Outra bola cantada desde o início: nesta quarta-feira Dua Lipa fez seu primeiro show da nova turnê na Nova Zelândia e na hora de cantar uma música de um artista local em seu show,.sacou nada mais nada menos que o cartão de visitas de Lorde, “Royals”, numa ótima versão. Nessa e-sexta tem mais um show dela naquele país e minha aposta vai pra “Don’t Dream is Over”, do Crowded House…
Não passou o carnaval ainda então dá tempo de remoer o ano que terminou tem quase um mês e meio, por isso segue abaixo a minha votação na lista mais tradicional de melhores do ano da internet brasileira, promovida pelo heróico Scream & Yell do compadre Marcelo Costa.
Aconteceu nesta segunda-feira, quando Charli XCX apresentou seu Brat em grande escala no Madison Square Garden de Nova York e, do nada, chamou ninguém menos que Lorde para dividir o hit “Girl, So Confusing” que as duas já haviam dividido na segunda versão que a sensação inglesa fez da música que lançou em seu sexto álbum. E como em se tratando da Charli, muito sempre é pouco, o mesmo show ela ainda contou com as participações o cantor Troye Sivan, com quem dividiu “Talk Talk” num remix que acabaram de lançar, e com a novíssima Addison Rae, que está começando a bombar com o hit viral “Diet Pepsi”, que foi revisitado por Charli e Troye. Nada mal, veja abaixo:
E não bastasse a festinha de aniversário da Charli XCX ter reunido a Lorde, a Billie Eilish e a Rosalía (trazendo um buquê de cigarros), ainda teve as fotos feitas pelo Cobrasnake, lendário fotógrafo de baladas dos tempos do Fotolog e da Cybershot, reforçando que a estética dance do início do século está voltando com tudo — dá pra conferir mais abaixo:
O aniversário é dela mas quem ganha o presente somos nós. Charli XCX completa 27 anos neste dia 2 de agosto e aproveitou a data para tirar mais uma surpresa dessa caixa de Pandora chamada Brat, disco que aos poucos consolida-se como um dos principais lançamentos deste 2024. Depois de lançar duas versões do álbum, ela vem aos poucos revisitando as músicas do mesmo disco com convidadas especiais. A primeira delas foi Lorde, que ela chamou para dividir uma nova versão de “Girl, So Confusing”, que muitos diziam ser sobre a cantora neozelandesa, com a própria, rebatizada didaticamente como “The Girl, So Confusing Version with Lorde”. Agora é a vez de ela chamar ninguém menos que Billie Eilish como convidada para “Guess”, música que apareceu na segunda versão de Brat – também didaticamente batizada de Brat and It’s the Same but There’s Three More Songs So It’s Not – e que ganha nova versão com outra dona do ano (embora seu Hit Me Hard and Soft, lançado há pouco, não tenha batido direito por aqui, apesar da expectativa.
E por falar em Talking Heads, saiu mais uma faixa do tributo que a distribuidora A24 está promovendo em homenagem ao mitológico Stop Making Sense, filme-show do grupo nova-iorquino que foi remasterizado para ressurgir nas telas de cinema. E depois do Paramore regravando “Burning Down the House” e do aceno que Miley Cyrus fez para “Psycho Killer” num show privado (talvez indicando que toque a faixa neste disco-tributo), agora foi a vez de Lorde mostrar sua participação em Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense. E a cantora neozelandesa levou “Take Me to the River”, versão que o grupo liderado por David Byrne fez para um clássico do reverendo Al Green, para um território ao mesmo tempo pop e minimalista, como lhe convém, mas sem perder o apelo soul das duas encarnações anteriores da canção.
O segundo dia da versão paulistana do Primavera Sound correu ainda mais suave do que o primeiro. Talvez por não ter atrações tão midiáticas quanto Arctic Monkeys ou Björk, o domingo do festival atraiu um público mais afeito ao trabalho dos artistas – ou, melhor dizendo, das artistas. O festival consagrou uma versão feminina do pop contemporâneo que se traduzia tanto no público quanto no astral coletivo, deixando tudo mais receptivo e suave, tolerante e acolhedor. O domingo foi das mulheres e mesmo que Travis Scott tenha atraído uma enorme massa para o palco do patrocinador principal (o pior palco do evento, disparado), corações e mentes foram tragados pela alma fêmea do festival, que no segundo dia foi representada especificamente por Phoebe Bridgers, Jessie Ware (o melhor show de todo o fim de semana!), Lorde e Arca.
Em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil, contei como as mulheres dominaram a música pop nas últimas décadas, culminando num 2021 completamente feminino, dominado por Adele, Billie Eilish, Lorde, Lana Del Rey, Taylor Swift, Olivia Rodrigo, entre outras.