Com a correria da viagem, esqueci de postar o Link de segunda aqui.
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Mark Zuckerberg chegou no Brasil pra dar uma geral nessa semana e fui entrevistá-lo com o Rodrigo e o Etevaldo. Demos uma boa geral sobre o crescimento do Facebook no Brasil há menos de um mês lá no Link e iremos acompanhar a visita do sujeito no Brasil durante toda a semana lá no site. A entrevista mesmo, só na edição da semana que vem do Link.
Mark Zuckerberg fala sobre a vinda do Facebook ao Brasil: ”É um momento estratégico”
Em São Paulo, o dono da maior rede social do mundo conversa com o Link sobre a chegada da rede ao Brasil
Mark Zuckerberg não chama atenção. Quem nunca tivesse visto sua foto num jornal ou revista não iria imaginar que é praticamente dono de um país. Virtual, mas um país. Vestindo tênis, calça jeans e camiseta, o rapaz de 25 chega para a entrevista com o Link. Sorridente, o criador do Facebook, a maior rede social do mundo, com 250 milhões de usuários, não tem a menor cara de executivo. E também não age como tal. Na entrevista exclusiva para o Estado feita hoje no restaurante do hotel Unique, na hora do almoço, ele conta que ainda não teve tempo de ter muitas impressões sobre o Brasil, pois chegou no domingo à noite – e pediu uma pizza de picanha. Hein?
“É muito colorida”, riu, quando o prato chegou. “Me recomendaram tanto essa pizza que não posso deixar de comê-la”, disse, depois de explicar que o único gostinho do Brasil que teve até então foi numa churrascaria, para onde o levaram no domingo à noite, pouco depois de chegar ao País.
Mas não foi para comer que Mark aterrissou por aqui. Não é a primeira vez dele na América do Sul – já passou férias na Argentina e acabou de sair de uma viagem de uma semana no Peru. Mas a visita ao Brasil não foi turística: Mark veio a negócios – sua vinda se deve ao crescimento acelerado do site por aqui, como fez questão de afirmar. Somente neste ano, foi de 133%.
“Quero visitar o país para explicarmos o que somos e o que fazemos”, explicou. “É um momento estratégico. Sabemos que somos menores agora do que a maior rede social do Brasil”, afirma, sem nunca citar nominalmente o Orkut. “Se quisermos fazer sucesso em todos os países grandes, temos de fazer sucesso no Brasil”, explicou, além de adiantar que está buscando empresas parceiras para usar o Facebook Connect, ferramenta de sua rede que permite acessar conteúdo postado no Facebook a partir de qualquer site. O único parceiro fechado até agora foi o portal Terra.
E essa semana ele segue sua maratona de compromissos até o fim da semana, quando volta aos EUA. Hoje, logo após a entrevista ao Link, que foi realizada pelo repórter Rodrigo Martins, o editor Alexandre Matias e pelo colunista do Estado Etevaldo Siqueira, ele se reuniu com blogueiros para tentar entender o que acha do Brasil. Amanhã, às 11h, falará aos alunos da Fundação Getúlio Vargas, inclusive com transmissão ao vivo. Às 17h, fará um encontro com desenvolvedores, que também deve ser transmitido via web. “Queremos ensinar as pessoas a desenvolver coisas para a nossa plataforma.”
Durante toda esta semana, o Link irá acompanhar Mark e contar aqui no site tudo sobre a sua visita ao Brasil. Na segunda, trazemos a entrevista completa no caderno impresso do encontro que tivemos hoje com o executivo.
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Malcolm Gladwell, Chris Anderson e Seth Godin
Pensadores pop discutem sobre o preço do futuro
Em Free, Chris Anderson diz que era digital tornará serviços gratuitos
Nem bem o novo livro de Chris Anderson saiu e ele já causa polêmica. Editor da revista Wired, Anderson criou o conceito da “cauda longa” no livro de mesmo nome (publicado pela editora Campus), em que adapta preceitos econômicos para a era digital. Nele, o autor compara os estágios da indústria cultural antes e depois da internet para sacramentar que estamos saindo da era do mercado de massas para a do mercado de nichos.
Free (trocadilho de “livre” e “gratuito” em inglês), o novo livro de Anderson que será lançado amanhã nos EUA, vai além. Vislumbra que a batalha dos preços dos produtos está passando por uma mudança radical, em que a disputa deixa de ser entre quem tem o preço mais baixo e passa a ser entre quem cobra algo e quem não cobra nada. A partir de exemplos que vão do valor estipulado pelo consumidor para o disco mais recente do Radiohead à publicidade em videogames, passando pelos serviços do Google e a briga entre a Microsoft e o Linux, Anderson profetiza que o futuro não terá preço.
Um dos primeiros comentários sobre o livro veio do escritor Malcolm Gladwell, autor dos best-sellers O Ponto de Virada e Fora de Série (publicados pela editora Sextante). Colunista da revista New Yorker, ele dedicou um longo texto ao livro, em que desancava as teorias de Anderson, perguntando se um jornal como o New York Times seria produzido nos moldes dos grupos de voluntários que alimentam sem-teto.
