Um Inferninho celestial

A maior edição do Inferninho Trabalho Sujo, que aconteceu nesta quinta-feira, também foi uma experiência auditiva. Se nas outras edições privilegiávamos o calor humano de um espaço pequeno em que bandas poderiam aquecer ainda mais a noite com o volume de seu som, desta vez trazendo para o palco de pé direito alto da Casa Rockambole optamos por uma edição celestial em que a sensibilidade e a delicadeza estivessem em primeiro plano, sem que isso diminuísse a temperatura da noite. E o crescendo musical e energético que começou com voz e violão e acabou com uma banda de rock fez o público subir a expectativa cada vez a cada nova apresentação, devidamente saciada após cada um dos shows.

Assista abaixo:  

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Sessa, Tangolo Mangos, Marina Nemesio, Luiza Villa, Tori e Júlia Guedes

A primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo de setembro é das grandes! Vamos reunir cinco shows na próxima quinta-feira, dia 5, na Casa Rockambole. Quem abre a noite é a novata paulistana Luiza Villa, mostrando suas primeiras composições solo, seguida do encontro das cantoras sergipana e mineira Tori e Júlia Guedes, misturando os próprios repertórios. Depois é a vez de Marina Nemesio mostrar as músicas que farão parte de seu primeiro disco solo. E ainda temos a banda baiana Tangolo Mangos encerrando uma extensa turnê que fizeram pelo Brasil no útlimo mês, antes da atração que fecha a noite, quando Sessa sobe ao palco para mostrar as músicas de seu disco mais recente, depois de fazer uma turnê pela Europa. Entre os shows, duas duplas discotecam: primeiro Lina Andreosi e Clara Bright e depois eu e a Francesca Ribeiro, deixando a noite ainda mais quente e fluida. A Casa Rockambole fica na Rua Belmiro Braga, 119, em Pinheiros, os shows começam a partir das 19h e os ingressos podem ser comprados neste link.

A expansão do Inferninho Trabalho Sujo

A novidade do segundo ano do Inferninho Trabalho Sujo é que a festa vai para além do Picles. Dedicada a apresentar novas bandas às que já existem, criei a festa há um ano transformando as sextas-feiras do Picles numa incubadora de talentos que mistura tanto artistas iniciantes quanto outros já estabelecidos para aproveitar o calor da cena musical brasileira pós pandemia. Em seu primeiro ano, a festa já já contou com artistas novíssimos como Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Pelados, Varanda, Os Fadas, Monch Monch, Madre, Tangolo Mangos, Desi e Dino, Janine, Mundo Vídeo, Boca de Leoa, Odradek, Fernê, Madrugada, Cianoceronte, Schlop, Monstro Bom, Manu Julian, Celacanto, André Medeiros Lanches, Ondas de Calor, Skipp is Dead, Lauiz, Fernanda Ouro, Grisa e Tiny Bear e nomes já consagrados da cena independente brasileira como Ava Rocha, Yma, Grand Bazaar, Test, Patife Band, Di Melo, Rafael Castro, Tagore, Lulina, Garotas Suecas, Filarmônica da Pasárgada, Xepa Sounds de Thiago França, Luna França, Laurie Briard, entre outros. E a partir deste mês começo a explorar novas casas de shows, novos formatos e horários para espalhar a palavra do Inferninho por aí. A primeira delas acontece neste sábado, dia 17, no Porta, quando recebemos a banda Celacanto. No dia 23, uma sexta, seguimos no Picles trazendo o tradicional show anual da Fernê ao lado da banda Monstro Bom, que está lançando seu disco de estreia. Na sexta seguinte, dia 30, vamos pro Cineclube Cortina, quando teremos o lançamento do segundo disco da banda catarinense Exclusive os Cabides, Coisas Estranhas, com abertura da banda paulistana Os Fonsecas (ingressos à venda por aqui). E na outra quinta-feira, dia 5 de setembro, fazemos uma versão ainda maior na Casa Rockambole, trazendo os trabalhos das cantoras Luiza Villa, Marina Nemésio, Tori e Júlia Guedes, a banda Tangolo Mangos e o grande Sessa (ingressos à venda neste link). Em todas as apresentações estarei sempre bem acompanhado na discotecagem com as queridas Francesca Ribeiro, Lina Andreosi, Pérola Mathias e Bamboloki, que me ajudam a deixar essa nova fase ainda mais quente. Vamos?

