Mad Max versão cromo

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George Miller lança a versão em preto e branco para o quarto volume de sua saga pós-apocalíptica – comentei sobre a nova versão lá no meu blog no UOL.

“Witness!” Finalmente está entre nós a esplendorosa e visionária versão em preto e branco do western moderno Mad Max: Estrada da Fúria – e não feita por um fã em cima de um boato, mas por seu próprio diretor. Especulada como uma excentricidade do criador da série Mad Max, a versão “Black and White Chrome” de um dos melhores filmes da década era, na verdade, a primeira opção do diretor para retomar sua grife dos anos 80.

Ao receber a negativa do estúdio, Miller foi para o extremo oposto e torrou a intensidade das cores do filme para os tons de laranja e azul mais fortes que pode filmar, definindo, nas duas tonalidades, a essência do deserto (a areia, o céu e mais nada), além de ironizar a predileção dos filmes comerciais atuais por paletas de cores que forçam bastante a saturação. O filme foi um sucesso muito maior do que todos podiam esperar e o diretor pode então transformar sua versão original em realidade, que já pode ser assistida em streaming no site da Amazon e que chega à versão física no inicio de dezembro. O trailer abaixo compara as duas versões para mostrar que o trabalho não é como assistir um filme colorido em uma TV preto e branco.

Mad Max sem pós-produção

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Cenas com a edição crua das cenas de Mad Max: Fury Road, sem efeitos especiais, estão à altura dos primeiros filmes da série – postei o vídeo com um resumo delas lá no meu blog no UOL.

Entre os extras que virão na caixa que reunirá todos os quatro filmes de Mad Max está essa magnífica sequência de cenas extraídas do quarto filme da série, o eletrizante Mad Max: Fury Road, que o revelam sem os efeitos especiais digitais acrescentados na pós-produção. Mas ao contário do que poderia se supor (como, por exemplo, aconteceu com o primeiro filme solo do mutante Wolverine, que vazou antes de ser lançado justamente sem os efeitos de computação gráfica e revelou-se ridículo), o filme que o mestre George Miller lançou no ano passado mostra todo o DNA dos filmes originais da série, filmados na raça e no começo dos anos 80, quando os efeitos digitais ainda engatinhavam. Olha só:

https://www.youtube.com/watch?v=ent02yItm60

O motivo é simples: Miller optou por basear grande parte das cenas de ação de seu filme com efeitos práticos e a computação gráfica entrou mais como uma arte final sobre cenas que realmente foram filmadas – e não desenhadas na tela de um computador de uma equipe de designers. Agora resta saber se a caixa com os quatro Mad Max em Blu-ray, que ainda não tem previsão de quando será lançada, trará a versão do diretor do filme de 2015, que queria filmar Mad Max como um filme em preto e branco e quase sem diálogos.

Mad Max 8-Bit

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Fury Road recebe o já clássico tratamento retrô digital do pessoal do Cineflx, saca só:

Mad Max no Egito

O ilustrador japonês Takumi recriou todo o quarto filme da série Mad Max como se fosse uma história contada nas paredes do Egito Antigo.

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Madventure Time!

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O encontro entre Adventure Time e o novo Mad Max era inevitável, dizaê.

Alguém me mandou esse vídeo mas não se identificou. De qualquer forma, valeu.

Deu a Louca no Mad Max

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O que acontece quando você mistura o áudio do novo Mad Max com imagens do clássico da comédia Deu a Louca no Mundo? Se você for um ás da edição como este Ezequiel López a resposta é fácil: mashup magic!

A Estrada da Fúria de Buster Keaton

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Escrevi sobre os pontos em comum entre o novo Mad Max e o clássico do cinema mudo A General, de Buster Keaton lá no meu blog no UOL.

Se o novo Mad Max tivesse sido feito nos anos 80

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Era inevitável: recriar um trailer fictício para o Mad Max: Estrada da Fúria no estilo anos 80 que consagrou os três primeiros filmes da saga. Mas tanto quanto inevitável esse remix ficou meio preguiçoso – e com certeza alguém fará um melhor. A ideia já foi materializada…

O que o novo filme do Mad Max realmente redefine

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Muita gente empolgada com o novo filme do Mad Max não sem motivo: é uma montanha russa de ação, sordidez e violência, o longo vai-e-volta das diligências no velho oeste norte-americano agora ambientado num deserto pós-apocalíptico em que um vilão de desenho animado manipula um exército Slipknot com base no medo e na escassez. O fato de ter sido concebido e dirigido pelo mesmo autor dos três primeiros filmes é mais importante do que a mudança do ator que faz o protagonista original (Tom Brady em vez de Mel Gibson) e o ritmo frenético e desenfreado do filme garante a pilha absurda que todos buscamos quando assistimos a filmes de ação.

Mas não é um novo marco zero para os filmes de ação como muitos vêm alardeando. Não compara-se a outros filmes que realmente redefiniram o gênero, como os filmes de James Bond, Bullit, Operação França, os Indiana Jones, Comando para Matar, os Exterminador do Futuro, os Duro de Matar ou o primeiro Matrix. Outros filmes menores recentes, que não tiveram um décimo do impacto deste novo Mad Max, são bem mais importantes nesse sentido: o sangue frio e a sede de vingança do John Wick vivido por Keanu Reeves em De Volta ao Jogo (um filmaço que ninguém deu a menor bola) ou a homenagem de Matthew Vaughn e Mark Millar aos filmes clássicos de espião em Kingsman: Serviço Secreto são bem mais transgressores dentro do gênero do que esse Estrada da Fúria. Até os dois psicóticos e hilários Adrenalina de Jason Statham vão mais além do que as perseguições no deserto do filme de George Miller.

O que é realmente transgressor neste novo Mad Max é a redefinição do papel feminino em filmes de Hollywood.

Ele passa fácil em um teste feminista chamado o Teste de Bechdel, criado a partir de uma história da quadrinista Alison Bechdel (a mesma de Fun Home), em que são feitas três perguntas básicas sobre alguma obra – filme, série, livro, HQ etc. – para ver se o filme realmente retratam as mulheres como personagens ou meras escadas românticas ou sexuais para os protagonistas homens. Para passar no teste, a obra deve responder afirmativamente a três pressupostos.

Deve ter pelo menos duas mulheres.
Elas conversam entre si.
Sobre outro assunto que não seja um homem.

Vários filmes – principalmente os mais recentes – passam nesse teste, grande parte deles raspando, mas a discrepância do Mad Max atual com os filmes anteriores é brutal a ponto do próprio protagonista do filme ser usado mais como um McGuffin para guiar a trama do que como propriamente um herói – este papel é de Charlize Theron, a implacável Imperator Furiosa que conduz o filme com – literalmente – punho de ferro. Sem me aprofundar muito, indico esse texto da Larissa Palmieri sobre esta e outras qualidades do novo Mad Max, além do tumblr Hey Girl (de onde saiu a foto que ilustra esse post), em que um Mad Max sensível entende perfeitamente os dramas de sua parceira de fuga.

Mario Max

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Se o novo Mad Max tivesse uma pitada de Mario Kart – ou vice-versa – talvez teríamos algo um pouco mais inusitado…