As duas atrações que estrearam no palco do Inferninho Trabalho Sujo nessa sexta-feira no Picles vêm de origens diferentes mas se encontraram na canção, esse porto seguro para musicar sentimentos e sensações. A noite começou com a iluminadora Olívia Munhoz mostrando sua faceta compositora – e cantora e guitarrista, com direito a ótimos solos – frente a uma banda de bambas: o baterista Pedro Gongon (no seu terceiro show no Picles em menos de 24 horas – pois ele tocou nos dois shows que aconteceram na casa na quinta-feira), a tecladista Paola Lappicy e o baixista Guilherme D’Almeida. Com um time desses – e num ambiente mais relaxado do que sua apresentação de estreia, que aconteceu no Centro da Terra -, Olívia estava bem mais à vontade para mostrar suas lindas músicas, apenas com sua banda básica – sem vocais e sopros convidados, como aconteceu na outra noite – e disposta inclusive a fazer piadas e se emocionar no palco. Quando o público pediu bis, ela voltou ao palco para tocar a única versão da noite, uma versão tranquilinha para “Antes Que Seja Tarde”, do Pato Fu. Foi bem bonito – e quem venham os próximos!
Depois da Olívia, foi a vez do trio Los Otros assumir o palco e fazer seu primeiro show (quase) inteiro com músicas próprias, meta que se propuseram no início do ano e que se materializou com o lançamento do primeiro single, “Rotina”. Além de começar o show com números mais tranquilos que o “rockzinho básico” como eles mesmos se definem, também tocaram algumas músicas novas pela primeira vez no palco e esticaram seu único single com direito a público cantando junto como último número da noite. Mas depois que a plateia pediu bis, eles preferiram voltar para as músicas alheias do que repetir uma música própria que já tivesse tocado e puxaram sua já conhecida versão para “Papai Me Empresta o Carro”. O trio engrena cada vez mais! E depois eu e a Marina, estreando nas pistas em São Paulo, levamos a pista do Picles para lugares tão diferentes quanto rap dos anos 90, indie dos anos 00, rock dos anos 80 e baladas dos anos 70. Deu certo!
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Nessa sexta-feira temos mais um Inferninho Trabalho Sujo e abrimos outubro com um show quase inédito, quando trazemos pela primeira vez para o palco do Picles a querida Olívia Munhoz, mais conhecida como uma das melhores iluminadoras da cena independente, que traz seu repertório autoral ao lado de uma banda formada por Gongom na bateria, Guilherme D’Almeida no baixo e Paola Lappicy nos teclados e mostrando essas canções pela segunda vez num palco. A noite conta com a abertura do trio Los Otros, banda novíssima da cena paulistana formada pelo porteño Tom Motta, a rondonense Isabella Menin e o paraense Vinicius Czaplinski, que se encontraram em São Paulo, moram juntos e acabaram de lançar o primeiro single, “Rotina”, além de ser sua estreia no Picles. E as estreias não ficam só entre as bandas, pois ao meu lado teremos a estreia da DJ Marina, que está começando sua carreira agora e toca pela primeira vez profissionalmente em São Paulo nesta sexta. O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde e os ingressos já estão à venda.
(Foto: Taline Caetano e Gabriel Mendes/Divulgação)
Acompanho o trio Los Otros desde que despontaram no meu horizonte, quando comecei a fazer a festa Inferninho Trabalho Sujo. Formado pelo argentino Tom Motta, a rondonense Isabella Menin e o paraense Vinicius Czaplinski, a banda começou quando os três se encontraram em São Paulo e se mudaram para o mesmo endereço, fazendo shows o tempo todo em todos os lugares que lhe chamam – assim passaram duas vezes pelo Inferninho fazendo ótimos shows. Suas referências vão às bases do rock, cru e direto, mas também melódico e grudento, bebendo de fontes diferentes da história do rock (de White Stripes a Kinks, passando por Talking Heads e Charly Garcia, com direito a versões que fazem ao vivo para músicas de Rita Lee e Elvis Costello). O trio estreia fonograficamente nessa terça-feira, mas antecipou seu primeiro single em primeira mão para o Trabalho Sujo, quando mostram uma música que acaba resumindo as intenções do grupo, chamada “Rotina”. “Ela é a nossa primeira composição original e marcou o ponto de partida da identidade sonora da banda, no início dos ensaios e nos primeiros shows”, explica Isa, emendada por Vini: “Ela geralmente é a música que encerra os nossos shows e acabou se tornando uma das faixas mais marcantes ao vivo, já que chamamos o público pra cantar com a gente”. O vocalista e guitarrista Tom antecipa que ainda terão um clipe para este primeiro single no mês que vem e começam a mirar shows fora de São Paulo, o que já começaram a fazer este ano. “Queremos fazer muitos shows, é a nossa parte favorita disso tudo, e lançar mais um single ainda em 2025, pra depois lançar o nosso primeiro álbum em 2026”, conclui o guitarrista.
Mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, reunindo duas bandas novíssimas que mostram como a nova cena vem se movimentando, desta vez com cada um dos grupos revelando uma das vertentes desse cenário. A noite começou com o quarteto Copo e Água, que encaixa-se na categoria “bandas de MPB” que comentei outro dia: grupos cuja formação e entrosamento é próximo das bandas de rock, mas que as influências são essencialmente brasileiras e quase sempre buscando referências em discos antigos e gêneros decanos. E assim o grupo liderado pela impressionante vocalista e violonista Amanda Iumatti, aparentemente pequena, mas que cresce no palco com uma presença incrível e um vozeirão surpreendente, passeia com energia por sambas, bossas novas, baladas e frevos acompanhada de uma cozinha precisa, formada pelos ótimos Rodrigo Bergamin e Rafa Sarmento (este último tambem baterista do Devolta ao Léu, que havia tocado na edição anterior da festa naquela mesma casa). O tecladista original, Miguel Allain, não pode comparecer e a banda chamou o xará Miguel Marques, que segurou muito bem a noite tanto em seu instrumento quanto nos vocais, às vezes dividindo números apenas com Amanda.
Depois foi a vez do trio Los Otros com seu rock direto e melódico que bebe tanto das bandas inglesas dos anos 60 quanto do rock brasileiro dos anos 70 e a cena new wave e pós-punk da década seguinte, mostrando todo o entrosamento que uma banda que mora junto pode ter. O casal Tom Motta (guitarra) e Isabella Menin (baixo) está cada vez mais confiante no palco e a química dos dois funciona muito bem, sempre sobre a bateria de Vinicius Czaplinski. O trio sintetizou ainda mais o repertório, deixando blocos de músicas românticas entre as canções, e fazendo apenas uma versão, a já tradicional “Papai Me Empresta o Carro”, de Rita Lee. Em sua segunda aparição no Inferninho, o grupo estreou no Redoma às vésperas de lançar seu primeiro single, “Rotina”, que usou para encerrar sua apresentação.
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Mais um Inferninho Trabalho Sujo à vista, desta vez no Redoma, ali no Bixiga, trazendo duas bandas que estão despontando na cena paulistanas, o trio Los Otros, formado por Tom Motta, Isabella Menin e Vinicius Czaplinski, que repete sua participação na festa às vésperas de lançamento de seu primeiro single, e os debutantes Copo e Água, que contam com Amanda Iumatti, Rodrigo Bergamin, Rafael Sarmento e Miguel Allain na formação, acabaram de lançar a primeira demo (chamada de Amanda e Os Besobedecem) e estão começando a preparar seu primeiro disco. A festa acontece na sexta, dia 2 de maio a partir das 21h, eu discoteco antes, entre e depois dos shows das bandas e o Redoma fica ali no Bixiga, no número 825A da Rua Treze de Maio, a festa começa às 21h e Vamos lá? Os ingressos já estão à venda!
Mais uma vez apareço na Porta, desta vez pra discotecar após a segunda apresentação do grupo CØMA, o projeto pós-punk criado por Guilherme Held, Bianca Godoi, Otto Dardenne, Rubens Adati, Joana Bergman e Danilo Sansão, que se apresentará nesta quarta-feira, a partir oito da noite. Quem abre a noite é o trio Los Otros, que prepara o terreno para outras discotecagens, do DJ André Pio, do DJ Cosmic Pulses (que criou a playlist que inspirou a existência da banda) e do Érico Theobaldo, que também tocam na mesma noite. Lembrando que o Porta fica na rua Horácio Lane, 95, e os shows devem acontecer às 20h e às 21h. Vamos lá?
