta versão será lançada em vinil como a participação do grupo inglês no Record Store Day deste ano. Ficou demais:

O grupo aproveitou a colaboração para lançar uma versão do jogo Asteroids com a participação deles mesmos e do cientista que pode ser jogada online aqui.

Refletor #002: E agora para algo completamente diferente

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Assisti ao filme do show de volta do Monty Python no cinema e voltei a elucubrar sobre a fusão da sala de cinema com o universo da música na minha coluna desta semana no Brainstorm9:

E agora para algo completamente diferente
Assistindo música no cinema

De vez em quando uma estranha mania me faz assistir a shows em salas de cinema. Fui ver um do Chemical Brothers que fundia as imagens do telão do show às filmadas num próprio show. Ou um do U2 em 3D – confesso que nesse último houve um componente de curiosidade mórbida com a falta do que fazer. Mais de uma vez ameacei ver alguma dessas óperas do Met de Nova York que são transmitidas ao vivo para salas de cinema, eu que nem gosto de ópera.

Faço isso porque tenho uma ponta de curiosidade sobre como as indústrias cinematográfica e fonográfica podem reunir esforços para que a segunda se beneficie de algo que a primeira já tem – um suporte perfeito contra a pirataria. Estou falando da sala de cinema. Por mais que a tecnologia tenha melhorado substancialmente a qualidade da exibição de um filme em casa, ela não substitui a experiência coletiva de assistir a uma sessão de cinema com um monte de gente desconhecida.

Por bem ou por mal, isso faz parte da experiência cinematográfica. Entrar numa sala escura com centenas de pessoas que você não conhece e assistir, civilizadamente a um narrativa de imagem e som idealizada por um punhado de pessoas e realizado por dezenas, centenas, milhares de outras pessoas.

É algo mais ou menos parecido no mundo da música – mas não com o disco e sim com o show. Se compararmos com o cinema, o disco é o equivalente ao DVD ou ao velho VHS, em que você curte em casa, num ambiente controlado, senhor de seu tempo.

O filme no cinema é mais ou menos como o show – você não tem controle (não pode dar pause para ir no banheiro) e o fato de estar assistindo àquilo com outras pessoas ao seu redor causa uma sensação completamente diferente do que quando se assiste sozinho ou com um ou outro conhecido. Claro que os shows têm os elementos da espontaneidade e do ineditismo a seu favor, embora o início do século 21 favoreça shows previsíveis e imutáveis – ou, como dizem, “quem nem no DVD”.

Essa falta de espontaneidade do pop atual pode facilitar a transfusão dos shows para as salas de cinema, mas prevejo uma mutação deste espaço para que isso aconteça plenamente. Assistir a uma tela em fileiras ordenadas talvez seja o grande entrave para a música no cinema.

Digo isso porque assisti, domingo passado, à exibição de um dos shows da volta do grupo inglês Monty Python numa sala de cinema. Como todos os presentes na O2 Arena, em Londres, eu e os espectadores estávamos sentados em cadeiras enfileiradas, olhando em direção ao mesmo palco – ou tela, no nosso caso. Então havia uma equivalência natural entre os dois tipos de espetáculo.

No caso do Monty Python a previsibilidade era ainda mais gritante – e de propósito. O grupo de humor havia deixado claro que não escreveria nenhuma nova piada e apenas revisitaria seus clássicos. E lá estavam todos eles: a discussão agendada, o ex-papagaio, “wink-wink”, o ministério do “silly walk”, a canção do lenhador, “ninguém esperava a inquisição espanhola”, spam (um parêntese: você sabia que o termo spam – apresuntado, em inglês – foi utilizado para designar mensagens eletrônicas indesejadas a partir do clássico esquete do grupo inglês?). Fora as participações de Eddie Izzard e Mike Myers – e, claro, a ausência de Graham Chapman, que morreu em 1989 -, a apresentação foi mais um tributo à existência do grupo (e uma forma de recompensá-los financeiramente por seu legado) do que uma continuação de seu trabalho original.

