Lia Paris vindo de novo

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Depois de um semestre agitado no exterior, quando ganhou prêmios e fez shows pela Europa, Lia Paris faz mais um show de seu segundo disco MultiVerso, que faço a direção artística, neste domingo, às 18h, no teatro do Sesc Belenzinho (mais informações aqui).

No MultiVerso de Lia Paris

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Desde a primeira conversa, deu pra ver que Lia Paris não para. Resumir sua atuação como cantora e compositora é só uma forma de sintetizar seus talentos mais aparentes, mas ela gerencia a própria carreira como um dínamo, cuidando dos shows, de turnês internacionais, de projetos paralelos e parcerias de forma intensa e incansável. O fruto mais recente desta usina de criatividade – seu segundo disco MultiVerso, que ela lançou na semana passada – é mais um passo na construção de sua carreira e seu trabalho mais pop e ela começa a colocá-lo em prática nesta sexta-feira, dia 5 de julho, no Auditório Ibirapuera, quando traz pela primeira vez este trabalho para o palco, com as presenças de convidados como o rapper Luccas Carlos, o produtor Daniel Hunt e o vocalista John Evans, alguns dos convidados do disco – que ainda conta com as presenças de L_cio, Dudu Marote, Ugot, entre outros. Assino a direção artística deste lançamento, que ainda terá a luz de Helô Duran, som de Polako Brandão, produção das Pepper Cultural e cenário de Rose Bazo e Zé Carratu. Os ingressos estão à venda aqui e há mais informações sobre o show aqui. Abaixo, o release que escrevi sobre este novo disco de Lia, que segue em turnê pela Europa logo em seguida.

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“Salto em plena escuridão, segue outra direção, sentimento” – a voz de Lia Paris flutua sozinha sem gravidade num vazio musical contornada apenas por um teclado. Ao seu redor, aos poucos, elementos musicais vão construindo o cenário de “Coração Cigano” – ecos, estalos, a levada de um violão, beats eletrônicos -, o primeiro single de seu novo álbum, lançado ainda em 2018. É o começo de MultiVerso, que parece abrir-se em diferentes facetas, gêneros musicais e participações especiais para construir uma personalidade artística a partir de fragmentos de experiências da cantora, compositora e performer paulistana.

“Coração Cigano” é o início desta nova fase que é seu segundo disco independente. Lançado com um clipe gravado na Islândia no meio de 2018, o single encerrava o ciclo que Lia abrira com Lva Vermelha, EP de 2016 que a levou para diferentes cantos do planeta a criar rituais que lhe deram a compreensão da performance em sua arte. Com o Lva Vermelha realizou diferentes formatos de performances artísticas musicais passando por Portugal, pela cidade medieval da Tuscania na Itália, França, Alemanha, Colômbia, Espanha, Portugal, Estados Unidos, além de passear por muitos palcos do Brasil, sempre criando situações artísticas com parceiros locais que somaram visual e musicalmente com seu trabalho. “Eu vou te levar pra outra dimensão”, resume em outro verso.

O novo álbum sintetiza esta nova fase em um disco com múltiplas personalidades, que paradoxalmente mostram sua coesão estética e musical, cada vez mais afiada – e pop. Ele mantém a abordagem lúdica, surrealista e misteriosa da artista, mas pousa em solo terrestre com canções cada vez mais diretas ao mesmo tempo que desafiam gêneros musicais. É um caldeirão orgânico e eletrônico que funde música brasileira, dance music, trip hop, soul music, reggaeton, rap e dream pop. Trabalhando com produtores e parceiros musicais com bagagens e influências diferentes entre si, ela coproduziu todo o álbum, como vem fazendo com toda sua carreira.

MultiVerso proporciona encontros improváveis como a produção de L_cio e Dudu Marote em (“Inocente Violência”), do produtor U-Got com o rapper Luccas Carlos (“Meus Caminhos”), do vocalista John Evans com o produtor Dudinha (“No Name”), dos produtores Spaniol e Daniel Carlomagno (“Nosso Trato”), do produtor Daniel Hunt com o trompetista Felipe Aires (“A Roda”). “Gosto muito de promover esses encontros e chegar a resultados inusitados a partir da
intersecção do meu universo de criação com o desses caras”, lembra a Lia. São paisagens etéreas surreais e experiências intensas que se contrapõe a diferentes temperaturas de sotaques e grooves, arriscadas misturas que poderiam fazer com que o disco soasse díspar e desconexo.

Mas é justamente o contrário. MultiVerso junta as pontas da carreira de Lia mostrando uma artista ciente de sua missão e de sua natureza plural. “Meu trabalho é bastante autobiográfico, mas busco me conectar com as pessoas explorando as metáforas e sutilezas dos sentimentos e sensações misteriosas que muita gente também pode se identificar”, conta. A sofisticação palpável de seus trabalhos anteriores permanece intactas, ainda com proposta conceitual mas mais palatável, aberta a um público ainda mais amplo. O corte transversal deste novo disco reúne diferentes parceiros e compadres que ela conheceu na carreira, unindo suas “diferentes vidas” – que já foi trapezista, estilista e roqueira – em uma cantora pop pronta para abraçar o Brasil – e o mundo.

No show de lançamento de MultiVerso, que acontece no dia 5 de julho de 2019 no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, ela conta com as presenças do rapper Luccas Carlos, do produtor Daniel Hunt, do vocalista John Evans (do grupo Lumen Craft) e do dançarino Ricardo Januário, além de iluminação de Helô Duran, cenário de Zé Carratu e Rose Baso e figurino assinado por Rodolfo Beltrão. De lá, ela segue para a tour europeia do disco com estreia no icônico clube de David Lynch, Silencio, em Paris na França. A segunda data será no Festival Tangerine em uma floresta nos arredores de Paris, e a terceira no festival Sonido Tropico em Berlim, selo conhecido por exportar ao mundo música brasileira eletrônica contemporânea. A segunda parte da turnê acontecerá em Portugal onde Lia se apresenta na clássica Casa Da Música em Porto, no Music Box em Lisboa, no Texas Club em Leiria até o último show em Ponte de Sor, no anfiteatro de Montargil.