Anderson rebateu em seu blog na Wired, mas não foi incisivo – limitou-se a dizer que se o que Gladwell dizia era verdade, seus leitores não poderiam ler aquele texto online gratuitamente.
A discussão está longe do fim, afinal o livro sequer foi lançado, mas outro pensador pop entrou na discussão. Seth Godin, um dos principais pensadores do universo digital hoje e autor de livros como O Futuro Não é Mais o Mesmo, A Vaca Roxa e Sobreviver Não é o Bastante (publicados no Brasil pela Campus), comentou a discussão em seu blog, num post batizado “Gladwell está errado“: “Como todas indústrias que estão morrendo, os velhos modelos irão reclamar, criticar e demonizar o novo. Não vai funcionar. A razão é simples: Num mundo livre/gratuito, todos podem participar. E isso é uma mudança enorme”.
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Materinha no Link de hoje.
Era do disco morre com Michael Jackson
É impossível quantificar downloads envolvendo o rei do pop – que em vida vendeu 750 milhões de discos – após sua morte
Logo após o anúncio da morte de Michael Jackson, na última quinta-feira, o torrent com toda discografia do cantor contava com 117 usuários ativos, compartilhando um arquivo com quase dois gigas de músicas. Em menos de 24 horas, o número subiu inacreditáveis 16.184. A sexta-feira ainda viu surgir outros quatro novos arquivos com toda discografia do cantor – um deles, ‘DeLuxe Edition’ tinha quase sete gigas de MP3.
E isso diz respeito a apenas um arquivo, em um único site, o PirateBay. Fora as outras dezenas de sites de compartilhamento, milhares de links em sites de armazenamento online (do tipo Rapidshare) e milhões de MP3 trocados entre fãs conectados, que também assistiam vídeos no YouTube e compravam seus discos de forma legal.
Em menos de seis horas, seu nome apareceu no topo das buscas de agregadores de blogs de MP3 (como o Hype Machine), de redes sociais (como a Last.fm) e de lojas online (como a Amazon e iTunes). Na Amazon, o rei do pop conseguiu mais um feito espetacular, mesmo depois de morto. Nada menos do que 18 discos entre os mais vendidos da loja eram ou do cantor ou de sua banda com seus irmãos, o Jackson 5.
A notícia mexeu com a internet de forma ainda mais brusca: não bastasse ter derrubado os servidores do Twitter no breve intervalo entre o anúncio de que Michael estava sendo transportado para um hospital em uma ambulância e a confirmação de sua morte, a rede social tornou-se o principal canal para saber o que estava acontecendo com o cantor. Todos linkavam todos e logo que sua morte foi confirmada, Michael Jackson dominou nove dos 10 tópicos de discussão do dia – na décima posição, a pantera Farrah Fawcett, que também morreu no mesmo dia. Foi o suficiente para que o Twitter não suportasse a quantidade de acessos.
Não foi só o Twitter. Segundo Shawn White, diretor de operações da Keynote System, empresa que monitora o tráfego na web, “a velocidade média de download em sites de notícias dobrou de menos de quatro segundo para quase nove segundos”, disse em entrevista à BBC.
Por mais que as versões digitais ou mesmo os discos em si – sejam CDs ou vinis – possam dar uma ideia do impacto da notícia da última quinta-feira, ela é certamente infinitamente menor do que os milhões de MP3 trocados e baixados de forma ilegal.
Artista com 750 milhões de discos vendidos em seus 45 anos de carreira, Michael Jackson foi, durante pelo menos dez anos, o rei do pop. Como Elvis Presley antes dele, fez parte de um movimento que alavancou não apenas gerações de novos artistas, mas também vendas de discos. Com sua morte, muitos levantaram a inevitável dúvida que sucede a morte de qualquer astro: e quem será o próximo rei?
Ninguém. Do mesmo jeito que é impossível rastrear a quantidade downloads envolvendo o artista, não há mais cenário que propicie o nascimento de um mito desta proporção.
A música, da mesma forma que aconteceu com tudo depois da internet, saiu da mão de algumas dezenas de artistas e centenas de executivos para alimentar gratuitamente nichos infinitos. Michael Jackson é sinônimo de uma época em que o sucesso de um artista era medido em discos vendidos – uma era que metaforicamente morre junto com ele.
Números
2 vezes mais tweets por segundo. Assim que a morte de Michael Jackson foi anunciada, o número de mensagens no serviço dobrou, segundo Biz Stone, co-fundador do site
22,61% de todas as mensagens trocadas no serviço, na hora que a morte foi confirmada, eram sobre o astro
40.000 vezes a cada hora. Foi o número de vezes que foram reproduzidas, na Last.fm, músicas de Michael Jackson, na manhã da sexta, dia seguinte à morte
11% foi o aumento de acessos à internet nos EUA para saber informações sobre a morte
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