Link – 20 de fevereiro de 2012

Ver TV não é mais atividade passivaFuro no bloqueioEnquanto isso, a TV paga vai crescendoA segunda morte do flâneur, por Evgeny MorozovDoutor GoogleSite quer ser o médico onlineVida Digital: Pierre Omidyar, do eBayPrivacidade, Embratel ganha a Net, lei aperta a internet na Espanha e Kindle no BrasilFácil como telefonarAlexandre Matias: Nossa falta de educação ao usar o celularFilipe Serrano: Novo consumidor é móvel, social e exige inovação

Evgeny Morozov e a segunda morte do flâneur

Publicamos mais um texto do Morozov no Link – e desta vez ele fala sobre como o Facebook está matando a idéia de se perder na internet. Um trecho:

Na segunda metade do século 19, Paris passou por profundas mudanças. As reformas na arquitetura e no planejamento urbano promovidas pelo barão Haussmann no governo de Napoleão III foram particularmente importantes: a demolição de estreitas ruas medievais, o estabelecimento de praças amplas (construídas em parte para melhorar a higiene e em parte para impedir barricadas revolucionárias), a proliferação da iluminação de rua a gás e as crescentes vantagens de passar o tempo em ambientes fechados transformaram radicalmente a cidade.

A tecnologia e as mudanças sociais também tiveram seus efeitos. O tráfego de carros na rua fez de passeios contemplativos uma atividade perigosa. Galerias foram substituídas por lojas de departamentos. A racionalização da vida urbana conduziu os flâneurs ao subterrâneo, obrigando-os a se refugiar num tipo de flanar interno, cujo apogeu é o exílio autoimposto de Marcel Proust em seu quarto (situado, voilà, no bulevar Haussmann).

Algo parecido aconteceu na internet. Transcendendo sua brincalhona identidade original, a rede não é mais para passear – virou lugar de cumprir tarefas. Ninguém mais navega. A popularidade dos aplicativos – que conduzem àquilo que queremos sem que seja necessário abrir o browser, faz do flanar online algo cada vez menos provável.

O fato de uma parte tão preponderante da atividade contemporânea na rede envolver compras não ajuda em nada. Passear pelo Groupon não é tão divertido quanto caminhar por uma galeria, eletrônica ou não.

O ritmo da internet mudou. Dez anos atrás, um conceito como o tempo real, em que cada tweet e atualização de status é automaticamente indexada, atualizada e respondida, era impensável. Hoje, este é o termo do momento no Vale do Silício. Não se trata de algo surpreendente: as pessoas gostam de velocidade e eficiência.

Mas as páginas de outrora, que abriam lentamente ao som de estranhos ruídos do modem, tinham um inusitado lado poético. Ocasionalmente, a lentidão chegava a nos alertar para o fato de que estávamos sentados diante de um computador. Bem, esta tartaruga não existe mais.

Enquanto isso, o Google, ao tentar de organizar a informação do mundo, vem tornando desnecessária a visita a sites individuais assim como, gerações atrás, o catálogo da Sears tornou desnecessária a ida a lojas físicas. A atual ambição do Google é responder nossas perguntas – sobre o clima, as taxas de câmbio, o jogo de ontem – ele mesmo, sem levar a nenhum outro site. Digite a pergunta, e a resposta aparece no topo da lista de resultados.

(O impacto de atalhos deste tipo nas buscas não interessa aqui; quem imagina a busca por informações em termos tão puramente instrumentais, enxergando a internet como pouco mais do que um gigante FAQ, dificilmente criará espaços que convidem ao flanar online.)

Mas, se há um barão Haussmann na internet hoje, ele é o Facebook. Tudo aquilo que torna possível o flanar online – solidão e individualidade, anonimato e opacidade, mistério e ambivalência, curiosidade e o desejo de correr riscos – está sob o ataque desta empresa. E não estamos falando de uma empresa qualquer: com 845 milhões de usuários ativos espalhados pelo mundo, dá para dizer que aonde quer que o Facebook vá, a internet irá atrás.

É fácil culpar o modelo de negócios do Facebook (a perda do anonimato permite que ele lucre mais com os anunciantes), mas o problema é mais embaixo. O Facebook parece acreditar que os peculiares elementos que tornam possível o flanar devem ser eliminados. “Queremos que tudo seja social”, disse Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook, em entrevista ao programa de TV Charlie Rose alguns meses atrás. Na prática, isso foi explicado pelo chefe dela, Mark Zuckerberg, no mesmo programa. “Preferimos ir ao cinema sozinhos ou com amigos?”, perguntou, respondendo imediatamente: “Com amigos”.

