
Depois de uma semana intensa de shows históricos, fui terminar o domingo bem de boinha (com metade da zona oeste paulistana) no Parque da Luz, que comemorou seu aniversário de 200 anos junto com os 120 anos da Pinacoteca de São Paulo num evento diurno que terminou com o reencontro de Luiza Lian com o Bixiga 70 num show ao ar livre. Dessa vez Luiza não contou com seu fiel escudeiro Charles Tixier (que assistia ao show feliz da plateia) para entregar-se aos músicos, uma vontade que ela tem acalentado há um tempo em que deixar a música eletrônica em segundo plano, voltando à música tocada ao vivo. O grupo deslizou pelo repertório dela, reinventando canções com novos arranjos (como o reggae descoberto dentro de “Eu Estou Aqui”), enquanto a própria Lu criou uma letra para a única música do Bixiga na noite, “Portal”. Um encontro que começou em 2019, foi interrompido pela pandemia e pode estar recomeçando lentamente, pois não foi a primeira vez que os dois artistas voltaram a tocar juntos – foi a primeira no Brasil, pois dividiram palcos franceses na turnê europeia que ambos fizeram no ano passado. Promissor.
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Luiza Lian e Bixiga 70 retomam a parceria que iniciaram no final da década passada, quando colaboraram num single conjunto que seria o prefácio do disco que a cantora paulistana lançaria no ano seguinte, caso a pandemia não tivesse adiado seu ótimo 7 Estrelas | Quem Arrancou o Céu? por três anos. Os dois artistas voltam a se reencontrar em momentos completamente distintos, mas reconectando-se num show conjunto a partir do single “Alumiô”, que faz parte da programação do aniversário de 120 anos da Pinacoteca de São Paulo. O show acontece neste domingo, às 16h, no Parque da Luz (que, por sua vez, completa 200 anos!), e é de graça! Mais informações aqui.

Luiza Lian está aos poucos virando a página de seu disco mais recente e começa a experimentar com instrumentos tocados ao vivo, saindo do universo de samples e beats que construiu ao lado do produtor Charlie Tixier em seus três últimos discos. E resolveu ir para o básico ao convidar o André Vac, seu velho compadre que hoje puxa o cordão do Grand Bazaar, para acompanhá-la apenas ao violão em um show inédito no Bona, que fará no dia 12 de julho, numa vibe meio Acústico MTV – ou seria Luau MTV?. “Ocasião rara de ouvir essas músicas praticamente do jeito que elas nasceram”, como ela comentou. Os ingressos já estão à venda.

Desembaraçou! Sempre é bom ver um artista desabrochar e nesta terça-feira tivemos mais uma oportunidade no Centro da Terra de ver outra carreira musical tomando corpo naquele palco pela primeira vez. Quando Leon Gurfein me falou que queria soltar seu canto profissionalmente no palco, minha intuição disse que seu senso estético espalharia-se facilmente para a música. Há uma década convivendo com artistas de diferentes portes pelos bastidores (Leon faz cabelo, maquiagem e produção visual para nomes como Ava Rocha, Liniker, Tulipa Ruiz e Johnny Hooker, entre outros), ele mostrou sua familiaridade com o palco a partir de sua paixão pela música, que começou pela coleção de discos do pai nas proximidades daquele mesmo teatro, como fez questão de contar nos vários momentos em que conversou com o público e transformava o palco em seu salão e num divã ao mesmo tempo. A apresentação começou com uma cama ambient proposta por sua banda, que Leon batizou de Las Gatas Embarazadas, e Helena Cruz (guitarra, baixo e synthbass), Lauiz (teclas e MPC) e M7i9 (sintetizador, flauta, guitarra e saxofone) emudeceram a plateia por longos minutos, deixando a expectativa palpável para que a estrela da noite entrasse e cantasse suas próprias músicas – parte delas em espanhol – e versões, duas delas divididas com Manu Julian, que subiu ao palco para cantar duetos com Leon em versões em castelhano para “Little Trouble Girl” do Sonic Youth e em português para a clássica “Sea of Love”. Leon encerrou a noite misturando músicas de Ava Rocha, d’O Terno, Portishead e Luiza Lian a “Lágrimas Negras” e “Jorge da Capadócia”, como se invocasse proteção de seus orixãs pessoais da música para aquele momento, antes de cantar mais uma canção própria para fechar a noite. Ele nem esperou sair do palco para anunciar o bis, quando voltou à primeira música da noite acompanhado de um coral estelar formado por Manu, Lorena Pipa, Thiago Pethit, Laura Lavieri, Luiza Lian e Ana Frango Elétrico, espalhando a catarse que claramente sentia para o resto do teatro. Agora já está no mundo!

E a Luiza Lian que acaba de anunciar a primeira turnê pela Europa que começa na semana que vem? São sete datas em cinco países, sendo que em duas delas faz participação no show do Bixiga 70 em Paris. Ela começa por Nantes, na França (dia 27), depois passa por Londres (30), tem as duas datas em Paris com o Bixiga (8 e 9 de julho), depois em Barcelona (10) e Madri (11) para depois voltar em agosto, quando passa por Berlim (18) e finalmente Lisboa (31). E não duvide se outras datas pintarem…

Foi como se fosse outro show. Luiza Lian apresentou seu 7 Estrelas | Quem Arrancou o Céu? nessa sexta-feira no Sesc Pinheiros e hipnotizou o público com uma versão formal da apresentação que fez no Sesc Pompeia, quando lançou o disco no ano passado na casa com duas plateias desenhada por Lina Bo Bardi. No palco italiano do Sesc Pinheiros, sua produção deixou o espetáculo mais enxuto e direto, aumentando ainda mais a profundidade da noite, que também teve mudanças consideráveis de roteiro e no arranjo das canções – como a maravilhosa versão ambient para a excelente “Viajante” ou deixar “Homenagem” para a segunda metade da noite. Além do disco do ano passado, Luiza ainda mostrou músicas dos discos Oyá Tempo e Azul Moderno com novas roupagens, sempre acompanhada de seu produtor Charles Tixier, encapuçado em seu set que misturava bateria e apetrechos eletrônicos. Toda a produção é minimalista: além de Luiza e Charlie, só o “minicorpo de baile” (como a própria vocalista as apresentou) formado pelas dançarinas Bruna Maria e Ana Noronha tomava conta do palco, agigantado pelas luzes de Amanda Amaral, o laser de Diogo Terra, as projeções de Bianca Turner e, claro, a voz e o carisma da estrela da noite, visivelmente emocionada. Foi mágico.
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