Esperando entrar setembro…
Erasmo Carlos – “26 Anos de Vida Normal”
Cramps – “Human Fly”
Blood Orange – “Charcoal Baby”
Bolerinho – “Necrópsia do Nosso Caso de Amor”
Memory Tapes – “Green Knight”
Letuce – “Fio Solto”
JJ – “Things Will Never Be the Same”
Paul McCartney – “Ram On”
Rockers Control – “Soltinho Dub”
Gilberto Gil – “OK OK OK”
Tim Maia – “João Coragem”
Pink Floyd – “Sheep”
Alphabeat – “Digital Love”
Cidadão Instigado – “Contando Estrelas”
Of Montreal – “Spoonful Of Sugar”
Caetano Veloso – “Trem das Cores”
Teenage Fanclub – “Neil Jung”
Deixando aí uma playlist pra vocês antes de ficar umas duas semaninhas mezzo fora do ar… Volto no início de junho.
A arrebatadora e deslumbrante “Todos Querem Amar”, que encerra o senhor disco que o Letuce lançou ano passado, Estilhaça, nasceu sozinha. “Ela música nasceu de total improviso da banda, no estúdio 12 dólares em dezembro de 2013”, me conta Letícia Novaes, vocalista e norte da banda. “Os meninos lá levando um som, eu abri meu caderninho de tralhas/emocões e desatei a cantar e falar algo que tinha escrito. Quando fomos gravar o disco em 2015, fevereiro, o Lucas (Vasconcellos, guitarrista e outra metade do casal que originou a banda) comentou ‘vocês têm que ouvir um momento que temos de 2013, lá no estúdio e tal’. Quando a gente ouviu, pirou. A gente já não lembrava exatamente e foi tão impactante que resolvemos colocar do jeito que estava, até a voz é a guia.”
A música virou clipe, que estreia com exclusividade aqui no Trabalho Sujo. O clipe foi dirigido por Clara Sønder, que filmou o casal à noite em Copacabana, e conta com imagens enviadas por fãs. “Pedi aos fãs que mandassem vídeos no ônibus da vida. Pedi cautela, afinal: muitos assaltos”, lembra Letícia, antes de rir, “recebemos vários, desde bebês, até dança contemporânea, gente se beijando, e umas meninas hilárias que criaram um ônibus – até botei duas ceninhas com elas”.
“Essa música fala sobre tentativas, creio. E como isso nos mantém sãos”, ela continua. “As pessoas vão e vem, contramão ou não, mas tentam. E há uma certa vergonha em tentar. Hoje em dia existe uma vergonha em amar, há quem tem tenha vergonha da frase ‘mais amor, por favor’. o amor não é mais um lugar comum a todos, há quem ame, há quem odeie, é curioso. E – ah! – também é uma música sobre sonhos, e como eles são utilizados de maneira boba. quando alguém diz ‘sonhei com você’, cria-se uma distância subconsciente, e há a ‘vergonha’ – olha ela aí de novo – de se dizer ‘eu pensei em você à noite inteira’, o que pra mim seria bem mais forte de ouvir do que ‘sonhei com você'”, ela ri de novo.
A música e o vídeo funcionam como um antídoto pra essa fase deprê que estamos atravessando no Brasil.
Na edição de janeiro da minha coluna na revista Caros Amigos, eu escrevi sobre o grande ano que foi 2015 para a música brasileira.
A consagração de 2015
O ano firmou toda uma safra de artistas que lançou discos que reverberarão pelos próximos anos
Alguma coisa aconteceu na música brasileira em 2015. Uma conjunção de fatores diferentes fez que vários artistas, cenas musicais, produtores e ouvintes se unissem para tornar públicos trabalhos de diferentes tempos de gestação que desembocaram coincidentemente neste mesmo período de doze meses e é fácil notar que esta produção terá um impacto duradouro pelos próximos anos. O melhor termômetro para estas transformações são os discos lançados durante este ano.
