Lembram dos tempos que um meme na internet melhorava a vida de todo mundo envolvido? Nathan Apodaca estava voltando pra casa, em Idaho Falls, nos Estados Unidos, na sexta-feira passada quando ficou sem gasolina. Pegou seu skate e foi pegar combustível ouvindo música e aproveitou a descida para gravar um vídeo no TikTok, rede social que vinha brincando misturando música com situações do seu cotidiano. Ouvindo “Dreams” do Fleetwood Mac e tomando suco de Cranberry, ele de repente olha para a câmera e se entrega à canção.
Parcos segundos de alto astral viralizaram – e não precisa nem lembrar que é 2020 pra entender porque. O vídeo, que publicou na sua conta 420doggface208, já tem mais de vinte milhões de views, sem contar as inúmeras vezes que foi reproduzido, reeditado e misturado com outras mídias. Até aí, só um viral.
Mas o TMZ conversou com ele e descobriu que ele, que mora em um motorhome sem água corrente, conseguiu arrecadar 10 mil dólares e virou uma celebridade instantânea, ajudando inclusive o Fleetwood Mac voltar a ser ouvido nas plataformas de streaming (a banda twittou que amou – e mesmo que não tivesse gostado, aprenderia a gostar pois a música teve um aumento de audições em quase 90% e outro de vendas digitais de quase 400%).
So thanks for the love and support an here it is my original video same as all going around but yes thanks for the love n donations it’s very appreciated an much needed vibe on world pic.twitter.com/gkCgc1U9As
— *BLAZIN*4*1*NATION* (@doggface208) September 27, 2020
Que história boa… Alto astral com alto astral se paga!
Em mais um remix feito para seu disco mais recente, o produtor Alexandre Kassin convida o lendário DJ Meme, compadre de Lulu Santos, para reler a faixa-título do álbum, “Relax”, que o DJ carioca invoca o mitológico Lincoln Olivetti, ídolo e mestre de Kassin, para reler a faixa do amigo.
Relix é o infame nome deste disco, que já mostrou uma colaboração com os Boogarins, e ainda terá remixes do produtor Nave, de Marcelinho da Lua, entre outros – veja a relação abaixo.
“Relax (Tom Excell Remix)”
“Seria o Donut? (Sonho Americano Remix)”
“Sua Sugestão (Denitia Remix)”
“Relax (DJ Meme Remix)”
“Digerido (Ico dos Anjos Remix)”
“Relax (Will Love Remix)”
“Coisinha Estúpida (c/ Clarice Falcão) (Comma21 Remix)”
“O Anestesista (Tom Excell Remix)”
“Momento de Clareza (Kassin Edit)”
“Relax (Balaco Remix)”
“Relax (Tranquilo Soundz Remix)”
“Momento de Clareza (Nave Remix)”
O disco será lançado em breve mas ainda não tem data de lançamento definida.
Você já cansou de ver as imagens abaixo, mas de qual episódio da nova geração de Jornada nas Estrelas que saiu o clássico Facepalm Pickard? Ou qual é a cena de O Senhor dos Anéis que mostra o Gandalf confuso? Você sabia que aquele gato de blaser lendo jornal vem dum clipe da Björk? Cinco minutos de cultura inútil abaixo:
Essa idéia é bem boa, deviam pensar nisso a sério:
Quer dizer, deviam nada – não duvido que, depois de algumas centenas de reuniões, lançassem um “biscoito da geração internet” com @ no lugar do A, referências ao Twitter ou ao Facebook, algum cruzamento entre esporte radical e usar mouse pra “interagir com a galera”. Melhor não. Vi lá no Bruno.
Timothy queria pedir Audrey em casamento, mas preferiu deixar que memes da internet falassem o que seu coração queria dizer.
