Lindo o encerramento da temporada que o Gole Seco fez às segundas de setembro no Centro da Terra, quando puderam aprofundar suas diferentes personalidades musicais em espetáculos solo em que sempre contavam com a presença das outras três para um momento dedicado ao grupo vocal. A quinta apresentação – num mês com cinco segundas-feiras – trouxe o grupo mostrando novos arranjos em cima do repertório de seu primeiro disco, além das contribuições que cada uma trouxe para o grupo em suas apresentações individuais, funcionando como um balanço e compilação de melhores momentos da temporada. Assim, Loreta Colucci sugeriu “Derramou” de Alessandra Leão, única composição da noite que contou com um instrumento além das vozes, quando a própria Loreta puxou o violão; Giu de Castro pinçou sua parceria com o poeta alemão pré-romântico Goethe em “Distante Amor”; Niwa chamou Björk com as paisagens emocionais de “Jóga” e Nathalie Alvim fez todos chorar com os “Soluços” de Jards Macalé. Entre estas, brincaram e envolveram o público com exercícios, jogos e malabarismos vocais que ao mesmo tempo que eram uma deixa para exibir seus talentos no gogó, também tocaram a todos com uma sensibilidade à flor da pele, realçada pela bela luz de Letícia Nanni, que iluminou magistralmente as cinco noites. Foi demais!
Acompanhada apenas do violão erudito do músico Luca Frazão, a cantora e compositora Loreta Colucci tirou o fôlego do público na segunda noite da temporada do grupo Gole Seco está fazendo no Centro da Terra. Revendo as músicas de seu primeiro disco, Antes Que Eu Caia, em arranjos ao mesmo tempo simples, diretos e rebuscados, ela hipnotizou o público com sua voz magnética e seu inevitável carisma, passeando não apenas por suas próprias composições, mas também de outros autores, como “Mechita” de Manuel Raygada Ballesteros (via Sílvia Pérez Cruz) e “Gostoso Veneno”, imortalizada por Alcione. No meio da apresentação, suas companheiras de Gole Seco Niwa, Giu de Castro e Nathalie Alvim, subiram ao palco para primeiro cantar primeiro sozinhas “Pega Que é Teu” do disco que o grupo lançou ano passado e depois, acompanhadas de Luca, “Derramou”, de Alessandra Leão, em primoroso arrannjo vocal. Foi bem bonito.
E quem toma conta das (cinco!) segundas-feiras de setembro no Centro da Terra é o grupo vocal Gole Seco, que aceitou minha proposta de uma temporada em que suas quatro integrantes pudessem mostrar suas carreiras solo também e me provocou para fazer a temporada em um mês com cinco segundas – para que a quinta data fosse dedicada apenas ao grupo. E assim começamos a temporada Gole a Gole quando, nesta primeira segunda, dia 2, a cantora Niwa apresenta-se ao lado de de Ivan Liberato, João Antunes, Pedro Canales e Felipe Rezende numa noite chamada Disruptivas, em que celebra a força feminina de autoras como Tetê Espíndola, Fátima Guedes, Kate Bush e Björk. Na outra segunda, dia 9, é a vez de Loreta Colucci mostrar seu show Voz e Violão ao lado do parceiro Luca Frazão. Giu de Castro toma conta da terceira segunda-feira, dia 16, quando apresenta o espetáculo Manual do Tempo de um Dia, inspirado na obra do escritor e ator Gabriel Góes, que também estará no palco, ao lado da artista visual e musicista Antônia Perrone. No dia 23, Nathalie Alvim vem com uma noite chamada Outro + Um Tanto Daquilo Que Me Constitui em que mostra diferentes facetas de seu trabalho autoral, acompanhada por Wagner Barbosa, Ivan Liberato e Marco Trintinalha. Na última segunda-feira do mês, dia 30, o quarteto encerra a temporada em uma apresentação inédita. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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Depois de divulgar os 50 indicados a melhor disco do ano na semana passada, o júri da comissão de música popular da Associação Paulista de Críticos de Arte (do qual faço parte ao lado de Marcelo Costa, Adriana de Barros, José Norberto Flesch e Pedro Antunes), é a vez de anunciarmos os indicados a outras três categorias da premiação, artista do ano, show do ano e artista revelação. E eles são:
