E por falar nisso, eis uma lista arbitrária, com 25 discos, sem ordem de preferência. Clique nas capas pra ouvi-los.
Dose dupla e um balanço do semestre, antecipando duas semanas fora do ar. Volto em julho, não morram de saudades. Eu volto.
Radiohead – “Staircase”
Washed Out – “Amor Fati”
Cansei de Ser Sexy + Bobby Gillespie – “Hits Me Like a Rock”
Marcelo Camelo + Hurtmold – “Acostumar”
Domenico Lancelotti – “Cine Privê”
Céu + Tulipa + Gui Amabis + Curumin – “Sal e Amor”
Mr. Little Jeans – “The Suburbs”
Metronomy – “The Look”
Vetiver – “Can’t You Tell”
Circo Motel – “Sunshine”
Mopho – “Dani Rabiscou”
Danger Mouse + Danielle Lupi + Norah Jones – “Black”
Destroyer – “Kaputt”
Dorgas – “Loxhanxha”
Junior Boys – “Banana Ripple”
Is Tropical – “The Greeks”
Foster the People – “Color the Walls (Don’t Stop)”
Criolo – “Lionman”
Weeknd – “What You Need”
Chet Faker – “No Diggity”
Toro y Moi – “New Beat”
Architecture in Helsinki – “That Beep”
Beth Ditto + Simian Mobile Disco – “Open Heart Surgery”
Banda Uó – “O Gosto Amargo do Perfume”
Leandro Correa – “One More Avassalador”
Cut Copy – “Take Me Over”
Beastie Boys – “Multilateral Nuclear Disarmament”
Tom Vek – “World of Doubt”
Bonifrate – “Cantiga da Fumaça”
E o La Cumbuca descolou a íntegra do show do Camelo no programa do Maurício Valadares, o Ronca Ronca, pra download. Dá pra baixar tudo aqui. Abaixo, a versão do programa para o dueto “Janta”, desta vez sem Mallu Magalhães.
Marcelo Camelo + Hurtmold – “Janta“ (MP3)
Quarta passada o Bruno me chamou no Gtalk:
– Opa.
– Eae.
– Sabe que quando fala “o Eduardo de camelo” eu SEMPRE lembro do Marcelo Camelo, não consigo dissociar…
– Olha…
– Quê?
– Eduardo = Mallu, Mônica = Camelo!
– Porra, Matias!
– AHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHHAHA! Vai aí, Bruno, faz um mashup, tu que é do vídeo.
– AHAHAHAHAHAHAAHAHAHA, pô, não fode, não tenho tempo, tou fudido.
– Ah, arruma alguém!
– Como?
– Na internets, ué.
– Peraê que eu vou tuitar.
Horas mais tarde:
– O Ariel sugeriu um amigo dele, o Ricardo.
– Vambora?
– Vamo.
E assim nasceu…
Mais um programa, mais papo furado improv-style: falamos sobre o primeiro show do disco novo do Marcelo Camelo, do primeiro disco do Criolo, Instituto e +2, Casa de Francisca, Gui Amabis, Mr. Catra, YouPix e os trolls e até conselhos amorosos. Uma hora e vinte de Vinteonze: isso deve ser um sinal.
Ronaldo Evangelista & Alexandre Matias – “Vinteonze #0006“ (MP3)
Não pode parar!
Doors – “When the Music’s Over”
Hail Social – “Heaven (Designer Drugs Remix)”
Bran Van 3000 – “Drinking in L.A.”
Pavement – “Grounded”
Barbara – “Pursuit of Happiness”
Criolo – “Samba Sambei”
Barbara Eugênia – “A Chave”
Of Montreal – “L’Age D’Or”
Bonifrate – “Vertigem de uma Festa Interestelar”
Seal – “Crazy”
Pata de Elefante – “Arthur”
Destroyer – “Savage Night at the Opera”
Marcelo Camelo – “Vermelho”
Sesc Pompéia @ São Paulo
28 de abril de 2011
Marcelo Camelo – “Tudo Passa”
Depois do debate de ontem (que foi bem legal, depois comento aqui), corri para o Sesc Pompéia pegar o primeiro show de Marcelo Camelo desde… (ele mesmo demorou pra lembrar antes de falar “setembro de”) 2009.
Marcelo Camelo – “Vermelho”
Foi um bom show, com Marcelo bem à vontade para, inclusive, cantar suas músicas dos Los Hermanos com tanta naturalidade e tranquilidade quanto as do disco novo. Não é propriamente um show envolvente – há uma distância de olhar na preguiça de sua performance que sorri para o público em vez de se jogar na emoção, nada que comprometa a apresentação, no entanto. Essa separação entre o artista e seu público diminui claramente nos momentos em que Marcelo surge sozinho no palco, sem o Hurtmold, e pede para o público cantar sozinho enquanto ele apenas toca.