Os treze anos de espera do disco novo do Instituto, o terceiro disco pelo terceiro ano seguido do Bixiga 70, os seis anos de espera do disco novo do Cidadão Instigado, o disco que Emicida gravou na África, um disco que BNegão e seus Seletores de Frequência nem estavam pensando em fazer, o surgimento inesperado da carreira solo de Ava Rocha, o disco mais político de Siba, o espetacular segundo disco do grupo goiano Boogarins, os discos pop de Tulipa Ruiz e Barbara Eugênia, a década à espera do segundo disco solo de Black Alien, o majestoso disco primeiro disco de inéditas de Elza Soares, os quase seis anos de espera pelo disco novo do rapper Rodrigo Ogi, dos Supercordas e do grupo Letuce e um projeto paralelo de Mariana Aydar que tornou-se seu melhor disco. Mais que um ano de revelação de novos talentos (o que também aconteceu), 2015 marcou a consolidação de uma nova cara da música brasileira, bem típica desta década.
São álbuns lançados às dezenas, semanalmente, que deixam até o mais empenhado completista atordoado de tanta produção. É inevitável que entre as centenas de discos lançados no Brasil este ano haja uma enorme quantidade de material irrelevante, genérico, sem graça ou simplesmente ruim. Mas também impressiona a enorme quantidade de discos que são pelo menos bons – consigo citar quase uma centena sem me esforçar demais – e que foram feitos por artistas jovens, ainda buscando seu lugar no cenário, o que apenas é uma tradução desta que talvez seja a geração mais rica da música brasileira. A quantidade de produção – reflexo da qualidade das novas tecnologias tanto para gravação e divulgação dos trabalhos – não é mais meramente quantitativa. O salto de qualidade aos poucos vem acompanhando a curva de ascensão dos números de produção.
Outro diferencial desta nova geração é sua transversalidade. São músicos, compositores, intérpretes e produtores que atravessam diferentes gêneros, colaboram entre si, dialogam, trocam experiências. Não é apenas uma cena local, um encontro geográfico num bar, numa garagem, numa casa noturna, num apartamento. É uma troca constante de informações e ideias que, graças à internet, transforma os bastidores da vida de cada um em um imenso reality show divulgado pelas redes sociais, em clipes feitos para web, registros amadores de shows, MP3 inéditos, discussões e textões posts dos outros.
A lista de melhores discos que acompanha este texto não é, de forma alguma, uma lista definitiva, mesmo porque ela passa pelo meu recorte editorial, humano, que contempla uma série de fatores e dispensa outros. Qualquer outro observador da produção nacional pode criar uma lista de discos tão importantes e variada quanto estes 25 que separei no meu recorte. Dezenas de ótimos discos ficaram de fora, fora artistas que não chegaram a lançar discos de fato – e sim existem na internet apenas pelo registros dos outros de seus próprios trabalhos. E em qualquer recorte feito é inevitável perceber a teia de contatos e referências pessoais que todo artista cria hoje em dia. Poucos trabalham sozinhos ou num núcleo muito fechado. A maioria abre sua obra em movimento para parcerias, colaborações, participações especiais, duetos, jam sessions.
E não é uma panelinha. Não são poucos amigos que se conhecem faz tempo e podem se dar ao luxo de fazer isso por serem bem nascidos. É gente que vem de todos os extratos sociais e luta ferrenhamente para sobreviver fazendo apenas música. Gente que conhece cada vez mais gente que está do seu lado – e quer materializar essa aliança num palco, numa faixa, num mesmo momento. Esse é o diferencial desta geração: ela vai lá e faz.
Desligue o rádio e a TV para procurar o que há de melhor na música brasileira deste ano.
Ava Rocha – Ava Patrya Yndia Yracema
BNegão e os Seletores de Frequência – TransmutAção
Barbara Eugênia – Frou Frou
Bixiga 70 – III
Boogarins – Manual ou Guia Prático de Livre Dissolução de Sonhos
Cidadão Instigado – Fortaleza
Diogo Strauss – Spectrum
Elza Soares – Mulher do Fim do Mundo
Emicida – Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
Guizado – O Vôo do Dragão
Ian Ramil – Derivacivilização
Instituto – Violar
Juçara Marçal & Cadu Tenório – Anganga
Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thomas Harres – Abismu
Karina Buhr – Selvática
Letuce – Estilhaça
Mariana Aydar – Pedaço Duma Asa
Negro Leo – Niños Heroes
Passo Torto e Ná Ozzeti – Thiago França
Rodrigo Campos – Conversas com Toshiro
Rodrigo Ogi – Rá!
