Mais Glastonbury

Então se liga que no mesmo Discotheke que eu linkei outro dia o show do Franz também tem os vídeos com as íntegras dos shows do Blur, Lily Allen, Bruce Springsteen, entre outros. Glue there.

E esse show do Blur deve ter sido fodão, hein…

Cinco vídeos para o meio da semana – 88


Lily Allen – “F*ck You”


Franz Ferdinand – “No You Girls”


Simian Mobile Disco – “Audacity of Huge”


Beirut – “Concubine”


Sonic Youth – “Sacred Trickster”

Vida Fodona #154: Cumprindo a minha promessa ao contrário

Não pulei o 153 – só não consegui uploadá-lo a tempo. Mas como ele era uma parte da retrospectiva, passei o 154, cheio de músicas novas, adiante, para agilizar a conversa.

Bob Dylan – “Beyond Here Lies Nothing”
General Elektriks – “Mirabelle Pockets”
Memory Cassette – “50mph”
Sonic Youth – “Antenna”
Passion Pit – “I’ve Got Your Number”
Modular – “Femme Fatale”
Nancy – “Mamba Negra Fashion Week”
Radiohead – “Weird Fishes/Arpeggi”
Jarvis Cocker – “I Never Say I Was Deep”
Fleet Foxes – “White Winter Hymnal”
Danger Mouse & Sparklehorse – “Little Girl (com Julian Casablancas)”
Caetano Veloso – “Falso Leblon”
Metronomy – “Heartbreaker”
Beastie Boys – “Groove Holmes”
Les Rhytmes Digitales – “Sometimes”
Krazy Baldhead – “Sweet Night (com Outlines)”
Phantom Band – “Left-Hand Wave”
Lily Allen – “Fuck You (Doc Fritz Fossa Nova Mix)”
Weird Tapes – “The Heavens”

Vamo?

Cinco vídeos para o meio da semana – 82


Curumin – “Mal Estar Card”


Lily Allen – “Not Fair”


Passion Pit – “The Reeling”


PELVs – “Keep Your Music Away”


Eminem – “We Made You”

A Anti-Britney

Lily Allen @ Roseland Ballroom
Nova York, 20 de abril de 2009

“Cara, olha como isso tá cheio! E hoje é segunda-feira e tá chovendo!” – não, quem fez esse comentário não foi qualquer pessoa da platéia e sim de um segurança do clássico Roseland Ballroom. A enorme casa de shows na rua 52 de Nova York quase na Broadway (“que metido ele, citando endereço em Nova York”) já foi palco de pelo menos um disco ao vivo histórico (o terceiro álbum da discografia oficial do Portishead) e é vizinho do Ed Sullivan Theatre, onde os Beatles começaram a conquistar o mundo. Por fora, parece um cinema; por dentro, lembra uma versão melhorada do velho Olympia em seus melhores dias.

E, como salientou o segurança, estava lotada – e em plena segunda-feira. Chegamos no meio do show da banda de abertura, o Natalie Portman’s Shaved Head, uma banda empolgadíssima que tocava umas músicas bem mais ou menos, uma espécie de sub-Franz Ferdinand com um pezinho na eletrônica (bem de leve) sem um pingo de noção para compor um refrão válido – “Me & Yr Daughter”, a música com que eles encerraram o show, era o mais perto disso que eles conseguem fazer. O público gostou, mas apenas como aperitivo para o show da musa da noite.

Musa? Lily Allen comporta-se como o oposto disso. Seu show em Nova York foi o segundo “último show da turnê” que assisti da cantora – o primeiro foi no festival Planeta Terra, quando ela encerrou sua primeira turnê mundial num show completamente bêbada, esquecendo as letras das músicas e divertindo-se mais no palco do que a platéia. Era o final de 2007, o ano que consagrou a aparição de Lily Allen não apenas no rol de popstars surgidos graças à web como uma aspirante à liga júnior do mundo de celebridades. Quase dois anos se passaram desde sua primeira aparição e aquele show no Brasil foi uma espécie de terapia em público, com a cantora falando sem parar sobre qualquer assunto, como se expurgasse os próprios fantasmas num porre em que repassou, com banda, seus hits até ali.

