Maglore na pista

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A banda baiana Maglore entra em 2019, o ano em que completa 10 anos em atividade, lançando a deliciosa “Me Deixa Legal” remixada pelo produtor paulista Deeplick. É aquele remix que só realça as qualidades da música pra deixá-la pronta para o calor desse verão.

Vida Fodona #562: As 75 melhores músicas de 2017

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Depois de um tempo offline, mais de cinco horas de músicas do ano passado.

Taylor Swift – “Look What You Made Me Do”
MC G15 – “Cara Bacana”
Simone & Simaria + Anitta – “Loka”
Missy Elliott + Lamb – “I’m Better”
Xx – “Say Something Loving”
Phoebe Bridgers – “Motion Sickness”
Katy Perry – “Chained To The Rhythm”
Frank Ocean – “Provider”
Anelis Assumpção – “Receita Rápida”
Nill – “Minha Mulher acha que eu sou o Brad Pitt”
MC Fioti – “Bum Bum Tam Tam”
Busy P + Mayer Hawthorne – “Genie”
Elo da Corrente + Geovana – “Mariana”
Arcade Fire – “Creature Comfort”
Criolo – “Menino Mimado”
Gorillaz + Popcaan – “Saturnz Barz”
MC Kevinho + Wesley Safadão – “Olha a Explosão”
Lana Del Rey + The Weeknd – “Lust for Life”
Four Tet – “Planet”
Washed Out – “Get Lost”
N*E*R*D + Rihanna – “Lemon”
Dua Lipa – “New Rules”
Major Lazer + Anitta + Pabllo Vittar – “Sua Cara”
Beck – “I’m So Free”
Paramore – “Hard Times”
Nego do Borel + Anitta + Wesley Safadão – “Você Partiu Meu Coração”
Lana Del Rey – “Love”
Criolo – “Lá Vem Você”
Cardi B – “Bodak Yellow”
Lorde – “Green Light”
Pabllo Vittar – “K.O.”
Audac – “Hollanda”
Luiza Lian – “Oyá”
Giovani Cidreira – “Vai Chover”
Don L + Diomedes Chinaski – “Eu Não Te Amo”
Frank Ocean – “Chanel”
Tyler the Creator + Frank Ocean – “911” / “Mr. Lonely”
Otto – “Soprei”
Rincon Sapiência – “Ponta de Lança (Verso Livre)”
Anitta – “Paradinha”
Floating Points – “Ratio”
Haim – “Want You Back”
Elza Soares + Pitty – “Na Pele”
Rodrigo Ogi + Marcela Maita – “Nuvens”
Kendrick Lamar – “DNA”
Letrux – “Além de Cavalos”
Ed Sheeran – “Shape of You”
Giovani Cidreira – “Movimento da Espada”
Charlotte Gainsbourg – “Deadly Valentine (Soulwax Remix)”
Rakta – “Rodeados pela Beleza”
Courtney Barnett + Kurt Vile – “Let it Go”
Lorde – “Perfect Places”
Fleet Foxes – “Third of May / Odaigahara”
Maglore – “Clonazepam 2 Mg”
The War on Drugs – “Thinking of a Place”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
LCD Soundsystem – “How Do You Sleep?”
Brian Eno + Kevin Shields – “Only Once Away My Son”
Metá Metá – “Odara Elegbara”
Rincon Sapiência – “Crime Bárbaro”
Far From Alaska – “Cobra”
Flora Matos – “Perdendo o Juízo”
Thundercat – “Friend Zone”
Spoon – “Hot Thoughts”
Boogarins – “Foimal”
Kamasi Washington – “Truth”
Kelela – “LMK”
Kendrick Lamar – “Humble”
Rincon Sapiência – “Meu Bloco”
Baco Exu do Blues – “Te Amo Disgraça”
Tim Bernardes – “Ela”
Letrux – “Que Estrago”
Kiko Dinucci + Juçara Marçal – “Chorei”
Angel Olsen – “Special”
Chico Buarque – “As Caravanas”

Tem também no Spotify com as músicas que têm no Spotify:

Aliás, siga-me no Spotify por aqui.

Maglore no Centro Cultural São Paulo

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O grupo baiano Maglore lança seu excelente Todas as Bandeiras em dois shows no Centro Cultural São Paulo neste sábado (às 19h) e domingo (às 18h). Mais informações aqui.

As 75 melhores músicas de 2017: 22) Maglore – “Clonazepam 2 Mg”

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“Mas é normal: dor de amor e contas pra vencer”

Os melhores discos de 2017: 19) Maglore – Todas as Bandeiras

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“A força é essa!”

25 discos brasileiros para o segundo semestre de 2017

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Eis os 25 brasileiros escolhidos na categoria melhor disco do segundo semestre deste ano pelo júri da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte.

