Marianne Faithfull, que nos deixou nesta quinta-feira sem que a causa de sua morte fosse revelada, foi mais do que um dos principais ícones da cultura inglesa dos anos 60. Com sua trajetória errática e sempre cercada de grandes artistas, ela viveu uma saga que poderia ser uma parábola para seu tempo, encostando no céu daquela década transformadora ao mesmo tempo em que afundava seus pés no inferno do mesmo período. Musa dos Rolling Stones e depois uma das principais parceiras de Mick Jagger, ela gravou a primeira música composta por Jagger e Keith Richards, que nunca haviam composto em dupla até então, eternizando-se com a incrível balada “As Tears Goes By”. Sua carreira musical misturava-se com o fato de ser um ícone da moda da Swinging London e também uma atriz cobiçada pelos grandes nomes do cinema do período – de Orson Welles a Jean-Luc Godard (que chamou-a para interpretar ela mesma no filme Made in the USA), passando por Alain Delon e Anna Karina e grandes nomes do teatro da época, como Glenda Jackson, Anjelica Huston e Oliver Reed. Seu envolvimento com cocaína e heroína foi também inspiração para grandes músicas dos Stones, como You Can’t Always Get What You Want”, “Wild Horses” e “Sister Morphine”. Ela terminou a década como um retrato do período: viciada e morando na rua, só conseguiu se reerguer quase dez anos depois, quando gravou o álbum Broken English e voltou a colaborar com outros nomes da música, como PJ Harvey, Nick Cave, David Bowie, Lou Reed, Jarvis Cocker, Damon Albarn, Emmylou Harris, Beck e Metallica, além de seguir atuando – interpretou deus em dois episódios da série cômica inglesa dos anos 90 Absolutely Fabulous, o diabo em uma produção de 2004 do musical The Black Rider, escrito por Tom Waits e William Burroughs, e a imperatriz Maria Tereza no Marie Antoinette de Sofia Coppola. Morre com a reputação no lugar depois de altos e baixos e deixando um legado que vai além de sua obra, mostrando a importância da arte de viver.
O desdobramento da fase “Baby Pop”, inaugurada com France Gall, fez com que Serge Gainsbourg funcionasse como um cavalo de Tróia sofisticado para o pop descartável francês. À medida em que seus hits ganhavam o topo das paradas na França, artistas diferentes – e de fora de seu país – começavam a lhe pedir canções. E aos poucos ele começa a diluir a trivialidade de suas canções ingênuas de duplo sentido com os trocadilhos sonoros e jogos de cena de suas composições do período adulto. Um bom ensaio para uma aparição que viria a seguir…
Petula Clark – “O O Sheriff”
Dominique Walter – “Les petits boudins”
Dalida & Serge Gainsbourg : “Rues de mon Paris”
Minouche Barelli – “Boum-badaboum”
Serge Gainsbourg & Anna Karina – “Ne dis rien”
Marianne Faithfull – “Hier ou demain”
Françoise Hardy – “Comment Te Dire Adieu”
Lembrando do nosso querido e bissemanal VF:
– Vida Fodona 12: Air, T-Rex, Vince Guaraldi Trio, Pulp, Sergio Ricardo, Byrds, DJ Assault, Florence Miller, Mulatu Astatke, Lulina, Guab versus Fugazi, Del Rey, Goblin, Snoop Doggy Dogg com Justin Timberlake, Superguidis e Ike & Tina Turner tocando Led.
“Bob Lind” – Pulp
“People in the City” – Air
“Goodies” – Ciara e M.I.A. (Richard X Mix)
“Signs” – Snoop Doggy Dogg, Pharrel e Justin Timberlake
“Todo Mundo Tem Algo a Esconder Exceto Eu e o Meu Macaco” – Superguidis
“As Curvas da Estrada de Santos” – Del Rey
“Snip Snap” – Goblin
“Peanuts Theme Song” – Vince Guaraldi Trio
“Waiting Room (Dub Guab Mix)” – Guab vs. Fugazi
“Everybody’s Been Burned” – Byrds
“Whole Lotta Love” – Ike & Tina Turner
“The Groove I’m In” – Florence Miller
“Yegelle Tezeta”- Mulatu Astatke
“Ghetto Shit” – DJ Assault
“Meu Príncipe” – Lulina
“Emília” – Sérgio Ricardo
“Planet Queen” – T-Rex
– Vida Fodona 13: DJ Q-bert, A Tribe Called Quest, Engenheiros do Hawaii, Jess Saes, Lalo Schiffrin, Marianne Faithfull e Sly + Robbie, Cabaret, Sabotage, Eugenius, Jarvis Cocker e Kid Loco, Bugo, Britta Phillips e Dean Wareham, Graforréia Xilarmônica e Franz Ferdinand e Jane Birkin.
“Easter Bunny” – Eugenius
“Preskool Breakmix – Track 01? – DJ Qbert
“Jazz” – A Tribe Called Quest
“Rap é Compromisso” – Sabotage
“Sopa de Letrinhas” – Engenheiros do Hawaii
“Con Il Cuore Nel Culo” – Bugo
“Eu Gostaria de Matar os Dois” – Graforréia Xilarmônica
“Kelly´s Heroes” – Lalo Schiffrin
“Messias Pessoal” – Cabaret
“Miles and Miles Away” – Jess Saes
“I Just Came to Tell you That I’m Going (Je Suis Venu Te Dire Que Je M’en Vais)” – Jarvis Cocker & Kid Loco
“Lola R. For Ever (Lola Rastaquouère)” – Marianne Faithfull & Sly and Robbie
“A Song For Sorry Angel (Sorry Angel)” – Franz Ferdinand & Jane Birkin
“Ginger Snaps” – Britta Phillips & Dean Wareham
– Vida Fodona 14: Basement Tapes, Céu cantando Bob Marley, Beatniks, Bonnie “Prince” Billy e Tortoise tocando Milton Nascimento, entrevista com Guilherme Werneck, The Galaxies, Fred Wesley, Easy Dub All-Stars, Jamie Lidell, Narinha, nova do Massive Attack, “No, No, No”, Esquadrão Atari, Os Baobás e Flying Burrito Brothers.
“Yazzo Street Scandal” – Bob Dylan & the Band
“Multiply” – Jamie Lidell
“Blow Your Head” – Fred Wesley
“Corrida de Jangada” – Nara Leão
“Jumbo Elektro” – Esquadrão Atari
“Live with Me” – Massive Attack
“The Great Gig in the Sky” – Easy Star All-Stars
“No, No, No” – Dawn Penn
“Concrete Jungle” – Céu
“Do Right Woman” – Flying Burrito Brothers
“I Love You” – Os Baobás
“Fire” – The Beatniks
“Orange Skies” – The Galaxies
“Cravo & Canela” – Bonnie “Prince” Billy & Tortoise
Um dia vira hábito.