A marca do Pantera
Os rappers Emicida e Tassia Reis, o publicitário Ian Black, o sociólogo Tulio Custodio e a advogada Mayara Souza, do grupo Negras Empoderadas, falam sobre a importância do novo filme da Marvel do ponto de vista da representatividade negra, em uma reportagem que fiz para a revista Trip:
Todos concordam que o filme faz parte de uma tendência maior, que torcem para continuar em voga. “Vai ser incrível poder contar nossas histórias sem os nossos estereótipos, esse peso que o racismo nos coloca para que as pessoas tenham um lugar”, continua Tássia. “Mas falando só de filmes de super-herói, já é muito interessante porque são anos de ausência de representatividade, que pra muita gente pode parecer besteira, porém, só quem cresceu tendo que se enxergar em outros personagens sabe como é. Essa infância que pode ir no cinema e ver essa história, já fica com um pingo de esperança para seguir.”
“Para quem sempre viu seus pares em papéis secundários e toda a sorte de ausência de protagonismo — “black dude dies first”, já dizia o trope —, Pantera Negra aparece como um contêiner de compensações, com um herói e tudo o que o cerca com o mesmo peso só visto em heróis brancos como Thor, Homem-Aranha, Homem de Ferro e Capitão América”, comemora Ian.
Tulio arremata que o filme não é o início de uma fase e, sim, o fim de outra. “O filme — e a importância que vem adquirindo na sua divulgação —, é consequência de um movimento anterior ter fortalecido tanto por outras produções, como a série Luke Cage, debates públicos e o riquíssimo material criado por ‘independentes’, como Issa Rae, na série Insecure, e Donald Glover, na série Atlanta.”
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