Corta para 2009 e lá está Lily, um pouco mais velha, falando, bebendo e fumando sem parar, mas sem o clima de fim de feira do show no Brasil. Pelo contrário – ela está em Nova York e seu show de despedida da cidade não pode ser de qualquer jeito, mesmo porque pode ser o último na América do Norte, mas a turnê de It’s Not Me, It’s You, seu segundo disco, ainda está pela metade. Mas é bom descobrir que cigarros, bebedeira e a falação desembestada não são a exceção – e sim a regra de suas apresentações. E mesmo que ela esteja com mais pose de popstar do que de menininha, mesmo que o palco escreva seu nome com letras grandes três vezes, mesmo que metade das meninas da platéia sejam miniclones de Lily (franjinha, saltões, sainhas, leggings, casaquinhos sobre camisetas compridas, blusas soltas, cores fortes), mesmo que abertura de seu show projete sua silhueta batendo os pezinhos no chão como uma marca registrada, ela não está nem aí para o papel de exemplo a ser seguido ou de ícone cultural. E em vez de fazer-se de diva intocável, equilibra suas músicas com uma faceta pouco explorada entre as manchetes de tablóide – a de que suas frases que às vezes viram manchetes deslocadas por partirem de monólogos que estão mais próximos da comédia stand-up do que da música pop. Não é acaso o fato de ela fazer dois fãs participarem de um concurso para ver quem come mais rápido antes de começar mais uma faixa, “It’s Not Fair”.

E antes de cada música ela alongava uma pequena introdução e contava uma história, explicava uma situação ou falava um pouco sobre a música a seguir. “Essa (“Him”) é para o cara lá em cima”, “essa (“He Wasn’t There”) é sobre o meu pai”, “essa (“Chinese”) parece ser sobre um namorado, mas é sobre a minha mãe”, “essa (“Fuck You”) pode ser sobre qualquer pessoa, mas na verdade é sobre um cara que já era”. Antes de “22” dedicou a faixa às meninas da sua geração (Lily nasceu em 1985) que querem um namorado mas passam o tempo todo ficando com os caras errados (sem mencionar que ela disse isso usando a expressão “sucking cocks”). Antes de “It’s Not Fair” desculpava-se ter dito “fuck” quando queria dizer “making love”.

Ao seu redor, uma banda formada por baixista, guitarrista, baterista e tecladista, acompanhava a garota para onde ela fosse – e se sua segunda coleção de faixas lançada num disco de plástico começou a existir parecendo habitar o território de uma new wave açucarada ou um tecnopop com gosto do girl power das Spice Girls, ele logo a ampliou em um leque de canções de gêneros musicais diferentes, como se estivesse exercitando, musicalmente, o mesmo tipo de terapia/fantasia que inclui em suas letras. O que permitiu até um infame “momento acústico” e uma hilária reação da platéia – sugerida pela própria Lily – que acompanhou “Fuck You” (que era mais sutil quando foi lançada no MySpace ano passado como “GWB (Guess Who Batman)”) erguendo os dedos do meio para a cantora, adolescentes de diferentes idades expurgando suas frustrações num jazzinho pseudo-cabaré cujo potencial de hit parece ter sido boicotado só pelo palavrão do refrão.

E a banda a segue para além das demonstrações de versatilidade embaladas em forma de canção que formam It’s Not You It’s Me. Um dos melhores momentos do show foi no bis, quando a banda brincou de drum’n’bass e dub em cima do reggaeinho original de “Smile” – com Lily disparando efeitos sonoros graças a um dispositivo portátil, que funcionou como uma ótima introdução a “The Fear” (homônima e por que não sobrinha da faixa que abre o classudo e denso This is Hardcore, do Pulp), que também vira parque de diversões instrumental para a banda – desta vez numa jam puxando mais para o eletrônico.