1) Apanhador Só – Meio Que Tudo é Um
2) Baco Exu do Blues – Esú
3) Barbara Eugenia e Tatá Aeroplano – Vida Ventureira
4) Chico Buarque – Caravanas
5) Djonga – Heresia
6) Edy Star – Cabaré Star
7) Far From Alaska – Unlikely
8) Flora Matos – Eletrocardiograma
9) Guilherme Arantes – Flores e Cores
10) João Bosco – Mano Que Zuera
11) Letrux – Em Noite De Climão
12) Linn da Quebrada – Pajubá
13) Maglore – Todas as bandeiras
14) Nação Zumbi – Radiola NZ
15) Negro Leo – Action Lekking
16) Nina Becker – Acrílico
17) Os Paralamas do Sucesso – Sinais do Sim
18) Otto – Ottomatopeia
19) Pato Fu – Música de Brinquedo 2
20) Paulo Miklos – A Gente Mora No Agora
21) Rimas & Melodias – Rimas & Melodias
22) Rodrigo Ogi – Pé no Chão
23) Tiê – Gaya
24) Tim Bernardes – Recomeçar
25) Vitor Ramil – Campos Neutrais

É a segunda lista de discos que soltamos este ano – a do primeiro semestre pode ser lida aqui. O júri é composto por mim, José Norberto Flesch e Marcelo Costa e o Pedro a publicou em primeira mão linkando todos os discos para ouvir em seu blog no Estadão.

Vida Fodona #559: Um upgrade, né?

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Retomando a periodicidade…

Holy Fuck – “Red Lights”
Angel Olsen – “Specials”
Electrelane – “The Valleys”
Maglore – “Quando Chove no Varal”
Metá Metá – “Angoulême”
Hüsker Dü – “Pink Turns to Blue”
Hüsker Dü – “She Floated Away”
Hüsker Dü – “Never Talking to You Again”
Hüsker Dü – “Green Eyes”
Hüsker Dü – “She’s A Woman (And Now He Is A Man)”
Hüsker Dü – “Turn on the News”
Deee-Lite – “Deee-Lite Theme”
BaianaSystem + Titica – “Capim Guiné”
Glue Trip – “La Edad Del Futuro”
Tatá Aeroplano + Bárbara Eugenia – “Luz no Fim do Mundo”
Tim Bernardes – “Ela Não Vai Mais Voltar”
Rimas & Melodias – “Origens”
Baco Exu do Blues – “Te Amo, Disgraça”
Flora Matos – “Perdendo o Juízo”
Bonifrate – “Lei de Remédios”
Depeche Mode – “Heroes”
Courtney Barnett + Kurt Vile – “Continental Breakfast”
Gus Gus – “Polyesterday”
Neil Young – “Ride My Llama”
The National – “Nobody Else Will Be There”

Maglore: Todas as Bandeiras

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Fui convidado pela banda Maglore para escrever sobre seu recém-lançado Todas as Bandeiras, seu disco mais coeso.

Maglore – Todas as Bandeiras

O século vinte e um parece estar virando o mundo do avesso. São tantas mudanças, rupturas, surpresas, sustos, tragédias e revoluções acontecendo simultaneamente que todos temos a nítida sensação de não estarmos entendendo nada, à medida em que vemos os referenciais que ajudaram a nos entender como gente desfazendo-se entre novos comportamentos, novas tecnologias e novas visões de mundo.

Essa sensação de despertencimento não é estranha à carreira do Maglore. Rock demais para quem gosta de música pop, pop demais para quem gosta de rock; líricos demais para quem gosta de peso e barulhentos demais para os mais poéticos, mainstream para os que não gostam de música comercial e underground para os que fazem pouco do mercado alternativo, o grupo baiano também encontra-se num limbo etário – é o irmão caçula de uma geração de artistas que se firmou nos últimos dez anos e é o irmão mais velho de uma nova geração de bandas que vem se estabelecendo de alguns anos para cá. Mas isso não desencoraja o público, cada vez maior e mais ávido pelas considerações levantadas pela banda em seus shows, em suas músicas, em seus discos.

E no início deste ano passou por uma turbulência interna que a obrigou a reinventar-se a partir da saída do baixista Rodrigo Damati, que deixou a banda sem atritos pouco antes da gravação do sucessor de III, o primeiro trabalho da banda como um trio. À sua saída, o líder e principal compositor da banda, o guitarrista e vocalista Teago Oliveira, achou que era hora da banda voltar a ser um quarteto, convocando o ex-integrante Lelo Brandão, o Lelão, para assumir a segunda guitarra e convidando o guitarrista mineiro radicado em São Paulo Lucas Oliveira, da banda Vitreaux, para assumir o baixo. A bateria, como sempre, ficou com Felipe Dieder.

O novo repertório já estava composto antes da mudança na formação, o que obrigou o grupo a reinventar-se musicalmente sobre as novas canções. Mas o que parecia um processo que poderia ser conturbado na verdade funcionou como um choque de realidade que fez a banda chegar a seu disco mais preciso e definitivo.

Todas as Bandeiras, seu quarto álbum, é o momento em que as indecisões anteriores parecem ter cessado para chegar ao ápice da própria sonoridade, melancólica e esperançosa ao mesmo tempo. É sua obra mais madura, mais autoral e até mesmo mais política, embora as bandeiras citadas no título não tenham vertente ideológica, falando sobre verdades e buscas pessoais do que falam sobre a política de fato – a individual.

