Ainda revirando o baú de Kurt Cobain

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A edição desta semana da revista Rolling Stone norte-americana traz mais uma matéria em busca da essência de Kurt Cobain e antecipa um trecho de uma demo inédita gravada pelo líder do Nirvana que está no novo documentário Montage of Heck:

A mesma edição também traz uma infame entrevista com a filha de Kurt, Frances Bean Cobain, que, entre outras coisas, disse que não curte tanto a música da banda do pai:

“Eu não gosto tanto de Nirvana assim (sorri). Foi mal pessoal da divulgação, da Universal. Eu curto mais Mercury Rev, Oasis, Brian Jonestown Massacre (ri). A cena grunge não é algo que me interessa, mas “Territorial Pissings” é uma música muito foda. E “Dumb” – choro sempre que escuto essa música. É uma versão desconstruída da percepção de Kurt sobre ele mesmo – sobre ele usando drogas, sem drogas, se sentindo mal por ter virado a voz de uma geração.”

E o Lucio crava que “Montage of Heck” só vai passar em uma única sessão, em uma única sala de cinema, em uma única cidade do Brasil. Tomara que se liguem que isso é uma burrada.

Bob Dylan no Brasil?!

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Quem ta cravando essa é o Lucio: Bob Dylan vem ao Brasil até a metade do ano mostrar seu novo disco, Shadows in the Night, em que regrava clássicos na voz de Sinatra. Não fala em cidades, locais da apresentação, se toca em outros países da América do Sul, nada. Só lança essa data. Vamos torcer.

Como foi o show do Thurston Moore em São Paulo

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Thurston Moore montou um mini-Sonic Youth para gravar seu novo disco solo, The Best Day. Primeiro veio o próprio Steve Shelley na batera, velho escudeiro de discos anteriores. Para o baixo chamou uma mulher (ninguém menos que que Debbie Googe, ex-My Bloody Valentine) tão experimetalista em seu instrumento quanto sua ex-mulher, Kim Gordon. E para a outra guitarra chamou um clone inglês de Lee Ranaldo, o inglês James Sedwards, um instrumentista educado no rock clássico (o glam era evidente em certos trechos de seu instrumento), mas completamente inserido no contexto de noise e microfonia proposto pelo velho indie.

Mas em sua recente apresentação em São Paulo, esse formato foi quebrado devido a um problema de saúde – Steve Shelley descobriu, no Brasil, que havia descolado a retina e por isso tinha de se afastar das baquetas. E o quanto antes, tanto que nem pode subir no palco do Cine Jóia. Em vez dele a produção chamou o baterista que acompanha Jair Naves, Babalu, que foi pego de surpresa com o convite e recebeu aulas de bateria do próprio Steve Shelley durante o ensaio (que deveria ser apenas uma passagem de som). O Lucio, que organizou o show, conta como foi a saga sônica de um baterista desconhecido para o palco com um dos grandes nomes do underground mundial.

Babalu entrou completamente em sintonia com o trio e, apesar do (natural) ar de insegurança no início do show, não comprometeu em nenhum momento, seguindo a cartilha que havia aprendido na mesma tarde à risca. Profissa. À sua frente, três veteranos das cordas elétricas duelavam-se entre espasmos de ruído e delicados dedilhados. O fio condutor foi basicamente o Best Day que Thurston acaba de lançar – a única fuga deste script foram “Pretty Bad” e “Ono Soul”, de seu primeiro disco solo, Psychic Hearts, a última também a única música de outro disco que ele tocou quando trouxe seu Demolished Thoughts ao mesmo palco paulistano há dois anos e meio (além de “It’s Only Rock’n’roll (But I Like It)”, dos Rolling Stones).