Estes são os 50 discos mais importantes lançados em 2023 segundo o júri da comissão de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e apresentadora do Mistura Cultural), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell) e Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola, Popload e Primavera Sound). A amplitude de gêneros, estilos musicais, faixas etárias e localidades destas coleções de canções é uma bela amostra de como a música brasileira conseguiu se reerguer após o período pandêmico com o lançamento de álbuns emblemáticos tanto na carreiras de seus autores quanto no impacto junto ao público. Além dos discos contemporâneos, fizemos menções honrosas para dois álbuns maravilhosos que pertencem a outras décadas, mas que só conseguiram ver a luz do dia neste ano passado, um de João Gilberto e outro dos Tincoãs. Na semana que vem divulgaremos os indicados nas categorias Artista do Ano, Show e Artista Revelação, para, no final de janeiro, finalmente escolhermos os vencedores de cada categoria. Veja os 50 (e dois) discos escolhidos abaixo:
Linda a apresentação que a Filarmônica da Pasárgada fez nesta terça-feira, encerrando o ótimo ano de música que tivemos no Centro da Terra. Além de apresentar a maravilhosa e forte voz de Loreta Colucci como contraponto à voz do líder da banda Marcelo Segreto – e a química ente os dois está ótima -, o espetáculo PSSP ainda contou com a presença do mestre Luiz Tatit, que foi reverenciado pela banda tanto num número seu (“Capitu”) quanto do grupo (“Fora do Ar”), além de fazer duas músicas próprias (“Toque o Tambor” e “Felicidade”) sozinho ao violão. A casa, lotada, suspirava ao fazer coro baixinho com as músicas do mestre, além de gargalhar com os jogos musicais das canções de Segreto. Foi demais.
Lindo demais o show que Loreta fez nesta quarta-feira para mostrar seu disco de estreia Antes Que Eu Caia no palco do Bona. Acompanhada de uma formação nada ortodoxa (o saxofonista e tecladista Fernando Sagawa e o quarteto de cordas formado por Thiago Faria, Michele Mello, Letícia Andrade e Wanessa Dourado), entre o onirico e o erudito, ela deslizou sua voz encantadora por canções melancólicas e esperançosas (incluindo “Ai, Ai Ai”, da espanhola Silvia Pérez Cruz) num show que ainda teve a presença de suas irmãs vocalistas do grupo Gole Seco – as formidáveis Niwa, Gui de Castro e Nathalie Alvin -, que ainda renderam uma apresentação extra para a noite com duas canções só no gogó. E no bis, Loreta chamou o violonista Luca Frazão, “a pessoa com quem eu mais toquei na vida”, para tocar a sua “A Arte de Me Enganar”.
Maior satisfação fazer o primeiro show de fato de um grupo composto apenas por vocalistas. O Gole Seco formado por Loreta Colucci, Claudia Dantas, Giu de Castro e Nathalie Alvim faz sua estreia – depois de participar de apresentações de outros artistas – no Centro da Terra nesta terça-feira, dia 9, quando entram no palco do teatro no Sumaré apenas com suas cordas vocais, para uma apresentação chamada Cometa, em que vão para além das formações vocais tradicionais – que trabalham principalmente com harmonia, ritmo e melodia -, buscando outros vieses para este formato, explorando aspectos que se somam na percepção emotiva das canções como, timbres, dinâmicas e texturas. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.
Enorme prazer receber Joana Queiroz nesta terça-feira, dia 11 de fevereiro, no Centro da Terra, quando a instrumentista do Quartabê convida mais seis músicos para seu espetáculo Emaranhados. Fruto de parcerias que Joana vem realizando desde antes de se mudar para São Paulo, a apresentação reúne músicos e cantores com quem ela tem consolidado no último ano e traz para o mesmo palco Filipe Massumi, Loreta Colucci, Claudia Dantas, Natalie Alvim, Bruno Qual e Melina Mulazani, que misturam suas canções em diferentes e improváveis formações durante a noite. Bati um papo com ela sobre o que poderemos esperar da apresentação desta terça.