Blur ao vivo no 100 Club, por Marcos Piangers


“Tem Blur na foto”, disse o Piangers no Insta

Piangers, ídolo, foi pra Londres cobrir a olimpíada (cheque a hashtag #piangersemlondres) e conseguiu entrar num dos shows que o Blur tá fazendo nesse verão em Londres (eles vão encerrar os jogos olímpicos deste ano). Pedi pra ele contar como foi pra cá e eis seu relato:

Só se fala no Blur nesse verão londrino. A banda se reuniu pra fazer shows exclusivos pra BBC, pra festa de encerramento das olimpíadas e pra um show especialíssimo, no último dia 1o de agosto, apenas para 200 pessoas no 100 Club, mítico bar da Oxford Street e marco importante da cena punk londrina. Felizmente, eu estava nesse show.

Um dia antes as pessoas tinham que se inscrever no site da marca que promovia o evento. No dia do show pela manhã apenas 200 felizardos receberam a confirmação de presença. Eu tinha me inscrito com quatro emails diferentes, portanto recebi quatro negativas. “Devido à grande procura não será possível liberar sua entrada no clube”. Mais ou menos isso, tudo muito educado, mas já era o segundo show do Blur que eu era barrado (o primeiro rolou um dia antes, no Maida Studio, para uma gravação da BBC).

Às 18 horas fui até a frente do local. Uma fila de hipsters, indies, shoegazers e dickheads se formava civilizadamente. Minha amiga fotógrafa já conversava com os organizadores – o truque era dizer que nosso nome estava na lista. Às 18:30 a porta abriu. Educação inglesa, todos calmamente entrando pela minúscula porta do clube, um cara gordo organizando a entrada. “Guess list!” mandou minha amiga pro cara. Ele inacreditavelmente estendeu o braço para segurar a fila, permitiu nossa passagem pelo lado, e com um sorriso no rosto disse: “Enjoy”.

Pode parecer idiota mas eu pensei em cair fora porque abomino esse tipo de babaquice. Mas, poxa-vida, era o Blur. No 100 Club. Com um palco baixinho. E eu na primeira fila porque entrei cedo. Dessa vez vou me permitir ser brasileiro. Pedi duas Guiness e esperei por 3 horas até começar o show do Blur.

As bandas de abertura eram Swiss Lips, uma boy band eletro-rock cabeça que frequenta Bricklane e canta em falsete malzassa; Savages, uma banda só de garotas legal pacas com uma vocalista que é a cara da Mallu Magalhães, mas faz show como se fosse o Iam Curtis; e The Bots, dois irmãozinhos de Los Angeles, um de 18 que toca guitarra como se fosse a reencarnação do Hendrix e um de 14 anos que toca bateria e tenta ser o Mitch Mitchell. E finalmente, o Blur.

A banda entrou no palquinho e começou um empurra-empurra insano, a pequena multidão se apertando no palco, os seguranças empurrando a pequena multidão, a multidão empurrando um fotógrafo, o fotógrafo empurrando o PA – que quase caiu em cima do Graham Coxon. O Damon Albarn jogando água em todo mundo – molhou todo o meu iPhone que registrava o momento histórico – e o Alex e o Dave rindo de tudo. Aparentemente apenas o Coxon não se divertia, pra variar.

Do meu lado tinham uns ingleses gordos (“Nos conhecemos na fila”, disseram) e um deles usava um óculos completamente embaçado pelo calor. O Blur foi de “Girls and Boys” pra abrir, a primeira música de Parklife, depois “Jubille” do mesmo disco. O lugar estava completamente insustentável, as paredes suadas, as pessoas apertadas como numa disputa por comida no Zimbábue. Veio a minha favorita “Beetlebum”, o lado B “Young and Lovely”, “Colin Zeal”, “Oily Water” e “Bugman”, quando eu tive certeza que ia morrer esmagado.

Nesse som o Albarn pegou os óculos do gordo do meu lado e cantou “Advert” toda de óculos. Entre esse tipo de brincadeira com a platéia (“This is fun? Ãh? This is fun?”) ele jogava água em todo mundo. A farra terminou com a linda “Under the Westway”. Os gordinhos bêbados choravam abraçados do meu lado. Eu tinha Guiness por toda a minha camiseta. Meu tênis não vai se recuperar dessa tão cedo. E pra fins de divulgação, meu nome estava na lista.

Abaixo, os vídeos que achei do show citado.

 

Olimpíada? “Thanks, but no thanks”

Eventualmente algo pode respingar pra cá, mas não espere nada relacionado aos Jogos Olímpicos de Londres por essas bandas, por enquanto… A foto é do Londonist.

Londres 201… ops!

Uma produção da pure evil gallery.

Idéia pra Tumblr do dia: Eu quero ver é na Olimpíada…

Já que vieram com maior papo de que o tumblr que deu origem à essa idéia era falta de auto-estima do brasileiro, pessimismo inato, yadda yadda yadda…