Siba – De Baile Solto
Space Charanga – R.A.N.
Supercordas – A Terceira Terra
Tulipa Ruiz – Dancê
Tirei a Carol no amigo oculto da firma e ela levou esse Vida Fodona de presente.
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Pra Te Atazanar”
Ryan Adams – “Style”
Grimes – “Flesh Without Blood”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Kendrick Lamar – “Alright”
Instituto + Karol Conká + Tulipa Ruiz – “Mais Carne”
Chairlift – “Ch-Ching”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan- “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Hot Chip – “Started Right (Joe Goddard Disco Remix)”
Tame Impala – “Let It Happen (Soulwax Remix)”
Mano Brown + Naldo Benny – “Benny & Brown”
Emicida – “Salve Black (Estilo Livre)”
Diogo Strausz – “Narcissus”
Elza Soares – “Pra Fuder”
BNegão + Os Seletores de Frequência – “Giratória (Sua Direção)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Deerhunter – “Snakeskin”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Anitta – “Bang!”
Will Butler – “Anna”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Toro y Moi – “Empty Nesters”
Supercordas – “Sinédoque, Mulher”
Siba – “Mel Tamarindo”
Cidadão Instigado – “Land of Light”
Ava Rocha – “Transeunte Coração”
Boogarins – “Mario de Andrade/Selvagem”
Yumi Zouma – “Second Wave”
Letuce – “Mergulhei de Máscara”
Anelis Assumpção + Amigos Imaginários – “Eu Gosto Assim (Dub Version)”
A mundança nunca termina.
Buffalo Springfield – “For What’s Worth”
Boogarins – “Mário de Andrade / Selvagem”
Deerhunter – “Duplex Planet”
Wilco – “You Satellite”
Karina Buhr – “Rimã”
Broken Bells – “It’s That Talk Again”
Supercordas – “Espectralismo ou Barbárie”
Letuce – “Todos os Lugares do Mundo”
Tame Impala – “Reality In Motion”
Ogi – “7 Cordas”
Floating Points – “Elaenia”
Ava Rocha – “Mar ao Fundo”
Cidadão Instigado – “Dudu Vivi Dada”
Ryan Adams – “I Know Places”
Mariana Aydar – “Saiba Ficar Quieto”
Mac DeMarco – “Without Me”
Fui a Brasília, passei pelo Rio e voltei.
Tame Impala – “Nangs”
Miley Cyrus + Flaming Lips – “Karen Don’t Be Sad”
Boogarins – “Avalanche”
Letuce – “Aristoteles Laugh”
BNegão & Os Seletores de Frequência – “Dias da Serpente”
Toro y Moi + Washed Out – “Want”
Modjo – “Lady (Hear Me Tonight)”
Major Lazer + MØ – “Lost”
Boss in Drama + Karol Conká – “Lista VIP”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Max Romeo – “Chase the Devil”
Sinkane – “Yacha (Peaking Lights Dub Mix)”
Massive Attack – “Group Four”
Guilherme Arantes – “O Melhor Vai Começar”
Não sei se é só uma questão de ponto de vista ou se o tempo e a experiência aproximaram ainda mais os cinco integrantes do Letuce como banda. A constatação não vem só do fato do casal central do grupo – e, para muitos, a essência da banda -, a vocalista Letícia Novaes e o multiinstrumentista Lucas Vasconcellos terem se divorciado e optado pela continuação deste trabalho, mas principalmente pelo corpo do disco Estilhaça, um álbum tão envolvente e mágico quanto outra obra-prima carioca deste ano, o disco de estreia de Ava Rocha. Mas ao contrário do disco que deu o tom do primeiro semestre, este novo – que pode dar o tom deste segundo – não gira ao redor de uma musa principal, como era o próprio casal no disco anterior, Manja Perene, de 2009. Estilhaça é um disco de banda e, uma surpresa improvável, um disco de banda de rock. Um senhor disco de rock – e um dos melhores discos do ano. O disco vai ser lançado nesta terça, dia 1°, em São Paulo, na Serralheria.
