Pensativo.
Jorge Ben – “O Filósofo”
Calvin Harris – “Merrymaking at My Place”
!!! – “Heart of Hearts”
Blood Red Shoes – “It’s Getting Boring By The Sea (Blamma! Blamma! Red Shoes Mix)”
We Are Scientists – “Chick Lit (Danger TV Remix Edit)”
Edu K + Marina Vello – “Me Bota Pra Dançar”
Simian Mobile Disco – “Hustler”
Whitest Boy Alive – “The Golden Cage (Fred Falke Remix)”
Mano Brown + Seu Jorge + Dom Pixote – “Dance, Dance, Dance”
Quinto Andar – “Som Pra Pista”
Knife – “We Share Our Mother’s Health”
George Michael – “Freedom ’90”
Happy Mondays – “24 Hour Party People (Jon Carter Mix)”
B-52’s – “Rock Lobster”
Gang 90 + Absurdetes – “Românticos a Go-Go”
Talking Heads – “I Zimbra”
Fall – “Rollin’ Danny”
Erasmo Carlos – “Mané João”
João Donato – “Cala Boca Menino”
Odair José – “Com o Passar do Tempo”
Pink Floyd – “Free Four”
Pavement – “Father To a Sister of Thought”
Bruce Springsteen – “Glory Days”
Isaac Hayes – “By the Time I Get to Phoenix”
A Marina (ex-Bonde do Rolê e atual Madrid) abriu sua conta no Soundcloud começando a revelar seu baú de gravações que podem compor seu primeiro disco solo. “London Surf”, a primeira faixa, foi produzida pelo Daniel Hunt, do Ladytron, e rebola entre a dance music do século 21 e as guitarras da surf music.
Vi no Calbuque.
Adriano e Marina já começam a gravar músicas novas do Madrid e aos poucos vão tornando-as públicas. A primeira é essa “The One”, que liberaram para o Trabalho Sujo, e segue o tom caprichado do primeiro disco. “Gravamos seis músicas, vamos lançar como um EP, vamos soltar uma a uma e quando faltar a última soltamos o EP”, me explicou o Adriano, que ainda contou que a bateria da faixa ficou por conta de Nana Rizinni e a guitarra, por André Henrique. Coisa fina.
Demorou, mas finalmente apareceu online. E o disco é bom, viu…
Vi lá no Hominis Canidae.
A produtora curitibana Balaclava filmou a apresentação que o Madrid fez na cidade-natal de Marina Vello.
Eles também entrevistaram a dupla Adriano e Marina, que falam abaixo sobre a história da parceria e como o recente passado dance music foi crucial para reinventarem-se na canção tradicional.
Uma sessão de descarrego, madura e moderna
Sei que tou com um monte de shows pendentes pra comentar (e enrolando pra retomar o Vintedoze, mas isso é outra história), mas o fato é que quem foi ao Prata da Casa na terça passada pode ter um gostinho de um dos melhores discos de 2012, com direito a dois brindes. A dupla Madrid – Adriano ex-Cansei e Marina ex-Bonde num portmanteau de seus nomes – subiu ao palco da choperia do Sesc Pompéia acompanhados de um baterista e um guitarrista. Ele ao piano, ela (por vezes) ao violão, os dois dividindo vocais em canções em inglês que saem correndo de seus respectivos e recentes passados musicais na pishta de dança.
Exorcizam beats e berros em duetos dóceis mas austeros, tristes, amargurados mas destemidos, olhando para frente, sempre enaltecendo a canção, este talvez o formato definitivo do século 20, mais que o automóvel, o jazz, a calça jeans ou Hollywood (vintedozers gonna vintedoze). Renegam todo o novidadismo do século vigente com hinos de guerra e baladas melancólicas, que desatam a chorar idas e vindas de relações cotidianas. A ironia ainda segue presente, mas sutil, transbordando apenas nas piadas idiotas que Adriano – confessando o nervosismo ao piano de cauda – usa pra provocar Marina, de salto, saia e cabelão. Mas apesar do formato vintage (remontam aos anos 60 de Serge Gainsbourg, Lee Hazlewood e Nancy Sinatra, a produção do Brill Building, alguma referência à Motown – mas não à Stax), o Madrid está mais próximo de duplas contemporâneas que celebram estes clássicos anos 60, como Mark Lanegan e Isobel Campbell, PJ Harvey e John Parish, Nick Cave e inúmeras divas pessoais. Há uma sensibilidade indie que é inerente ao gosto musical dos dois – e um inevitável parentesco com o projeto individual de Adriano, o Ultrasom.
Sem demonstrar insegurança, mostraram um espetáculo adulto e moderno como poucas vezes se vê no pop brasileiro, que ao mesmo tempo que não corre atrás do último hype para não perder o bonde da história (“been there, done that”, parecem suspirar aliviados) como também não tenta vender a fonte da juventude como uma utopia possível (algo até mais comum, nesta cena brasileira dos anos 10). São apenas artistas cantando histórias, mesmo que vestindo uma outra fantasia de palco. E fazem isso bem, sem afetação nem maneirismos – e além do repertório do primeiro disco, que em breve aparece por aí online, também tocaram músicas do Camera Obscura e do Ladytron, confirmando o apreço por um indie dance que até habita a mesma audiosfera que o Bonde do Rolê e o Cansei de Ser Sexy, mas que circula em horários diferentes, e quase não se encontram. Como o junkie que descobre a academia ou o consumista que alcança o zen do desapego, o Madrid é quase uma sessão de descarrego, mas mais catártico que pesado.
Fiz uns vídeos abaixo, veja aê:
Madrid – “Destroy Everything You Touch”
Outro debut da semana passada foi a estréia da nova banda do Adriano e da Marina, que fizeram show no Secreto.
E o tal My Dirty Fingers – parceria da Marina (ex-Bonde do Rolê) com o Adriano (ex-Cansei de Ser Sexy) – evoluiu para o Madrid (acrônimo dos dois nomes, sacou?) – e, com a mudança, uma nova vertente, menos despretensiosa que o que ouvimos anteriormente, com Adriano voltando para o piano, que não toca desde os tempos do Ultrasom. Promete.
Semaninha de férias e, como você deve ter suposto, mais um Vida Fodona Soundsystem, desses pra dançar. Shall we?
!!! – “Heart of Hearts”
LBCK – “Might Like Jeffer Better (Drus mashup edit)”
VHS or Beta – “Disco Paradise”
Marina + Soko – “Mum”
MSTRKRFT – “She’s Good for Business”
Cut Copy – “Lights & Music”
Weekend Warrior – “What U Want”
Cicada – “Falling Rockets (Just A Band Remix)”
David Bowie – “Rebel Rebel (Soulwax Club Mix)”
Cansei de Ser Sexy – “This Month, Day 10”
Gossip – “2012”
Basement Jaxx – “Plug It In (feat. JC Chasez)”
Junior Senior – “Take My Time”