Mas o grand finale aconteceu com um cover – e a segunda versão para “Womanizer” apresentada por Lily Allen ficou longe da primeira tentativa engraçadinha que fez ao lado de Mark Ronson no final do ano passado. Em um arranjo idêntico ao original de Britney Spears em 2009, a canção mostra sua força de chiclete robótico existindo num formato essencialmente rock (o cover do Franz também ressaltou esse aspecto) e reintegra a crítica ao “mulherengo” que batiza a faixa ao universo de Lily. E por mais que tenha ironizado o próprio sucesso em “The Fear”, ela mesma se põe ao lado de Britney Spears (nascida em 1980) para lembrar que mesmo que cantem sobre facetas diferentes de camadas distintas do século 21, ambas coexistem e atravessam situações semelhantes em escalas paralelas. E assim ela não se acanha em assumir o papel de anti-Britney – uma musa pop imperfeita por definição, ao contrário de Britney que encarou a imperfeição como um karma inevitável à condição perfeccionista. E, ao optar por ser uma resposta ao fenômeno popstar do que mais uma releitura, Lily Allen é uma das personagens mais interessantes do cenário pop atual. Ela se dispôs a atravessar o furacão de mídia, fama e celebridade para conseguir seu lugar ao sol – e até hoje vem lidando bem com o desafio. Se continuar assim, pode realmente tornar-se importante.

Un poco más de Nueva York

Olha a música com que a Lily Allen fechou seu último show da turnê deste ano nos EUA:

E a menina é uma popstar nata: além de boa compositora pop fica o tempo todo fazendo brincadeiras com o público, falando besteira sem se preocupar com pose, fumando cigarros e bebendo vinho, enquanto escancara suas relações pessoais em canções. Seus dois primeiros discos são mais importantes do que os últimos quinze anos da carreira de Madonna e ela prova isso no palco.

Tem mais vídeos lá na TV Trabalho Sujo, pra quem estiver a fim de ver.

Já o Sonic Youth com o John Paul Jones e Takehisa Kosugi fazendo barulho como trilha sonora para a apresentação de noventa anos da sumidade da dança moderna Merce Cunningham eu não pude filmar (afinal, foi no Opera Hall do BAM e o público era tão metido a sisudo quanto o lugar). Mas, tudo bem – você não perdeu muita coisa – essa menina, filmou o que ela conseguiu, sente o drama. O espetáculo de dança em si só serviu para eu ter certeza de que dança contemporânea não é a minha praia mesmo – embora o bom e velho SY tenha feito o ruído necessário para valer o preço do espetáculo. A Kim até cantou…


Agradecendo o público: os bailarinos, o coreógrafo (na cadeira de rodas), o Sonic Youth (vestidos que nem gente), Kosugi (à esquerda, de suspensórios) e John Paul Jones (à direita, de suspensórios)

Enquanto não volto à ativa (4 de maio, hein…), fiquem com a cobertura que o Bruno está fazendo do Coachella, com os cartuns que o Arnaldo fez pro G1 e que pouca gente viu e com a carta que o Mini escreveu para os anos 90. E você já baixou o disco do Dodô? Que achou, hein?

Vida Fodona #148: Semana tá corridaça



E, de novo, não deu pra falar entre as músicas. Por isso, outro Vida Fodona Soundsystem – e esse tá no capricho!

Leebuzz – “Fistful of Diggity”
Beatles – “Eleanor Rigby (Soulwax Remix)”
Lucas Santtana + Do Amor – “Who Can Say Which Way”
Snoop Dogg – “Dr. King Remembers (feat. Sly Stone)”
Curumin – “Mistério Stéreo”
Lily Allen – “Womanizer”
Fancy – “Do the D.A.N.C.E.”
Mickey Gang – “Horses Can’t Dance”
Franz Ferdinand – “Live Alone”
Bauhaus – “Telegram Sam”
Malajube – “333”
Mando Diao – “Dance With Somebody”
TV on the Radio – “Heroes”
Dodos – “Undeclared”
Elliott Smith – “New Monkey”
Marcos Valle – “Os Grilos”
Whitest Boy Alive – “Intentions”
Chairlift – “Evident Utensil (MGMT Remix)”
Dan Auerbach – “Real Desire”

Vamo?