O instrumental que acompanha as viagens em forma de canções de Lucas e Letícia deixa de ser apenas cúmplice e se embrenha nas composições com riffs, solos, linhas de ritmo e peso como nunca havia acontecido ao menos nos discos da banda. “Somos amigos fora da banda, Arthur (Braganti), o tecladista, é um dos meus melhores amigos, escrevemos juntos peças, temos outro projeto, Thomas (Harres, baterista) foi aluno do Lucas quando era criança, Fabinho (Fabio Lima, baixo) e Lucas eram do Binário – uma banda maravilhosa dos anos 2000 do Rio, que dali saíram vários músicos fodas”, me explica Letícia. “E Lucas e eu éramos casados, ou seja: é uma banda com muita intimidade. A gente briga, discute, põe os demônios pra fora, mas também rimos muito, gargalhamos, falamos bobagens pra dedéu e ainda temos muito tesão em tocar um com o outro. É incrível nossa química no palco, nós cinco.”
Estilhaça abre soltando raios de sol na ecumênica e expansiva “Quero Trabalhar com Vidro”, que começa o disco numa explosão de psicodelia hippie que vai sendo arrefecida à medida em que o álbum caminha. Dali ele nos leva por uma montanha russa de emoções em que a unidade da banda soa mais coesa, igualmente bruta e refinada, passando por vales iluminados (a funky “Todos os Lugares do Mundo”, suntuosa “Lugar para Dois”, um Raul Seixas crowlleyiano “Love is Magick”, a deliciosa “Animadinha” e a nua e delicada “Mergulhei de Máscara”) e regiões sombrias (o lúgubre reggae “Muita Cara”, o pântano de Screamin’ Jay Hawkins em “Aristoleles Laugh”, o dedo na cara de “Arca de Noé” e o ponto final “Todos Querem Amar”, desesperada e esperançosa ao mesmo tempo). Letícia não é mais a estrela à frente e sim uma band leader de banda de rock clássico, como se o Letuce pudesse existir nos anos 70.
“É porque pararam de dizer o duo Letuce, a dupla”, ela ri”. Claro que na real, a gente sempre foi a cabeça da banda, a gente que fazia as músicas, arranjos, letra, tudo, mas aos poucos fomos abrindo espaço para os meninos que já nos acompanhavam e tal. A gente é da escola rock, não tem como negar, talvez pela vida ter rasgado um pouco, naturalmente as canções vieram mais rasgadas também.”
Ela detalha mais o processo humano que culminou em Estilhaça: “Esse disco foi uma saga, ele já estava sendo formulado desde 2013, aí Lucas e eu nos separamos e inevitavelmente fomos fazer outras coisas, ter outras pirações, mas sempre com a ideia de retomar. Daí fomos pra Portugal, fizemos mais músicas e a vontade foi aumentando, até que apenas em fevereiro de 2015, conseguimos tempo em comum para gravar. E foi lindo, importante demais. O Manja (Perene) foi mais calculado, talvez, o Estilhaça tem três músicas de improviso, tem uma – a última – que até a voz é a voz guia, eu improvisando. E os meninos, idem.”
A coesão instrumental dos cinco foi um processo natural: “Eu amo ter banda, amo coletivo, amo a troca. Pra gente, a gente sempre foi uma banda, mas entendo que só agora talvez as pessoas estejam atentas a isso, normal. Lucas lançou dois discos solos, e cada vez mais se confirma como um grande produtor, além de excelente músico. Eu adentrei mais ainda o universo da literatura, que sempre me permeou. A audácia em cantar só surgiu porque eu sempre escrevi muito e um dia inventei melodias para os meus escritos. Lancei um livro, Zaralha, e escrevo uma vez por mês para o Segundo Caderno, do Globo. Talvez um dia faça um disco solo, mas por enquanto tô animada em lançar o Estilhaça.”
