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Chico Buarque e Ana Carolina

O Marcos mandou:

Agora com som:

Tomara que no meio do sorriso sem graça do Chico Buarque tenha batido o remorso. Afinal, essa geração “a volta da MPB”, de artistas sem sal como Ana Carolina, Paulinho Moska e Maria Gadú só se consolidou porque artistas consagrados como ele estão fazendo o mesmo disco – quando não pioram – há mais de trinta anos.

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Link – 18 de abril de 2011

Faixa adicionalQuanto mais longe e ao norte, mais caro se pagaAposente o pen driveTablet da Motorola e da RIM, lançamentos da HTC e da Nokia, iPhone branco, vendas de PCs, Facebook, Rebecca Black…LOLGraças a GagarinPaypal vem com tudoiPad no BrasilProjeto genoma para todosVida Digital: Projeto Axial

Impressão digital #0055: Rir na internet

Minha coluna de ontem no Caderno 2 foi sobre formas de rir por escrito, em tempos digitais.

“Kkkk”, “rs” ou “AHAHAH”?
Como é que você ri na internet?

Como você ri na internet? A pergunta parece não ter sentido se pensarmos na pessoa que está utilizando a rede sendo vista do lado de fora. Mas, uma vez online, o sorriso, o riso e a gargalhada pouco têm de biológico e são traduzidos em versões por escrito – e, não custa lembrar que, mesmo com vídeo, áudio, animações e links, a internet ainda é um meio primordialmente escrito. Assim, em e-mails, bate-papos por MSN, comentários em blogs, redes sociais e onde mais a conversa por escrito possa ser travada informalmente, a informação que avisa que o interlocutor está rindo ou brincando é sempre uma palavra, um emoticon ou uma sigla.

No fim do mês passado, o tradicional dicionário britânico Oxford incluiu algumas dessas siglas em seu léxico. Termos como “LOL” (acrônimo em inglês para “laughing out loud”, que quer dizer “gargalhando”), “BFF” (“melhores amigos para sempre”), “OMG” (“Oh meu Deus!”) e IMHO ( “na minha humilde opinião”) já faziam parte do vocabulário inglês até mesmo antes de a internet existir, mas foram popularizados, consagrados e oficializados naquele idioma graças à sua onipresença no diálogo por escrito.

(Cabe um parêntese aqui: o fato de o texto por escrito não permitir inflexões emocionais é um dos principais fatores do uso desse tipo de recurso e, portanto, de sua popularização. É muito fácil confundir o que está sendo escrito por alguém do outro lado da tela. Sutilezas podem passar despercebidas se vierem escritas exatamente como se fala. Um simples emoticon – aquela carinha feita com dois pontos e um parêntese, por exemplo – já agiliza bastante o lado de quem lê.)

Mas em português, ou melhor dizendo, no Brasil, essas siglas não são tão comuns. Há até quem ria escrevendo “LOL” no fim da frase. Mas eles são poucos e, em geral, vêm de gente que é bilíngue ou tem hábitos digitais mais frequentes que a maioria das pessoas.

E é aí que volto à pergunta inicial do texto: como você ri na internet? Eu rio “AHAHA”, mas há quem ria “KKKK” ou usando apenas uma abreviatura pálida para o termo “risos” (“rs”). E essas palavras não entrarão para o Aurélio ou para o Houaiss tão cedo, como já sabemos da resistência dos linguistas da língua portuguesa a esse tipo de “invencionice”.

E há quem se comunique por escrito apenas usando esse tipo de linguagem. Uma das formas mais comuns de texto escrito na internet brasileira é tida como assassinato do idioma para os puristas. Batizado de “tiopês”, esse português mal escrito surgiu de erros de digitação comuns e da agilidade exigida pela conversa por escrito – o nome veio do excesso de vezes que a palavra “tipo” é escrita e, portanto, mal digitada (virando “tiop”). Consagrada por novos humoristas como Misto Eleazar e Cersibon, esse português tosco não é utilizado por gente que não sabe escrever – mas sim como código territorial, idioma próprio, para afugentar quem é de fora, funcionando como uma enorme piada interna. Como as formas de rir na internet também o são.

Introspectivo

Daqui.

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