
Que tal uma boa notícia? O que suspeitávamos foi confirmado neste domingo, quando o grupo Massive Attack apresentou-se no festival Music Wins! em Buenos Aires: a banda incluiu tanto a diva Elizabeth Fraser quanto o mago Horace Andy entre os integrantes de sua banda. Ela é mais conhecida como a voz angelical que deixava todos os fãs de Cocteau Twins flutuando acima do show com seu timbre mágico e ele é uma das vozes mais clássicas da era de ouro da música jamaicana, sendo lançado pelo capo do mítico Studio One, Coxsone Dodd. Ambos entrelaçaram suas biografias musicais ao Massive Attack em sua obra-prima de 1998, Andy cantando pedradas como “Angel”, “Man Next Door” e a versão com letra de “(Exchange)”, Liz encantando em joias como “Black Milk”, “Group 4” e, claro, “Teardrop”, três delas cantadas em Buenos Aires. Andy canta apenas “Angel” daquele disco, mas também compareceu cantando “Girl I Love You”, mas a senhorita Fraser foi bem aproveitada e, além das músicas do disco de 1998, também cantou “Song to the Siren”, versão para uma música de Tim Buckley que tem uma carga emocional dupla para a vocalista. O grupo gravou uma versão desta música para o disco do This Mortal Coil, projeto musical de Ivo Watts-Russell, dono da 4AD, gravadora dos Cocteau Twins e “Song to the Siren” tornou-se uma das músicas mais tocadas do grupo. A música ainda carrega o fardo emocional de ter sido composta pelo pai de Jeff Buckley, com quem Fraser teve um relacionamento nos anos 90, e sobre quem ela escreveu a letra de “Teardrop”, quando soube que ele havia sumido depois de ter ido nadar em um rio. Ela gravou a música pouco depois de ter escrito a letra, tomada pelo sentimento de insegurança pelo desaparecimento do amigo, que mais tarde foi encontrado morto às margens do rio. E não custa lembrar que o show do Massive Attack na Argentina foi dentro de um festival e que aqui no Brasil vai ser um show solo, com abertura dos irmãos Cavalera tocando o clássico Chaos A.D., do Sepultura. Ou seja, pode ter muito mais coisas por aqui.

Interrompemos tudo praquela notícia que todo mundo queria saber: Massive Attack em São Paulo dia 13 de novembro, no Espaço Unimed! E com os irmãos Cavalera no palco – e a notícia só melhora, segundo a Pitchfork os Cavalera tocarão seu clássico Chaos A.D. na íntegra nesse mesmo dia – só não sabemos se será o show de abertura ou se tocarão DURANTE o show do Massive Attack… Mas não custa perguntar: o disco escolhido não deveria ser o Roots? Afinal o show conta com as ONGs Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e vem ao Brasil em novembro pra coincidir com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, e o disco de 1996 parte do ponto de vista indígena… Ingressos à venda a partir desta terça-feira!

Saiu a divisão por dias do festival chilenos Primavera Fauna e a gente ainda sem saber se o Weezer toca em qual festival aqui, se vai ter mesmo Massive Attack no Brasil e se algum herói pode trazer o Mogwai pra nossa área… Dá vontade de ir pra Santiago, diz aí.

O Weezer passa pelo Brasil por conta da vinda do grupo para o festival chileno Primavera Fauna, que ainda trará o Massive Attack, Aurora, o Bloc Party, o grupo James, o Mogwai e o Whitest Boy Alive, além do Yo La Tengo e do Stereolab que já anunciaram sua vinda para o Brasil. E quem trará os outros para o país? A banda de Rivers Cuomo deixou no ar que talvez venham para o Brasil dentro de um festival – e vamos combinar que Massive Attack, Weezer, Bloc Party, Whitest Boy Alive, Aurora e Mogwai seriam um bom recomeço para a edição paulistana do Primavera Sounds (que não tem nada a ver com o festival chileno, apesar de ser quase homônimo), que não aconteceu no ano passado. Faltaria só um headliner mais pop, tipo a Charli XCX ou a Clairo… Imagina… Os ingressos para o festival chileno acontecerão a partir de 1º de julho neste link.

Os papas do trip hop Massive Attack voltaram aos palcos nesta quarta-feira, quando apresentaram-se no Gothenburg Film Studios, na cidade de Gothenburg, na Suécia, dando início à turnê europeia que irão fazer até setembro, passando por festivais como o Montreux Jazz Festival e o Rock en Seine, entre outros. É a primeira vez que o grupo toca ao vivo desde 2019 e para esta primeira apresentação, trouxe algumas armas secretas: além do mestre do reggae Horace Andy (que cantou “Girl I Love You”, “Angel” e “Hymn of the Big Wheel), dos novatos Young Fathers (que cantaram em “Voodoo in My Blood”) e da diva Deborah Miller (que cantou em “Safe from Harm” e “Unfinished Sympathy”), o grupo ainda trouxe ninguém menos que Elizabeth Fraser, vocalista dos Cocteau Twins, que participou do terceiro disco da banda, o clássico Mezzanine. E não bastasse ter cantado “Black Milk” e a imortal “Teardrop”, o grupo ainda acompanhou Liz em uma versão para o hino de Tim Buckley “Song to the Siren”, que ela havia gravado no grupo This Mortal Coil em 1983, em uma versão que, gravada ao lado do guitarrista Robin Guthrie, funcionou como embrião para o surgimento dos Cocteau Twins. E não foi a única versão da noite: o grupo ainda tocou “ROckwrok” da banda pós-punk Ultravox e “Levels” do falecido produtor sueco Avicii. Não encontrei a íntegra do show online ainda, mas abaixo seguem alguns trechos que cacei por aí, além do repertório inteiro da noite:

Comemorando atrasado.
Justice + Tame Impala – “Neverender”
David Bowie – “Stay”
Happy Mondays – “Bob’s Yer Uncle”
Itamar Assumpção – “Fico Louco”
Jorge Ben – “Cinco Minutos”
Sade – “No Ordinary Love”
Massive Attack – “Black Milk”
Curumin – “Vem Menina”
Yo La Tengo – “Well You Better”
Yumi Zouma – “Catastrophe”
Tops – “Change of Heart”
Yma – “Vampiro”
Erasmo Carlos – “Sorriso Dela”
Ava Rocha – “Beijo no Asfalto”
João Gilberto – “É Preciso Perdoar”