E a primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo na Porta Maldita seguiu exatamente a premissa que cogitei quando bolei a festa há pouco mais de um ano, reunindo três bandas novíssimas que não se conheciam e que trouxeram seus pequenos públicos para assistir inclusive aos shows das outras bandas, criando aos poucos a sensação de que aquilo que está acontecendo ao redor de cada grupo é mais extenso do que a amplitude pontual de cada um deles. A noite começou com o show cru e entrosado do trio Los Otros, fazendo sua sexta apresentação em público. A simbiose do casal vocalista, o guitarrista Tom Motta e a baixista Isabella Menin, dá a tônica da banda e a sua dinâmica entre vozes e instrumentos – e com o público – é acompanhada com empenho pelo baterista Vinicius Czaplinski, que também faz alguns vocais de apoio. Além de suas primeiras composições, o grupo ainda tocou uma música do Elvis Costello (“Pump It Up”), uma da Rita Lee (“Papai me Empresta o Carro”), outra do Charly Garcia (“La Sal No Sala”) e T-Rex (“20th Century Boy”), esta tocada num bis improvisado.
Depois deles foi a vez da banda Florextra, também em um de seus primeiros shows ao vivo, fazer sua primeira apresentação no Porta Maldita, puxando mais a linha para a MPB, principalmente devido à presença de sua vocalista, a sempre sorridente Giu Sampaio. Mas a dinâmica entre os outros músicos (Gabriel Luckmann, guitarrista que também faz vocais de apoio, o baixista e flautista Ma Vettore, o tecladista Alê London e o baterista Pepito – que trocou de instrumentos com Gabriel na última música) caminha entre uma MPB que equilibra-se entre a bossa nova e a Jovem Guarda e um indie rock dócil, cativando o público presente.
A terceira atração da noite foi o grupo de mais estrada naquele palco, embora também seja uma banda em seus primeiros dias. O trio Jovita orbita entre o rock psicodélico nitidamente influenciado por Boogarins e viagens instrumentais que conversam com fortes ecos de Clube da Esquina (principalmente a partir dos vocalizes em falsete do guitarrista João Faria), música brasileira tradicional e eletrônica (esses cortesias do synth e das percussões do baixista Nicolas “Bigode” Farias) e grooves instrumentais nascidos entre as décadas de 60 e 70. A bateria de Guilherme Ramalho aterra com vontade os devaneios do guitarrista e do baixista e juntos os três propõem voos quase instrumentais que mostram que a banda tem um futuro próximo promissor – ainda mais agora prestes a gravar seu primeiro disco. Um Inferninho didático, que ainda contou com o ar familiar e underground característicos do Porta Maldita, um lugar com pouco tempo de vida mas muita história pra contar… E quando eu tava discotecando madrugada adentro, temperado por algumas doses de Amaral, eis que surgem vários conhecidos perdidos na noite em busca de uma saideira, o que transformou a pisa do Porta Maldita numa boa viagem ao passado, com direito a Television, Smiths e Elvis Costello – e há quanto tempo eu não tocava “A Forest” na pista…?
Desbravando mais um território, o Inferninho Trabalho Sujo desta semana acontece em um dos principais palcos para novas bandas em São Paulo neste meio de década, A Porta Maldita. Projeto itinerante com mais de dez anos de atuação, o Porta se estabeleceu como estabelecimento fixo há um ano, no número 400 da rua Luiz Murat, em frente ao cemitério que separa a Vila Madalena de Pinheiros, escondido sob uma discreta porta que esconde uma escada que leva para uma das pequenas casas da cidade com o melhor equipamento de som. Culpa do herói Arthur Amaral, que abriu espaço para minha festa nessa sexta-feira, dia 25, quando apresentamos três novíssimas bandas locais, os trios Los Otros e Jovina e o quinteto Florextra, com discotecagens minha e da Lina Andreosi entre os shows. Os ingressos já estão à venda neste link e custam mais barato do que se deixar pra comprar no dia.