Todas as Bandeiras abre com sua principal assinatura sonora: o casamento das guitarras de Teago e Lelão, senssentistas, cruas e quase sem efeitos de distorção, sendo que o vocalista empunha um instrumento de doze cordas. O timbre dos dois instrumentos é solar e inspirador, acalentando o ouvinte para as letras nada felizes do vocalista. “Aquela Força”, a primeira faixa, parceira de Teago com o mineiro Luiz Gabriel Lopes, da banda Graveola, fala de superação pessoal sem maniqueísmos simplistas, usando belas imagens para retratar a sensação que quer passar: “Conservar a força que faça crer que o futuro seja nosso amigo/ A mesma força que tem o grito do tigre quando corre perigo/ A fé e a força que a águia tem no alto quando vai mergulhar/ A força é essa.” Enquanto descreve este sentimento, a banda cresce em volume e peso até chegar aos versos que talvez resumam a sensação do álbum: “Você só vai saber vivendo/ Você só vai saber sendo”, canta, arrebatador, Teago.

É essa política individual que o grupo busca por todo o disco, seja na dançante faixa-título (“O tempo passa e o herói fica sozinho/ Mas em qual herói devo acreditar?”), na excelente “Clonazepam 2mg”, feita para a estrada (“O problema é o passado que bagunça a nossa visão e a noção de tempo e espaço”) ou na praiana “Você Me Deixa Legal”, com seus “uh-uhs” entre a Bahia e o Havaí. O onipresente timbre cristalino das guitarras inevitavelmente remete ao pós-punk mais melódico dos anos 80, a psicodelia dos anos 60 e a primeira surf music, mas também ecoa a guitarra baiana e a melodia elétrica dos Novos Baianos.

As deliciosas “Jogue Tudo Fora” e “Hoje Vou Sair” são irmãs conceituais e ambas falam de mudança – a primeira vira a mesa da vida e a segunda vira a mesa do dia. E até as tristes “Eu Consegui” (“eu consegui perder meu grande amor”) e “Quando Chove no Varal” (“O seu rosto tá sumindo…”) ganham ares de redenção, a primeira ao resvalar no breque do samba, a segunda nos ecos esperançosos dos acordes. “Calma” e “Valeu, Valeu!” encerram Todas as Bandeiras certas da missão cumprida.

Um trabalho multifacetado mas coeso, que contou apenas com dois agentes externos na gravação, repetindo a produção da dupla formada pelo guru do pop brasileiro deste século Rafael Ramos e o produtor – e único músico de fora da banda em Todas as Bandeiras – Leonardo Marques, os mesmos do álbum antecessor, no estúdio carioca Tambor. A mixagem ficou por conta de Otávio Carvalho, no estúdio Submarino Fantástico e a masterização é de Felipe Tichauer, feita no Redtraxx Music, na Flórida. A arte de Azevedo Lobo, que forma imagens a partir de cores diferentes, espalha-se pelas páginas do encarte e por sua capa, mostrando que diferentes tonalidades podem coexistir sem atrito. Um resumo da conexão perfeita encontrada pela banda no disco que consagra sua maturidade e abre um novo capítulo em sua saga. Os fãs, atentos, se identificam e agradecem.

Vida Fodona #558: Tava com saudade?

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De volta, finalmente.

Chris Forsyth + The Solar Motel Band – “Dreaming In The Non-Dream”
LCD Soundsystem – “How Do You Sleep?”
Negro Leo – “Lek Lover”
Olivia Tremor Control – “I Have Been Floated”
Cream – “Dreaming”
Nina Becker – “Voo Rasante”
Neil Young – “Pocahontas”
Boogarins – “Foimal”
Deerhoof – “Small Axe”
Can – “Vitamin C”
Can – “Mother Sky”
Can – “Future Days”
Boards of Canada – “Cold Earth”
Maglore – “Me Deixa Legal”
Led Zeppelin – “Down By the Seaside”
Sérgio Sampaio – “Não Tenha Medo Não! (Rua Moreira, 65)”
Creedence Clearwater Revival – “Bad Moon Rising”
Taylor Swift – “Look What You Made Me Do (Boss in Drama)”

Maglore 2017: “A gente vive muita fantasia”

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A banda baiana Maglore está prestes a lançar seu quarto disco, o ótimo Todas as Bandeiras, e antecipou o single da sossegadíssima “Você Me Deixa Legal” em primeira mão para o Trabalho Sujo. Guitarras praianas, uma vibe entre George Harrison e Conan Mockassin e uma letra que pede calma nestes tempos belicosos – tema, aliás, que atravessa todo o álbum, que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira. O vocalista, guitarrista e principal compositor da banda, Teago Oliveira, fala sobre a faixa escolhida: “É uma canção antiga que fiz ao observar essa coisa frenética de hoje: a quantidade de informação pra assimilar e a forma talvez plástica com que a gente lida com isso, com esse ambiente de embate. Ao mesmo tempo acho que ela tem uma vibe “cool” e popular, essa coisa de apesar disso tudo, dá pra ficar legal”, ri.