Guizado: O Multiverso em Colapso

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Maior satisfação em deixar o grande Guizado tomar conta das terças-feiras de maio, com a temporada O Multiverso em Colapso, feita durante a gravação de seu próximo disco, no Centro da Terra. O disco foi pré-produzido pelo grande Miranda e deverá ser gravado exatamente no meio do mês, quando a banda formada por Guizado (um time de peso que inclui nomes como os guitarristas Regis Damasceno e Allen Alencar, o baixista Meno Del Picchia no baixo, Zé Ruivo nos sintetizadores e Richard Ribeiro na bateria) recebe diferentes convidados para visitar os multiversos abertos pelo trompetista durante estas quatro terças: na primeira, dia 8, ele reúne Maurício Takara, Negro Leo e Kiko Dinucci; para a segunda, dia 15, ele chamou o rapper Edgar, de Guarulhos; na terceira terça é a vez de uma sessão descarrego com Junior Boca e Thiago França; para terminas na última terça do mês com as presenças de Ava Rocha, Sandra Coutinho das Mercenárias e as meninas do Ema Stoned (mais informações aqui). Conversei com o Guizado sobre este novo trabalho, com influência de free jazz, política e histórias em quadrinhos.

O que é o Multiverso em Colapso?
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Como a temporada se relaciona com o seu próximo disco?
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Fale sobre as noites. Como será a primeira terça-feira?
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Quem é o convidado da segunda terça?
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Quem fará as participações na terceira terça?
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Quem são as convidadas da última terça?
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Quem são os músicos que tocarão em todas as apresentações?
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Em todas as noites vocês tocarão o mesmo repertório?
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Fale sobre o papel do Miranda na pré-produção deste disco?
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Um mundo de Maurícios

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Em mais uma colaboração para o site da revista Trip, escrevi sobre a Universal Maurício Orchestra, formada por seis Maurícios da pesada: Fleury, Tagliari, Pereira, Bussab, Badê e Takara:

As gravações aconteceram no final de 2015 e início de 2016. A tônica do som também vinha do sonho de Tagliari. “Foi tudo bem aberto, ninguém trouxe nada pronto, a gente se encontrou e começou a tocar”, lembra Takara. “Tinha essa referência sugestiva ao Miles elétrico, [do álbum] In a Silent Way, e, no fim das contas, a formação, que é bem inusitada pra mim, refletia um pouco isso, a coisa do sax soprano, da percussão”, completa.

“A linha era cada um ficar à vontade naquilo que gosta, sabendo que estávamos inseridos dentro de um coletivo”, completa Badê. “A ideia do Tagliari era fazer uma coisa mais viajandona, instrumental, como o Miles Davis do sonho dele. A gente não ficou discutindo, apertava o rec e saía tocando”, lembra Fleury.

“Não lembro de ter combinado nada. Na real, olhando em retrospecto, foi meio mágico: muito som, muita risada, pouca conversa e a música fluindo. Tanto que quando você escuta o disco todo, vê que cada faixa tem uma onda muito diferente. Foi fruto mesmo de um encontro de vários backgrounds musicais e muita generosidade, um lance bem fraternal”, completa Tagliari. “O disco é isso, música espontânea, sem parar muito pra pensar, sem nada escrito antes, feita muito das influências sonoras que a gente tem, tipo pegar uma ideia que aparecia e brincar em cima dela”, emenda Pereira.

A conexão maurícia — termo cujo significado vem da mesma palavra que dá origem ao termo “mouro” e quer dizer “de pele escura” — não terminou no som. Depois de brincarem com a possibilidade de pedir a capa ao Maurício de Souza, o pai da Mônica e do Cebolinha, lembraram de outro Maurício que não era reconhecido pelo prenome, o DJ e ilustrador MZK, que aceitou prontamente a tarefa de fazer a capa.

A íntegra do texto você lê aqui.