Por isso, o espetáculo era chamado de “Mostly Live” – afinal já havíamos assistido àquelas piadas há anos. E também por reexibir esquetes clássicos originais num telão. Assim assistimos ao jogo dos filósofos gregos e alemães, a dança do tapa do peixe, a reencenação da batalha de Pearl Harbor e várias animações de Terry Gilliam exatamente como elas foram exibidas na época, mas num telão gigantesco. Naquele instante, tanto faz se você estivesse na O2 Arena em Londres ou numa sala de cinema no Brasil – você estava assistindo a trechos de um programa de TV de quase meio século de idade numa tela enorme.

Mas assistir àquilo no cinema causava uma sensação diferente do que ver em casa, na TV a cabo ou no DVD. Estávamos ali para ver uma obra do começo ao fim e, como o espetáculo original, o show manteve os mesmos quinze minutos de intervalo na exibição (afinal foram quase três horas de show/filme) e os poucos segundos entre o fim do show e o “bis espontâneo”, ironizado com uma legenda no telão.

E, mais importante, ríamos juntos. Às vezes gargalhávamos juntos. Um monte de desconhecidos compartilhando a experiência de assistir a um DVD ao vivo em conjunto. É questão de tempo para que esses shows de revival também revendam a experiência do cinema, mas se a sala de cinema é parecida com um teatro onde se assiste a uma comédia, a uma apresentação de música erudita ou uma peça de teatro, ela pouco lembra a experiência de um show. É comportada demais, travada demais.

Iniciativas que envolvem cinema e música são tendência há um bom tempo – até mesmo no Brasil: desde o já tradicional festival paulistano In-Edit dedicado apenas a documentários sobre música) à recente novidade do Cine Joia (a sessão Cinestesia, que apresentará dois filmes clássicos no palco da casa de shows de São Paulo) passando pela transmissão de óperas ao vivo para o cinema tela de cinema ambulante ao ar livre Open Air, que sempre alterna filmes clássicos com shows de artistas brasileiros.

Mas é preciso ir além das poltronas enfileiradas. Fico imaginando telas imensas funcionando como iluminação imersiva de uma festa em que os filmes do Soulwax pudessem ser projetados ao nosso redor (se você não conhece os sets audiovisuais dos 2ManyDJs, baixe o aplicativo deles agora! ), por todos os lados. É claro que precisaríamos assistir a novas tecnologias sendo desenvolvidas para isso, mas imagine shows que se desenrolam nos aparelhos portáteis – ou até mesmo filmes feitos para serem vistos de pé (ou sentados no chão ou dançando).

Isso, claro, não matará a sala de cinema clássica, mas é uma expansão audiovisual inevitável que certamente iremos ver nos próximos anos. Não vejo a hora.

Mick Jagger, Charlie Watts, Monty Python e uns velhinhos querendo ganhar uma grana vivendo do passado

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Muito bom o comercial que o Monty Python fez sobre seu show de volta, com Mick Jagger e Charlie Watts assistindo à Copa do Mundo com narração do Galvão Bueno, veja só:

Pantufas do Monty Python

Tudo bem que pantufa é um calçado medonho, mas descontada tal constatação, que tal estas que homenageiam os coelhos assassinos do Monty Python em Busca do Cálice Sagrado?

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Na real, só uma desculpa para voltarmos a ver esse grande momento da comédia inglesa, abaixo:

 

2014 promete: A volta do Monty Python

E agora para algo completamente diferente…

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A VOLTA DO MONTY PYTHON!

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A coletiva acontece nesta quinta-feira, anunciando o (um? Onde?) show de volta dos cinco integrantes vivos do maior grupo de humor de todos os tempos.

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Quem deu a notícia foi o Sun, e em seguida o Eric Idle começou a twittar sobre o encontro:

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Além de Terry Jones ter confirmado para a BBC: “Estamos voltando e fazendo um show – é real. Estou bem animado, espero que nos dê muito dinheiro. Espero conseguir pagar minha hipoteca!”.

Dedos cruzados!