Dois jovens ídolos, Alex Turner, dos Arctic Monkeys, e Lana Del Rey soltam a voz cantando “Tiny Dancer” ao lado de Miles Kane, que completa a dupla Last Shadow Puppets ao lado de Turner, e do baixista do Tame Impala, Cam Avery.
Gente como a gente.
E por falar nisso, eis uma lista arbitrária, com 25 discos, sem ordem de preferência. Clique nas capas pra ouvi-los.
Miles Kane – “Better Left Invisible” / “Kingcrawler”
Miles Kane – “Hey Bulldog”
Miles Kane – “Inhaler”
Nem vou elogiar demais pra não parecer cabotino (afinal, a curadoria foi minha): mas o domingo no Parque da Independência, que reuniu os shows do 15º Festival da Cultura Inglesa, foi incrível. Dia lindaço, friozinho com sol, shows impecáveis, público apaixonado, show de graça, de dia, terminando às 20h. Só faltava o metrô ser do lado pra ser perfeito (um dia chegamos lá). Fiz videozinhos dos shows do Gang of Four e do Miles Kane pra quem deu mole e não pode ir…
Gang of Four – “You’ll Never Pay For The Farm”
Gang of Four – “Not Great Men”
Gang of Four – “I Parade Myself”
Gang of Four – “Paralysed” / “A Fruit Fly in the Beehive”
Gang of Four – “What We All Want”
Gang of Four – “Return the Gift”
Gang of Four – “To Hell With Poverty”
Gang of Four – “I Love a Man in An Uniform”
Gang of Four – “Natural’s Not In It”
Gang of Four – “He’d Send In The Army”
Gang of Four – “Damaged Goods”
E em “He’d Send In The Army”, em que Jon King destrói um microondas no palco, o Diego me filmou filmando.
Quando eu e o Jon (King, vocalista da banda) começamos, nos perguntávamos: ‘O que motiva as pessoas? O que as faz fazerem o que fazem?’. É claro que você pode resumir isso em apenas ‘economia’, mas não é só isso. As pessoas ainda estão fazendo as mesmas coisas que faziam no século passado, o marido ainda trazia o dinheiro para casa enquanto a mulher cuidava da comida e dos filhos. O mundo havia mudado, mas essas relações ainda não. Pelo contrário, elas haviam se tornado prisões: família, emprego, propriedade. As pessoas se prenderam nisso de uma forma que acham que isso é a vida delas.
Temos uma música chamada ‘Natural’s Not In It’ que fala exatamente sobre isso. Tudo aquilo que chamamos de “natural”, na verdade, é artificial, é criado pelo homem. Seja a sociedade, o conceito de justiça, de bom senso… Tudo isso é invenção humana, nada disso é natural. As idéias não são naturais. Qualquer uma delas, todas elas – são inventadas.
E não queríamos ser os portavozes da nova esquerda. Para isso, tiramos todas as referências de política de nossas letras e títulos – você vê os nomes das músicas e não diz que o conteúdo delas é política –, tudo que pudesse lembrar a política dos jornais tava fora. Não queríamos dizer ‘você está certo’, ‘você está errado’, ‘você é de esquerda’, ‘você é de direita’. Não queríamos nos separar das outras pessoas. Queríamos, sim, lembrar pra elas que, esquerda ou direita, estamos nesse barco juntos.
Mas a forma que você colocou é bem razoável. É isso: o Gang of Four não era uma banda de protesto, mas uma banda de crítica. Uma crítica à sociedade, à forma que vivemos, à música, ao rock, ao punk rock, às outras bandas, a nós mesmos. Era mais ou menos como o Situacionismo dos anos 60, não queríamos nos levar a sério, mas não queríamos só isso.
Trecho da entrevista que fiz com Andy Gill em 2006, que transformei em depoimento pra Bizz.
Indeciso sobre o programa de domingo?
ou
Mas dá pra ver os dois! O Festival da Cultura Inglesa começa ao meio-dia e vai até às 20h (o Gang of Four começa às 18h, mas antes tem Mockers, Blood Red Shoes e Miles Kane – eu que escolhi) e o Cinetério começa às 21h (sendo que o show dos ingleses é a última atração). O maior “problema” da indecisão é a distância entre os dois pontos, o primeiro show no Ipiranga e o segundo na Vila Nova Cachoeirinha. Mas se o seu programa for o festival que tomou o bolo do Cee-lo, esteja avisado:
Já tinha levantado essa lebre mas não podia me aprofundar no assunto porque tava diretamente envolvido com ele. É que nesta quarta-feira foi oficializada a programação do 15º Cultura Inglesa Festival, o primeiro a ter uma abordagem mais pop, inagurando áreas de shows, casas noturnas, cinema e literatura. Para cada uma dessas áreas chamaram alguém para a curadoria, e eu cuidei da programação dos shows que vão rolar dia 29 do mês que vem, de graça, no Parque da Independência. Além do Gang of Four, também chamei os Blood Red Shoes e o Miles Kane para tocar no festival, que ainda vai ter os Mockers (o Cidadão Instigado sem Fernando Catatau) tocando Beatles e o Cachorro Grande tocando Who, além de três bandas que venceram o festival interno da escola de inglês, que vao abrir os shows, pela tarde.
Não estou sozinho: além de mim, o Lucio tomou conta da área de casas noturnas (e escalou o Alan McGee e o Glenn Matlock pra discotecar), a Flávia que também é lá do Estadão selecionou os filmes da mostra de cinema (que incluem uma retrospectiva Monty Python!) e o Rogério cuidou da área de literatura (que tem uma mostra de ficção científica e um debate com o Causo). Maiores informações no site do evento.
Seguimos descendo rumo ao topo.
Miles Kane – “Inhaler”
Delorean – “Stay Close”
Do Amor – “Morena Russa”
Gorillaz – “On Melancholy Hill”
Aloe Blacc – “I Need a Dollar”
Of Montreal + Solange Knowles – “Sex Karma”
Ratatat – “Neckbrace”
Kavinsky + Lovefoxxx – “Nightcall (Breakbot Remix)”
Lurdez da Luz – “Ziriguidum”
Sharon Jones & the Dap Kings – “Better Things to Do”
Jamaica – “I Think I Like U2”
Janelle Monáe + Big Boi – “Tightrope”
Deadmau5 – “Right This Second”
Crystal Castles + Robert Smith – “I’m Not in Love”
Belle & Sebastian – “I Want the World to Stop”
Jamie Lidell – “The Ring”
Radio Dept. – “Heaven’s on Fire”
Cut Copy – “Where I’m Going”
Chemical Brothers – “Swoon (Lindstrom and Prins Thomas Remix)”
MGMT – “Brian Eno”
Javiera Mena + Jens Lekman – “Sufrir”
Teen Daze – “Let’s Fall Asleep Together”
Bora.
57) Miles Kane – “Inhaler”