As implicações são claras: o Facebook quer construir uma internet na qual ver filmes, ouvir música, ler livros e até mesmo navegar sejam atividades desempenhadas não só abertamente como social e colaborativamente. Por meio de parcerias com empresas como Spotify e Netflix, ele cria poderosos incentivos que fariam os usuários adotarem ansiosos a tirania do “social”, a tal ponto que desempenhar qualquer uma dessas atividades sozinho seria impossível.

Ora, se Zuckerberg de fato acredita no que disse sobre cinema, há uma longa lista de filmes que eu gostaria de sugerir aos amigos dele. Por que ele não leva a turma para ver Satantango, sete horas de filme de arte branco e preto do húngaro Bela Tarr? A resposta: se fizéssemos uma pesquisa de opinião entre os amigos dele, ou um determinado grupo numeroso de pessoas, Satantango seria quase sempre derrotado por um título que pode não ser o filme preferido por todos, mas que também não vai incomodar ninguém. Eis um exemplo da tirania do social.

O texto todo pode ser lido aqui.

Link – 13 de fevereiro de 2012

Esse tal de ArduinoCampus Party 2012: Debates, queixas e promessasVida Digital: Jonah Peretti, do BuzzFeedAlexandre Matias: Quem disse que todo mundo precisa ter opinião sobre tudo?Camilo Rocha: PlayStation Vita – Portátil e derrapanteTatiana de Mello Dias: O lado delicado do fim do MegauploadA brasileira do Tumblr, Amazon pode ir às ruas, Goiás x Twitter. o Dropbox do Google, iPad 3 e mais

Link – 6 de fevereiro de 2012

Quem é que manda • Evolução nerdFacebook na bolsa de valores, Julian Assange nos Simpsons e um blog só de aplicativosSem popstars, a atração da Campus Party é o públicoImprima qualquer coisaEm São Paulo, às 19h de uma segunda-feira

Link – 30 de janeiro de 2012

• A voz do somCampus Party quer ser espaço de inovaçãoIncompatibilidade totalA erosão da privacidadeFacebook impõe Timeline para todo mundo • De que lado está a oposição à Sopa? • Imagine um filme-show em um cinema-pista-de-dançaSó para fotografarTatiana de Mello Dias: Se todo mundo é pirata, pagar pode ser obrigaçãoA briga do Megabox, Wikileaks na televisão, Napster é relançado na Europa, etc.Vida Digital: Tom Rachman

Link – 23 de janeiro de 2012

Obsolescência programada: Programado para morrer‘Estamos criando montanhas de lixo’ • Conserte você mesmo • A Sopa azedou • Megaupload é tirado do ar e Anonymous revidaNo Arranque: Crowdfunding brasileiro quer acelerar em 2012Impressão Digital: Kodak, Yahoo, direitos autorais e a inevitabilidade do digitalHomem-Objeto: Leve e compactoVida Digital: Drew Houston,do DropboxTodo mundo menos elaMapas mais acessíveisFacebook no topo do Brasil, Apple na educação, programador condenado à morte e Kodak falida

Link – 16 de janeiro de 2012

CES 2012: Futuro próximoTendências da vitrineSaída da Microsoft antecipa o fim da importância da CES • Tudo conectado à internet • Homem-Objeto 2012A rede social do Google é o próprio Google • O canto do Siri  • The Pirate Bay, música no Facebook, tumulto na China…

Link – 9 de janeiro de 2012

Condomínio fechadoO primeiro palco de 2012Entrevista: ‘Tudo conectado’
Análise: O delay brasileiroRestrição de fábricaPrograme-se para 2012Google, Amazon, Facebook e Apple juntos em 2012?‘Telobalização’Hackers roubam Symantec, internet não é um direito, Google pune a si mesmo e Twitter autentica fake

Link – 19 de dezembro de 2011

2011 do começo ao fimQuando a internet distraiTransferência de poder • A revolução digital tem de sair da telaO nosso occupyMês 122011: Um ano intensoApple mais perto do Brasil, a rede social da Microsoft, o livro de Jobs, a velocidade dos Hermanos…

Link – 12 de dezembro de 2011

Febre aviáriaAnálise: Console é coisa para os pais, crianças aprendem em tabletOs 15 melhores games do anoSaman Khan: simples como 2+2=4Memória externa: apps recontam o passadoE-books sob suspeita, Instagram no Android, iPapa, novo Twitter