Conversando sobre política com o Não Salvo

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Bati um papo sobre política com Maurício Cid, do Não Salvo, para o YouPix. Dono de um dos principais blogs do Brasil, ele resolveu, durante estas eleições, entrevistar os candidatos à presidência do país, mesmo sendo um blog de humor. O papo rendeu um post no site do YouPix, veja só:

 

Impressão digital #0070: Moot no Brasil

Falei sobre a participação do Moot no YouPix da semana passada em minha coluna de ontem no 2.

Moot entre brasileiros
O criador do 4chan amou o País

“Moot has left the building”, brinquei com o Luiz, da produção do YouPix, quando ele me falou que o criador do 4chan havia acabado de sair do hotel em direção ao Porão das Artes, no prédio da Bienal, onde aconteceu, de quarta a sexta passada, a última edição do maior festival de cultura de internet do Brasil. Mediaria, na quinta-feira, o bate-papo de Christopher Poole, o Moot, com o público do evento. Estava, portanto, esperando a chegada do rapaz de 22 anos no lugar para conversar pessoalmente com ele, antes de irmos ao palco. Já havia falado com ele pelo telefone, quando o entrevistei para a capa do Link da semana passada, e queria me apresentar para ele, que era o principal nome da edição do evento neste semestre.

A razão de sua importância é o fato de Moot ter criado, aos 15 anos, um fórum de troca de imagens chamado 4chan. Se apropriou de um formato de publicação japonês que permite que as pessoas se comuniquem através da troca de imagens, formato parecido com o de um fórum, só que bem mais simplificado. A facilidade de uso era uma de suas principais características. A outra era o fato de que ele não exigia que seus usuários se identificassem para publicar o que quisessem no fórum.

Isso transformou o 4chan em uma enorme fábrica de piadas visuais que só faziam sentido para seu pequeno grupo inicial de usuários. Mas suas qualidades (a facilidade de uso e o anonimato) o transformaram em um sucesso em escala global. O fato de suas mensagens serem imagens tornava o 4chan universal, pois bastava um pingo de conhecimento de inglês e de internet para começar a se entender no site. E assim, as piadas internas, antes restritas a um grupo de veteranos, começavam a ganhar toda a internet.

E assim surgiram o Rick Roll, os LOLcats, as ragefaces e uma série de outros memes que são comuns a quem passa parte de sua vida conectado à rede. E foi no 4chan que, graças ao anonimato, o grupo de hackers Anonymous pode se conhecer e começar a se organizar, para depois partir para ação, como fizeram neste ano.

Moot chegou e nem ele acreditou no assédio. Todos queriam tirar fotos com ele. “Eu nunca passei por isso, nem nos EUA”, disse, fascinado. E, ao subir no palco, em vez de ficar acanhado com o tamanho do público, sentiu-se em casa. Contou a história do 4chan e de seu novo site, o Canvas (“meu primeiro emprego”), falou de como percebeu que o site havia fugido de seu controle (“quando o FBI ligou em casa, me procurando”) e respondeu, às gargalhadas, a provocações e piadas do público. Ao final, foi apresentado ao vídeo viral brasileiro mais popular do ano (o funk carioca “Sou Foda”) e o blogueiro Maurício Cid, do blog Não Salvo, o botou para dançar. Moot adorou os brasileiros e confirmou sua teoria – de que nós entendemos a internet melhor do que o resto do mundo.

4chan “Sou Foda” no YouPix


Foto: Terra

O papo ontem com o Moot no YouPix foi bem legal, depois falo mais. Por enquanto, deixo registrado o momento em que o Rafinha Bastos invadiu o palco e botou o gringo pra dançar “Sou Foda”, com uma mãozinha do Maurício, do Não Salvo. E Moot não se acanhou. Memorável, se liga:

Impressão digital #0036: O telão do YouPix

E a minha coluna desta semana no Caderno 2 foi sobre o debate que mediei no YouPix.

Ofuscados pelo telão
Diálogos simultâneos no YouPix

Semana passada, participei do encontro YouPix, evento da revista eletrônica Pix para discutir diferentes aspectos da cultura digital. Entre os temas da semana, assuntos recorrentes aqui neste espaço, como a cultura do remix, modinhas da internet e discussões sobre mídia. Os nomes que passaram pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo eram uma boa amostra da produção eletrônica brasileira, incluindo gente como Chico Barney, Tiago Dória e Giselle Beiguelman.

Mediei um debate chamado Os Novos Influenciadores, que reunia personalidades completamente diferentes como o blogueiro PC Siqueira, que apresenta o videocast Mas Poxa Vida; o jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine; o blogueiro Mauricio Cid, do Não-Salvo; e o publicitário Marcelo Tripoli, da agência iThink. Mas o papo que devia fluir para uma discussão com o público ganhou uma inesperada mão dupla, e dois diálogos aconteciam paralelamente.

E na medida em que o assunto era discutido no palco, aos poucos o público estourava de rir. As gargalhadas surgiam no meio de uma fala, muitas vezes entre as palavras, e não tinham nenhuma conexão com o que estava sendo dito no palco. Culpa do Twitter e de um telão.

Explico: a organização do evento colocou, à direita do palco, um telão em que eram exibidos os tweets feitos com a hashtag do evento (#youpix). Quem escrevesse algo no Twitter com essa marcação, tinha seu texto exibido no telão. Muitas vezes, os tweets eram comentários sobre o que já havia sido discutido no palco, quase todas as vezes engraçadinhos, e logo o público que assistia ao evento – que estava sendo transmitido via internet – começou a twittar piadas e gracinhas para entreter-se uns aos outros.

O detalhe é que quem participava do debate não lia o que estava escrito no telão, pois ele estava na lateral do palco. Assim, havia duas discussões: uma feita entre os debatedores e outra puxada pelo público.

Na hora, lembrei da participação de Mark Zuckerberg no festival South by Southwest Digital, de 2008, quando o público, irritado com a discussão que acontecia no palco, começou a twittar e reclamar sobre a qualidade do papo. Não temi um levante vindo da audiência, como o que ocorreu no evento no Texas.

Mas, para o bem do diálogo, seria mais interessante se o evento dispusesse um monitor com os tweets do telão voltado para os debatedores. Assim, a discussão e as brincadeiras virariam uma coisa só. Uma dica para a edição do ano que vem.

Influência digital

O papo no YouPix foi sobre influência nos meios digitais e a TVO conversou comigo, com o PC Siqueira e com o Maurício Cid no vídeo abaixo.

E o comecinho do debate, quando PC Siqueira explicou como se tornou um fenômeno online, foi filmado no vídeo abaixo. O cara tem mais de 200 mil seguidores no YouTube, se você não o conhece, a culpa é sua.

Under the influence

Mais uma vez participo do YouPix, o evento organizado pela revista Pix que discute e apresenta novidades da cultura digital brasileira. Medio um debate cujo título é Os Novos Influenciadores e juntam-se a mim nomes como o Bob Fernandes do Terra Magazine, o PC Siqueira do Mas Poxa Vida, o Marcelo Tripoli da iThink e o Mauricio Cid do Não Salvo. O debate rola no MIS, a partir das 21h, e tem mais informações no site do evento. Apareçam!