Thurston e sua guitarra já são um só faz muito tempo, então ele nem sequer precisa pensar para levá-la de um extremo a outro – é sua assinatura de palco, ao lado de seu grave vocal quase balbuciado e seu ar de criança de dois metros de altura. Esticando músicas do disco desse ano para além dos 10 minutos, ele inevitavelmente caía em breaks instrumentais em que desafiava os outros músicos a sair do formato canção, por mais bruta que fosse sua versão, quebrando-se em tsunamis de microfonia e marolinhas ambient, regendo seus músicos com o braço de seu instrumento. Um show catártico, conciso, intenso e reconfortável, uma vez que sempre podemos reconhecer os mesmos traços que desenharam a discografia de um grupo tão importante para aquele meio quanto o Sonic Youth. Venha mais, Thurston!

Abaixo os vídeos que fiz do show:

2015 promete: Bob Dylan no Brasil?

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Ainda não temos a confirmação que os Rolling Stones passam pelo Brasil no ano que vem, mas o Lucio ventila a possibilidade de outro monstro clássico do rock dar as caras por aqui em 2015: Bob Dylan estaria cogitando vir à América Latina no próximo semestre e passaria no Brasil entre março e abril, apresentando-se também no Chile e na Argentina. Tomara que role – e que não custe os olhos da cara.

Thurston Moore ao vivo no Brasil!

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Mr. Thurston Moore já está de malas prontas para vir ao Brasil no final do ano, quando toca no Popload Gig do broder Lucio, no dia 4 de dezembro. Grande notícia!

O Ecossistema da Música em 2014

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O primeiro curso Trabalho Sujo no Espaço Cult, na Vila Madalena, começa na próxima segunda e as inscrições podem ser feitas até o domingo. No curso, reuni velhos conhecidos e nomes de peso do cenário cultural brasileiro para conversar sobre as mudanças que estão acontecendo no mercado musical nos últimos anos. Em todas as aulas, mediarei um papo sobre diferentes facetas deste cenário, dissecando ao lado de nomes que lidam diretamente com áreas codependentes como as transformações da era digital estão mudando nossa relação com a música. Mais detalhes no site do Espaço Cult, que mudou de endereço e agora fica na Rua Aspicuelta, número 99. O time reunido é de primeira: João Marcello Bôscoli, Pablo Miyazawa, Evandro Fióti, Roberta Martinelli, Airton Valadão Jr., Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Maurício Tagliari, Carlos Eduardo Miranda, Ronaldo Evangelista, Fabiana Batistela, Marcos Boffa, Patrícia Palumbo, Lucio Ribeiro, Ricardo Alexandre e André Forastieri.

É oficial: Arctic Monkeys no Brasil em novembro

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A banda de Alex Turner confirma mais uma vinda ao Brasil no final deste ano, dia 14 de novembro na Arena Anhembi em São Paulo e no dia seguinte no HSBC Arena, no Rio. É a terceira vez que os Arctic Monkeys vêm ao Brasil, a primeira vez com o show completo e não como atração de um festival, como aconteceu no falecido Tim Festival em 2007 e no Lollapalooza de 2012. Vi estes dois shows e no último deles já era possível notar a evolução da banda rumo ao colosso rock que se tornou atualmente.

Filmei o show na época:

Vi no Lucio.

O Ecossistema da Música em 2014

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Estão abertas as inscrições para o curso O Ecossistema da Música em 2014, que coordeno no final de agosto lá no Espaço Cult na Vila Madalena. Reuni uma turma boa pra participar de dez encontros em que discutirei como a música vem se transformando como negócio nos últimos anos e em que pé estamos no ano em que estamos. Abaixo segue a descrição do curso e quem quiser se inscrever pode acessar este link e seguir as coordenadas.

 

Spiritualized no Brasil!

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Mais uma que o Lucio confirma: Spiritualized dia 28 de agosto no Áudio Club, em São Paulo. Foda!

Yo La Tengo no Brasil!

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Boa notícia: o trio de Hoboken dá mais uma vez suas caras em São Paulo (é a terceira vez, depois de dois shows fantásticos no Sesc Pompéia em 2001 e outro show vespertino no SWU em 2010), dessa vez na Popload do Lucio Ribeiro, no Cine Joia. A má notícia é que o preço de R$ 160 na entrada inteira complica bastante pra quem quer ver a banda…