Hoje só amanhã: a quinta semana de 2009

Amanhã não, segunda – nesse domingo não tem Trabalho Sujo.

A volta do Legião Urbana
Gravações raras de João Gilberto ressurgem na internet: tanto as gravações que fez na casa do fotógrafo Chico Pereira em 1958 (o técnico de som Christophe Rousseau fala mais sobre o assunto), quanto o show ao lado de Tom Jobim, Os Cariocas e Vinícius de Moraes em 1962 e as gravações do tempo do Garotos da Lua, em 1950 (que repercutem) •
Lost: Jughead
Sílvio Santos portátil
Dakota Fanning, 15 anos
Little Joy em São Paulo
Moleque chapa no dentista, é remixado e vira desenho
Entrevista: Matt Mason (Pirate’s Dilemma)
Vazou o disco de Lily Allen
Trailers novos: Transformers 2 e Jornada nas Estrelas (com menção ao Cloverfield) •
Rick Levy se aposenta da naite
50 anos do dia em que a música morreu
Banda Calypso é indicada ao Nobel da Paz
Lux Interior (1948-2009)
Legendas.tv fora do ar (e hackers sacaneiam o site da APCMdeu no G1) •
A história do Kraftwerk
Krautrock dance
Emma Watson, 18 anos
Paul’s Boutique comentado pelos Beastie Boys
Soulwax faz set só com introduções de músicas (uma idéia que o Osymyso já tinha tido) •
Alan Moore e a televisão do século 21 (que aproveita para falar de sua participação nos Simpsons) •
Phelps dá pala, devia ter respondido assim, mas é punido; Ronaldo sai em sua defesa
Um herói candango
Vocalista do Gogol Bordello já agitou feshteenha no Rio e vai tocar no carnaval do Recife com Mundo Livre e Manu Chao
Saiu a escalação do festival de Boonnaroo
Forgotten Boys sem Chucky
Comentando Lost: The Lie
A história do krautrock
Entrevista: Lawrence Lessig
Comentando Lost: Jughead
Kraftwerk 1970
Oito episódios para o fim de Battlestar Galactica
Of Montreal tocando Electric Light Orchestra
Fubap de cara nova
“Friday I’m in Love” sem palavras
Todas as mortes em Sopranos
Christian Bale estressa com produtor e é remixado
Montage papai
As calcinhas da Kate do Lost são brasileiras
Lykke Li 2009
Cansei de Ser Sexy x Chromeo
Visita à discoteca Oneyda Alvarenga
Moleque do dentista e Christian Bale são remixados

Lily Allen 2009

Poizé, vazou o disco novo da menina. À primeira audição It’s Not Me It’s You parece mais consistente que o primeiro (“Fuck You” é a “Smile” desse disco) – mas a praia é ainda é aquela, aquele popinho sossegado que as meninas gostam tanto. Vai aí outra música que ainda não tinha aparecido online (e a imagem dela exibindo-se para os fotógrafos rolou no show de lançamento do disco, que aconteceu neste fim de semana).


Lily Allen – “Never Gonna Happen

On the Run 42: Lily Allen Album Mini Mix

O próximo disco de Lily Allen, It’s Not Me It’s You, sai em algum dias e está sendo considerado a tábua de salvação da gravadora EMI, a mais pobrinha das quatro majors que ainda habitam nosso planeta. A empresa, que está comemorando a possibilidade de escovas de dentes virem com música, também tem sido alvo constante das reclamações de Lily e vem tentando toda forma de promoção possível para garantir que o disco da garota seja comprado e não baixado de graça – e o minimix aí embaixo, que espreme seis músicas em menos de sete minutos (e apresenta duas faixas que ainda não tinham aparecido online – “Not Fair” e “Never Gonna Get It”), é mais uma das ferramentas usadas pela gravadora que deu os Beatles ao mundo para ver se o segundo disco de Lily os tira do atoleiro.

Lily Allen Album Mini Mix (MP3)

“Everyone’s at it”
“The Fear”
“Not Fair”
“22”
“Never Gonna Get It”
“Fuck You”