Um passo importante

Casa cheia para assistir Ana Spalter dar um importante passo em sua primeira apresentação no Centro da Terra nesta terça-feira. Em meio às gravações de seu disco de estreia, ela trouxe a banda que já a acompanha (o guitarrista Johnny Accetta, o tecladista Michael O’Brien, o baixista Pedro Petrucci e o baterista Leo de Braga) e a turbinou com a entrada de um percussionista (Bruno Tonini) e duas luxuosas vocalistas de apoio (as maravilhosas Fernanda Ouro e Luiza Villa), criando roteiro, direção de arte e estética para contar a história de seu primeiro álbum num espetáculo chamado Coisas Vêm e Vão. Trocando poucas palavras com o público na primeira metade do show, ela passeou por um repertório influenciado especificamente pelo cânone clássico da MPB para depois receber dois convidados, a saxofonista Mariana Oliveira e seu comparsa Felipe Távora, com quem faz apresentações ao vivo em dupla – e com quem teve um dos momentos mais bonitos da noite, quando dividiram os vocais em duas baladas, acompanhados apenas por Ana ao violão. A partir daí deu para perceber que Ana ficou mais à vontade e encerrou a noite mais uma vez com a banda completa, concluindo bem sua proposta: inaugurar uma nova fase em sua própria carreira.

Assista abaixo:  

Ana Spalter: Coisas Vêm e Vão

Quem toma conta desta terça-feira no Centro da Terra é a cantora, compositora e musicista paulistana Ana Spalter, que apresenta o espetáculo Coisas Vêm e Vão como um aquecimento ao vivo de seu primeiro disco solo, que está em fase de finalização. Na apresentação ela expande sua banda para além da formação com a qual já trabalha e além de contar com guitarra (Johnny Accetta), teclados (Michael O’Brien), baixo (Pedro Petrucci) e bateria (Leo de Braga), também conta com percussão (Bruno Tonini) e vocais de apoio (com Fernanda Ouro e Luiza Villa), além de contar com as participações de Mariana Oliveira (no saxofone) e Felipe Távora (nos vocais). O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Luiza Villa: “You don’t know what you’ve got ‘til it’s gone”

Luiza Villa voltou ao palco do Blue Note nesta terça-feira para celebrar sua reverência a Joni Mitchell e algumas pequenas mudanças no show mudaram completamente a dinâmica da noite. O primeiro veio por um problema técnico, que impossibilitou que o jovem maestro Pedro Abujamra usasse seu teclado, deixando-o à vontade com o piano da casa, dando uma súbita elegância que os timbres elétricos do teclado ofuscam dos arranjos da compositora canadense. O outro detalhe foi caso pensado, quando Luiza passou a tocar menos guitarra ou violão – embora ainda siga tocando-os em momentos-chave da noite -, deixando-a mais solta para improvisar com sua voz e sua presença de palco. Os dois estavam o tempo todo próximos do resto da Orfeu Menino – a banda que os cinco têm juntos, completa pela guitarra de Tomé Antunes (que decidiu tocar de pé desta vez), o contrabaixo solista de João Pedro Ferrari e a bateria de Tommy Coelho, agora com congas -, deixando o show ainda mais elétrico e direto no ponto, na melhor apresentação que vi do grupo até agora.

Assista abaixo:  

Mais Joni Mitchell?

