Ao anunciar que fariam uma noite mais voltada às canções nesta segunda-feira, dentro de sua temporada 4A no Centro da Terra, a dupla carioca Kartas – formada por Marcela Mara e Zozio e sempre acompanhada por Guilherme Paz e Karin Santa Rosa – apenas estabelecia pontos mais formais e fechados de trocas de andamento, às vezes até subitamente. Na apresentação com a qual abriram a cena, foram acompanhados pelos efeitos do Pacola e do Berna, cada um deles num canto do palco disparando efeitos e ruídos que serviam como texturas para as bordoadas rítmicas do quarteto central, que além de entregar-se ao ritmo robótico e repetitivo por várias vezes, seguiam trocando de instrumentos como nas outras segundas-feiras, acompanhados por timbres específicos quase sempre presentes – a rabeca de Bruno Trchmnn e o trompete piccoli de Marcos Campello, que apareceu em cima da hora sem ser anunciado. Única voz nesta apresentação, Mara ainda teve um momento solo de tirar o fôlego, acelerando átomos nas cabeças de todos os presentes. E eles anunciaram que, na próxima, terão algumas surpresas… Estejam avisados.
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A imersão começou. Com a primeira apresentação do Kartas em sua temporada 4A no Centro da Terra, a dupla carioca formada pela poeta Marcela Mara e pelo baterista Zozio, que desta vez vem acompanhada do tecladista Guilherme Paz e da baixista Karin Santa Rosa, fez o público entrar em um universo de texto e música que abraça tanto o improviso quanto a poesia falada, resvalando no free jazz, no canto livre, no noise, em sons da natureza e no ambient enquanto projetavam imagens no fundo do palco, lentamente hipnotizando os presentes rumo a um túnel de som e sentido que ainda contou com a guitarra frenética de Marcos Campello (que por vezes tocava trompete), o teclado frito de Negro Leo, o discurso dedo na cara de Siddhartha Animaina e o trompete de Talita de Jesus, convidados que entraram em momentos distintos da apresentação e, aos poucos, povoaram o palco ao mesmo tempo para um final de transe extático. Uma noite de tirar o fôlego que é só o começo de um mês de viagens ainda mais intensas.
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Passado o carnaval, retomamos 2019 no Centro da Terra com mais um Segundamente dedicado à música instrumental, quando reunimos quatro expoentes da atual produção brasileira em mais uma temporada Sem Palavras. Na primeira segunda, dia 11 de março, a multiinstrumentista Luísa Putterman se junta ao baixista Arthur Decloedt e ao saxofonista Mateus Humberto no projeto Nó, desconstruindo ao vivo paisagens sonoras e texturas orgânicas e sintéticas, tocadas na hora e sampleadas. Na segunda segunda, dia 18, é a vez da apresentação Desde Até Então que o guitarrista Lello Bezerra – que toca com Siba – toca com o baterista Sérgio Machado, fritando entre o pós-punk, o free jazz e a música brasileira. Depois, dia 25, assistiremos à apresentação do trio de música espontânea Dentaduro, que reúne o vibrafonista Victor Vieira-Branco, o baixista Bernardo Pacheco e o baterista Pedro Silva, mostrando seu Live at the Budokan. A última sessão do Sem Palavras acontece no dia primeiro de abril, quando o guitarrista Marcos Campello, líder dos Chinese Cookie Poets e guitarrista de Ava Rocha, faz sua apresentação solo experimental chamada Viagem Não-linear ao Centro da Abstração em Ruínas. As apresentações, sempre às segundas, começam a partir das 20h. Abaixo, entrevistas que fiz com Luísa Puterman, idealizadora da primeira noite desta temporada com seu projeto Nó, o guitarrista Lello Bezerra, autor do espetáculo da segunda segunda-feira, Desde Até Então, com Bernardo Pacheco, baixista do Dentaduro, que toca na terceira terça-feira, e com Marcos Campello, que fará a última apresentação da temporada.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/sets/no