Eis a Universal Mauricio Orchestra

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Tudo começou num sonho de um Maurício. “A história da Universal Mauricio Orchestra é quase estranha”, lembra o idealizador e guitarrista, Maurício Tagliari. “Eu sonhei que estava tocando Bitches Brew, do Miles Davis, com uns amigos. O som estava ótimo e eu estava me divertindo muito. Quando acordei, percebi que os amigos eram grandes músicos com os quais eu nunca havia tocado. E todos chamavam Mauricio! Antes de qualquer análise freudiana, mandei um email contando o sonho pra eles. Considerei até o fato de não haver mais mauricios crianças e que havia uma quantidade estatisticamente elevada de mauricios na música. O Pereira inclusive fez uma boa reflexão sobre ‘O que é ser Mauricio’.”
e eu vi post dos Mauricios, ficou massa, mas no disco eu toco baixo, flauta, rhodes e hammond e o Bussab toca sintetizadores, rhodes e hammond

São todos Maurícios de renome. Além de Tagliari (que toca guitarras) e Pereira (vocais e sax), os outros Maurícios sonhados e convocados foram Maurício Takara (bateria), Maurício Fleury (teclados, baixo e flauta), Maurício Badê (percussão) e Maurício Bussab (sintetizadores e teclados). “A resposta a esta provocação foi rápida e unânime”, continua Taglari. “Todos toparam na hora marcar uma jam session. Foram três encontros onde nos colocamos absolutamente relaxados e sem pretensões maiores. Em quase 30 anos de vida de produção nunca tive sessões tão divertidas. O processo criativo foi o seguinte: alguém começa um groove ou um motivo melódico, uma linha de baixo ou uma sequencia harmônica e, quase telepaticamente, o grupo seguia. Pode chamar de freejazz ou de funk ou de batucada com notas. Quase todas as faixas só tem um take. Em algumas a gente ouvia e voltava direto, na mesma hora, para fazer overdubs com instrumentos trocados. O Pereira fez overdubs de sax e também gravou vocais depois da jam session. Uma característica que mantivemos foi o frescor da gravação ao vivo. Dá pra sentir o clima. Preservamos alguns vazamentos, risadas e brincadeiras. Mesmo os finais das faixas são claramente não combinados. Foi tudo muito feito na base do olho no olho, ouvido atento e na ‘cabeçada’.” O insólito grupo dá as caras pela primeira vez aqui no Trabalho Sujo, quando estreiam em público com a faixa “Embalando o Obalalá”, aqui em primeira mão.

O som do grupo, como descrito por Tagliari, habita entre o funk, o samba e o jazz – sem perder o bom humor, outra característica do sexteto, em títulos como “No Passo do Billy Paul”, “O Surfista Cigano”, “Decididamente Abalada” e “Pife do Mau”. “Tudo isso aconteceu entre final de 2015 e inicio de 2016. Mas a vida e a agenda do povo fez o projeto ficar na gaveta até que eu resolvesse escutar em meados de 2017. Eu achava que tínhamos nove tracks mas descobri que eram 14… Algumas a gente nem lembrava. Realmente foi algo catártico. Marcamos uma audição com a banda e escolhemos dez. Participamos da mixagem eu, o Bussab, o Fleury e o Pereira. Restava fazer a capa. Alguém considerou chamar o Mauricio de Souza para nos caricaturizar – existe esta palavra?. Mas um dia vi um Mauricio na minha timeline do facebook que me chamou a atenção pois era meu contato e eu não conhecia o nome. Quando fui olhar o perfil vi que não era nem mais nem menos do que o grande ilustrador e DJ que eu só conhecia pelo nome artístico: MZK ou seja Mauricio Zuffo Kulman. Liguei para ele, contei a história e ele entrou no barco imediatamente. Claro que nesse meio tempo apareceram outros mauricios e já temos a ideia de ampliar o projeto. Em breve – ou, pelo nosso ritmo, não tão breve… – Universal Mauricio Orchestra vol. 2.” Eis a capa que MZK fez para o projeto.

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E shows? “Sim, todos queremos tocar ao vivo. Só não sabemos quando as agendas permitirão.” O disco completo será lançado em breve.

Rakta no Centro Cultural São Paulo

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As Rakta lançam o disco Oculto Pelos Seres nesta quinta-feira no Centro Cultural São Paulo, às 21h, acompanhadas na bateria por ninguém menos que Maurício Takara (Bicho de Quatro Cabeça feelings) – vamo lá? Mais informações sobre o show aqui.