Mas ela realça o casal da frente como ponto de partida da banda: “As músicas eram sempre feitas por Lucas e eu, eu chegava com o espermatozóide e Lucas fecundava, sempre foi assim. Aí no Manja Perene, já entraram músicas de outras pessoas, como do Thomas Harres, nosso batera, Fabio Lima, nosso baixista e até uma canção do André Dahmer, ‘Ninguém muda Ninguém’. Esse disco ainda tem claro muito da minha poesia, minhas letras, minhas melodias, mas a participação de todos foi bem maior. E uma alegria!”
Comento que achei o disco catártico e Letícia concorda. “Sim, chega uma hora na vida que você vai se comprometendo com o não comprometimento”, gargalha e pergunta se faz sentido. “Tomara. Eu gravei meu primeiro disco muito nova, uma audácia, tadinha. Mas agora, com 33, eu poderia até estar mais sisuda e séria, mas não. Continuo compenetrada no tesão e no amor em cantar. Me profissionalizei mais, claro, ok. Mas na hora de gravar ou do show, é pura entrega. Lembrei de um poema da Ana Cristina César até:
‘Mocidade independente
Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra cima sem medir as conseqüências. Por que recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem uma graça atravessando o estado de São Paulo, de madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta contramão.'”
E tento provocar uma relação entre essa catarse emocional e o clima de tensão que paira sobre o Brasil hoje. “Que curioso, não tinha pensado nisso, mas agora acho que sim”, divaga. “Na última música do disco, que foi feita totalmente de improviso, eu falo sobre estar no ônibus de madrugada, uns indo e outros voltando, mas que todos querem amar. E o quanto isso dá vergonha, até peço pra alguém me assaltar, coisa e tal. Sinto uma vergonha das pessoas quererem assumir que amam. Óbvio que não generalizo e também há cada mais gente fora do armário, do amor e das drogas, gente escancarando de vez. Mas também vejo uma galera denunciando foto de amiga com peito de fora no instagram, sabe? Que vergonha. Coisa de louco. E no fundo é amor, na real é amor. Ficou confusa minha resposta, sei, perdão. Mas queria que as pessoas chutassem mais o balde. Eu chutei nesse disco. ‘Muita cara’, é uma música que chutei muitos baldes.”
Peço pra ela comentar a atual cena carioca, que vem sendo renovada nos últimos anos, e ela concorda. “Acabei de ouvir uma banda Biltre, que Arthur me indicou, curti, me fez rir. Gosto de rir ouvindo música, acho raro e bom. O próprio Arthur toca no Séculos Apaixonados, que também é demais, adoro o Guerrinha. O Rio é solar mas tem uma tristeza, né? A tristeza dos solares, é outro tipo, mas rola. Eu sou um pouco assim até. Fico feliz com toda a movimentação, não consigo acompanhar tudo, mas volta e meia algum amigo me faz um filtro e me aponta uma ou outra voz, ou eu mesma percebo um movimento. Mas de lugar pra tocar, o Rio é trash. Ou é algo gigante ou é um buraco, falta casa de médio porte.”
Estilhaça pode ser baixado de graça no site da OneRPM.
Vou lá tocar na terrinha…
Formation – “Hangin'”
Modjo – “Lady”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Emicida – “Mandume”
Elza Soares – “Maria da Vila Matilde”
St. Vincent – “Digital Witness”
Letuce – “Todos os Lugares do Mundo”
Tame Impala – “‘Cause I’m a Man (Haim Remix)”
Bruce Springsteen – “Hungry Heart”
Taylor Swift – “I Know Places”
Chet Faker + Banks – “1998”
Garotas Suecas – “Mal Educado”
Foals – “Daffodils”
Sinkane – “Hold Tight (Peaking Lights Dub Remix)”
Andréia Dias – “Bad Trip (Ainda Bem)”
Grenade – “Crazy”
Lou Barlow – “Moving”
Aqui.