Marcelo Camelo – “A Outra”
Nada relacionado ao Hurtmold, que deixa seu transe jazzístico em segundo plano para se portar perfeitamente como banda de apoio, funcionando como se pudessem traduzir Jack Johnson para o paulistanês ou como se o instrumental de Lulu Santos fosse orgânico como os Novos Baianos. Em momento algum nenhum músico se destaca, todos trabalhando para deixar Camelo bem à vontade – tanto musicalmente quanto no holofote.
Marcelo Camelo – “Vida Doce”
Do meu lado, enquanto filmava, Mallu assistia ao show no canto do palco. Mas seu olhar não era de idolatria, mas de orgulho. Estou esperando tanto esse terceiro disco dela…
Marcelo Camelo e Vanessa da Mata – “Samba a Dois”
O grande momento do show veio ao final, quando Camelo intimou Vanessa da Mata para o palco, quando os dois cantaram a música que abre o Bloco do Eu Sozinho Ventura. Foi um dueto informal, íntimo e familiar, mas me bateu uma estranha sensação de que talvez possamos rever essa cena (com essa mesma música, talvez) nos próximos 10, 20 anos…
Marcelo Camelo – “Acostumar”
E adorei o comportamento do público. Pensei que iria assistir à mais um espetáculo de idolatria típico dos shows dos Hermanos, mas, bem próximo do ídolo (regalias do palco da choperia do Sesc), os fãs de Camelo não se exaltavam… demais. Claro que todo mundo cantou todas as músicas juntos, que o silêncio reinava quando Camelo tocava pianinho e as palmas e os gritos explodiam quando ele as autorizava, mas nada de meninas chorando, um ou outro grito de “lindo!” soltado mais com ironia do que por fanatismo, mas havia uma sensação de familiaridade e reencontro que desce alguns degraus da esfera mega que os Hermanos habitava – um nível de intimidade que Amarante conseguiu logo que começou os ensaios do Little Joy e que, só agora, Marcelo consegue habitar. Talvez também seja culpa da maturidade dos fas que, dez anos depois de “Anna Júlia”, já estão mais comedidos e menos adolescentes…
Voltando a se equilibrar…
Marcelo Camelo – “Acostumar”
Lulina – “13 de Junho”
Lykke Li – Sadness is a Blessing””
Kassin – “Pra Lembrar”
Radiohead – “The Butcher”
Bluebell – “Triz”
Vetiver – “Can’t You Tell”
Wavves – “Horse-Shoes”
Yuck – “Get Away”
Superchunk – “Crossed Wires”
Dean Wareham & Britta Philips – “Night Nurse”
Circo Motel – “Sunshine”
Breakbot + Ruckazoid – “Fantasy”
Daft Punk – “End of Line (Boys Noize Remix)”
Santigold + Karen O – “Go”
Streets – “Trust Me”
Por falar no Dahmer, ele é o letrista de uma das músicas do disco novo do Camelo, chamada “Três Dias”. Nela, o autor da melhor tirinha brasileira atual (a saber, Os Malvados) deixa o cinismo e a acidez de lado e extravasa seu lirismo, que já havia exercitado no magistral Ninguém Muda Ninguém, o melhor livro do ano passado (outro dia falo dele aqui). Eis a letra de Dahmer:
Se faltar carinho, ninho
Se tiver insônia, sonha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais
Se encontrar algum destino
Para solidão tamanha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais
Se faltar carinho, ninho
Se tiver vontade, chama
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais
Se você ficar sozinho
Pega a solidão e dança
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais
Desaparecer no vento
E acordar num outro instante
Nó na imensidão do tempo
Dor do sentimento faz
Mas se faltar a paz
Se faltar a paz
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais
“Há pessoas muito burras, não há sinestesia. Falo algo assim e a pessoa (faz um risinho afetado e bobo com a mão na boca): “Ih, olha o doidão”. Hoje a arte é vista com um olhar que busca o pitoresco. O portal tem a notícia do elefante que morreu entalado com um avestruz no rabo e procura o que no meu disco pode entrar ali do lado. Apareci três vezes no “Fantástico”: quando fui agredido por Chorão, quando comecei a namorar a Mallu e quando Jim Capaldi gravou “Anna Júlia” – lista Camelo, que também reage a quem vê no seu trabalho um louvor ao precário. – Não gosto é da maquiada, de dar à coisa um ar de supercoisa. Tom Zé diz que faz sua música porque é incapaz de fazer outra. Eu também poderia dizer isso, mas não é só. Porque não sei fazer o que o Black Eyed Peas faz, mas também não quero. O que uns entendem como ode à precariedade pode ser ode à humanidade, à incompletude. Ou à verdade, se é que ela existe”
Marcelo Camelo, nO Globo.