Como foi a sessão de encerramento do Segundamente

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Eis a íntegra do show que encerrou o ano no Centro da Terra, reunindo treze cobras da atual música brasileira: Alessandra Leão, Saulo Duarte, Thiago França, Luísa Maita, Papisa, Negro Leo, Luiza Lian, Tatá Aeroplano, Maurício Takara, Iara Rennó e Tiê, além dos convidados Marcelo Cabral, Rafa Barreto e Charles Tixier.

Que noite!

Segundamente 2017

Encerramos o primeiro ano do projeto Segundamente no Centro da Terra convidando quase todos os músicos que encabeçaram espetáculos nas segundas-feiras para um grande encontro (mais informações aqui).

Vida Fodona #460: O sentimento fica

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Vambora!

Eric Clapton – “For Jack”
Thom Yorke – “Guess Again!”
Maurício Takara – “Limpo”
Aphex Twin – “Xmas_Evet10 (Thanaton3 Mix)”
Flying Lotus + Kendrick Lamar – “Never Catch Me”
MØ – “Walk This Way (Slowolf Remix)”
André Paste + We Are Pirates – “Island”
Taylor Swift – “How You Get The Girl”
Paula – “Totally Nice”
Melody’s Echo Chamber – “Shirim”
Grauzone – “Eisbär”
Onyeabor – “When The Going Is Smooth & Good”

Chegaê.

M. Takara 2014: Bem-vindo ao Mundotigre

M.TAKARA - mundo tigre - takara por caroline bittencourt 056

Além de ser um dos bateristas mais versáteis e plurais da cena independente brasileira, Maurício Takara também é conhecido por seu fascínio pela eletrônica, onde picota beats e timbres e os dispõe com a mesma precisão e sensibilidade que conduz o tempo quebrado com suas baquetas. Mundotigre, seu novo disco, é a primeira incursão gravada rumo a este território ermo porém acolhedor e o resultado é um ambient mais quebrado e menos contemplativo, parente de feras individuais como Four Tet, Burial, Patha du Prince e Gold Panda e de duplas como Mount Kimble e Boards of Canada. O disco pode ser baixado gratuitamente graças à gravadora Desmonta – é só mandar um email para desmonta@gmail.com que você recebe as coordenadas para fazer o download. Dá pra ouvir uma amostra abaixo, na música cedida para o Trabalho Sujo.

Vida Fodona #404: Arrefecida

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O calor baixou, então toma!

Giancarlo Ruffato – “Enseada”
Bahamas – “Caught Me Thinking”
Cinema a Dois – “Não Me Iluda”
Don L – “Chips (Contra ou Te Controlam)”
Cherokee – “Don’t Matter (FKJ Remix)”
Julian Casablancas – “Human Sadness”
Damon Albarn – “Everyday Robot’s (Richard’s Robotic Reduction)”
Tears for Fears – “My Girls”
J Dilla – “Player Has Butterflies”
MØ – “Say You’ll Be There”
Lorde – “Royals (Forró RU Produções)”
Eddie – “Pode Me Chamar”
Savath & Savalas – “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”
Fabio Góes – “Amor na Lanterna”
Burro Morto – “Menarca”
Maurício Takara – “Tudo É Muito Bonito Mas Sei Lá”

Aqui.

Os vídeos de ontem

Falei que ia fazer uns vídeos ontem, olha eles aí. Consegui filmar todas as músicas, menos minha participação (por motivos óbvios, ainda não aprendi a mediar um debate e me autofilmar ao mesmo tempo), mas já já elas aparecem por aí. Os vídeos vão aparecendo exatamente na ordem da noite…


…que começou com o Emicida rimando sem acompanhamento, só na moral…


…continuou com o Takara, o nosso Baden Powell, quebrando tudo sozinho…


…depois PB e Maurício Fleury caíram prum delírio kraut…


…e foram acompanhados pelo Guizado e foram pruma base instrumental que começou electro e caiu pro jazz…


…para depois tocarem “Maya”, do primeiro disco do Gui…


…depois Blubell subiu no palco e cantou sua “Good Hearted Woman”…


…e no final Bruno Morais desenterrou “Morte da Sandália de Couro”, do Bebeto, para encerrar a noite. Não filmei a participação do Zegon, porque seu equipamento só chegou ao final, quando rolou uma jam session com todo mundo e a bateria da minha câmera foi para o saco junto com a minha vontade de fazer uma social. Foi demais, quem foi sabe.