A cantora e compositora paulistana Luiza Villa mais uma vez traz sua homenagem à grande mestra do folk Joni Mitchell para o palco do Blue Noite de São Paulo. Na nova apresentação do espetáculo Both Sides ela segue acompanhada dos mesmos músicos que a acompanham – Pedro Abujamra (piano e teclados), Tomé Antunes (guitarra), João Pedro Ferrari no baixo, e Tommy Coelho na bateria = e repassa clássicos do repertório da cantora canadense, como “Free Man in Paris”, “Little Green”, “Cactus Tree”, “Big Yellow Taxi”, “Hejira”,“Coyote”, “Help Me”, “In France They Kiss on Main St” e “The Hissing of Summer Lawns”, além de algumas surpresas. A apresentação é mais uma vez dirigida pelo jornalista e curador de música Alexandre Matias e acontece no dia 23 de julho, a partir das 22h30. O Blue Note fica na Av. Paulista, 2073 (entrada pelo Conjunto Nacional) e os ingressos já podem ser comprados neste link.

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Quinta sensível

E depois da aula corre pro Porta Maldita que estava lotado para ver dois talentos em ascensão da música local tocar suas músicas delicadas com acompanhamentos sutis. Primeiro foi a vez de Luiza Villa fazer sua primeira apresentação solo, quando mostrou suas primeiras composições além de versões para músicas alheias, indo de Gilberto Gil à sua familiar Joni Mitchell, passando por uma versão deslumbrante para “If a Tree Falls in Love with a River”, de Lau Noah e Jacob Collier, quando abriu vozes com sua irmã Marina, e “Tristeza do Jeca”, que dividiu com o dono do segundo show da noite, Lucca Simões.

Depois Lucca subiu ao palco para mostrar suas delicadas canções, conduzidas por sua voz suave e guitarra clara. Suas composições cresceram ainda mais com a bela banda que reuniu, com Eduarda Abreu nos teclados, Chico Bernardes na bateria e Lucas Gonçalves no baixo, partindo do folk e da MPB que impulsiona sua criação abraçando ao mesmo tempo tanto um rock setentista quanto uma pitada de jazz elétrico. Bem bonito.

Assista abaixo:  

Entrelaçando repertórios

Ana Spalter e Felipe Távora entrelaçaram instrumentos, vozes e repertórios nesta quarta-feira, ao fazer a primeira apresentação em dupla no Teatro da Rotina. Com a casa lotada, os dois passearam pelas próprias canções, encontrando pontos em comum entre melodias e temas e reduzindo os arranjos quase sempre a um violão e um teclado, pilotados respectivamente por Felipe e Ana, que também encontraram-se no bom humor (com algumas piadas infames) com o qual conduziram a noite. Numa apresentação minimalista e delicada, os dois cativaram o público presente, fazendo-os cantarem trechos de músicas que sequer conheciam. E além das próprias composições, passearam por músicas de Gilberto Gil (“Drão”) e Edu Lobo (“Zum-zum”), esta última dividida com a voz fantástica de Luiza Villa. Os dois encerraram a apresentação cantando “Gosto Meio Doce”, música de Távora que foi imortalizada pela dupla Nina Maia e Chica Barreto.

Assista abaixo:  

Trabalho Sujo apresenta: Orfeu Menino

No ano passado, Luiza Villa, Pedro Abujamra, Tomé Antunes, João Chão e Tommy Coelho celebraram a obra de Joni Mitchell no espetáculo Both Sides Now, puxado pela vocalista que sugeriu a homenagem, e agora os cinco voltam a focar no trabalho de sua banda, Orfeu Menino, que mostra sua nova fase em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta, idealizada pelo jornalista Alexandre Matias. Inspirados pela bossa nova e pelo jazz brasileiro dos anos 60 e 70, eles também têm influência de samba, MPB, jazz e folk norte-americano e começam a mostrar suas primeiras músicas autorais. O grupo faz dançar sem perder a complexidade do jazz e da música brasileira e depois de tocar em festas e pequenos clubes de São Paulo, começam esta nova fase reunindo suas próprias composições reunindo um repertório já estabelecido, que vai de Tom Jobim a Rita Lee, passando por João Bosco e George Benson. A apresentação acontece nesta quarta-feira, no Clube Redoma (Rua Treze de Maio, 825, Bixiga), a partir das 21h, e a noite terá discotecagem do DJ Benni. Os ingressos podem ser comprados neste link.