BNegão e o Sítio do Picapau Amarelo

bnegao

Nessa onda de artistas pop fazendo shows para o público infantil, um das mutações mais legais é o tributo que o BNegão e seus Seletores de Freqüência fazem para a trilha clássica do Sítio do Picapau Amarelo – a começar pelo rapper vir fantasiado de Tio Barnabé, num cosplay inacreditável. O grupo se apresenta com essa formação mais uma vez nesse fim de semana do dia das crianças no Teatro Paulo Autran nos dias 11 e 12 de outubro, a partir das 18h, e o Bernardo descolou cinco pares de ingressos para quem quiser ir no show de domingo, além de um MP3 em que a banda revisita a Cuca pelos riffs do Black Sabbath.

Pra ganhar o ingresso é só responder aí na área de comentários qual é o seu personagem favorito do Sítio do Picapau Amarelo e porquê até às 19h dessa sexta. Publico o resultado em seguida.

E aqui tem um vídeo com a banda tocando outra música clássica do programa, “Saci Pererê” do Jorge Ben:

O julgamento de Monteiro Lobato

Esse dia ia chegar… e agora? Continue lendo abaixo:

 

Sítio do Pica-pau Amarelo x País das Maravilhas

A combinação acima apareceu num post do Freaky Show Business, que ainda incluía um Dom Casmurro desses “filmes brasileiro pós-retomada” que só crítico de cinema suporta. Mas pense bem: Narizinho = Alice? Seria Rabicó um coelho branco dos trópicos? E a Cuca? A Rainha de Copas? Se o Chapeleiro Maluco é o Visconde, logicamente o Gato é Emília – e é só enfileirar os personagens de cada lado e deixar a imaginação fazer a correspondência biunívoca. O problema é que se você pára pra pensar, lembra do Lost Girls do Alan Moore (em que ele faz uma relação entre as viagens de Alice, Dorothy e Wendy com a puberdade feminina) e é inevitável achar que o Sítio é uma grande parábola sobre a iniciação sexual de dois irmãos adolescentes…

A voz de Monteiro Lobato

Uma das poucas entrevistas de Monteiro Lobato deu para o rádio (na verdade, sua última, dada à Record em 1948), rara oportunidade de ouvir um dos principais brasileiros do século vinte falar, apareceu no YouTube. Há algo na dicção, na pausa, no humor e na pronúncia que me lembrou meus dois avôs – os sujeitos mais diferentes entre si do planeta -, o que me leva a crer que esta fluência oral, anterior à padronização de timbres e cadências de falas promovida pela massificação do áudio falado (seja no rádio, na TV ou no cinema), já morreu. Não conheço mais ninguém que fale desse jeito. Ouvi no Sérgio Rodrigues.