Lógico que esse vídeo se viralizou por conta própria…
E é claro que o tenente Pike já virou meme…
• Descarte desregrado • Desmanche referência • Personal Nerd – Para onde vai seu eletrônico?• O que define um meme • Islândia, Oscar dos hackers, Google+ sem fakes… •
O escritor norte-americano James Gleick é um Harold Bloom da ciência – como o inglês faz com a cultura, ele reorganiza tudo para tirar novos pontos de vista, mas sem zerar cânones ou destrui-los, criando genialmente novas formas de interpretação do passado a partir da justaposição de temas. Tivemos o prazer de publicar, no Link, um trecho de seu novo livro, The Information, em que levanta a possibilidade da informação (o dado, a mensagem, o código) ser a base de tudo no universo. A ilustra da página dupla, reproduzida acima, é do Jairo, que sai fora para um longo sabático (boa sorte, compadre!). Segue um trecho do artigo:
“Aquilo que jaz no coração de todas as coisas vivas não é uma chama, nem um hálito quente, nem uma ‘faísca de vida’, e sim a informação, palavras, instruções”, declarou Richard Dawkins em 1986. Já consagrado como um dos maiores biólogos da evolução, ele tinha capturado o espírito de uma nova era. As células de um organismo são nódulos numa rede de comunicações, sempre transmitindo e recebendo, codificando e decodificando. A própria evolução é a encarnação de uma troca contínua de informações entre organismo e meio ambiente. “Se quiser compreender a vida”, escreveu Dawkins, “não pense nas gosmas e melecas pulsantes e fluidas, e sim na tecnologia da informação”.
A ascensão da teoria da informação foi facilitadora e cúmplice de uma nova forma de enxergar a vida. O código genético – não mais uma simples metáfora – estava sendo decifrado. Os cientistas falavam com grandiosidade numa biosfera: uma entidade composta por todas as formas de vida da Terra, transbordando de informação, replicando-se e evoluindo.
Jacques Monod, biólogo parisiense que dividiu um Prêmio Nobel em 1965 – por desvendar o papel desempenhado pelo RNA mensageiro na transmissão das informações genéticas –, propôs uma analogia: assim como a biosfera paira sobre o mundo da matéria não viva, um “reino abstrato” paira sobre a biosfera. Os súditos deste reino? As ideias.
“As ideias retiveram algumas das propriedades dos organismos”, escreveu. “Como eles, as ideias tendem a perpetuar sua estrutura e a se reproduzir; elas também podem se fundir, se recombinar, segregar seu conteúdo; de fato, também elas podem evoluir e, nesta evolução, a seleção sem dúvida desempenha um papel importante.”
As ideias têm um “poder de contágio”, destacou – “poderíamos chamá-lo de capacidade de infecção” –, e nisso algumas são mais fortes do que outras. O neurofisiologista americano Roger Sperry tinha apresentado uma ideia parecida anos antes, defendendo que as ideias seriam “tão reais” quanto os neurônios que elas habitam:
“Ideias interagem entre si e com outras forças mentais no cérebro, em cérebros vizinhos e, graças à comunicação global, em cérebros à distância. E elas também interagem com o meio externo que as cerca para produzir ao todo um rápido e imediato surto evolutivo que supera qualquer coisa que já tenha chegado à cena evolucionária.”
E acrescentava: “Não me arrisco a propor uma teoria da seleção das ideias”. Não precisava. Outros o fariam.
Dawkins deu seu próprio salto da evolução dos genes para a evolução das ideias. Para ele, o papel de protagonista cabe ao replicador, e isso não tem nada a ver com química. “Um novo tipo de replicador surgiu recentemente neste mesmo planeta”, proclamou Dawkins em seu primeiro livro, O Gene Egoísta, em 1976. “Ele está nos encarando. Ainda em sua infância, vagando desajeitado em seu caldo primordial, mas já está atingindo um ritmo de mudanças evolucionárias que deixa o velho gene para trás.” Esse “caldo” é a cultura humana; o vetor de transmissão é a linguagem, e o ambiente de reprodução é o cérebro.
A íntegra você lê aqui. The Information ainda não saiu no Brasil.