Vida Fodona #669: Culpe o frio

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Um pouco mais introspectivo…

Stephen Malkmus – “Love the Door”
Def – “Paraquedas (Boddah)”
Clash – “One More Time”
Tatá Aeroplano – “Deixa Voar”
Kamasi Washington – “Truth”
Bruno Schiavo – “Lambada”
Tommy James & The Shondells – “Crimson & Clover”
Fernê – “Consolação”
Deerhunter – “Heatherwood”
Nomade Orquestra + Juçara Marçal – “Poeta Penso”
Clairo + Danielle Haim – “Bags”
Boogarins – “João 3 Filhos”
Unknown Mortal Orchestra – “Secret Xtians”
Laura Lavieri – “Desastre Solar”/”Radical”
Ariana Grande – “Thank U, Next”

Vida Fodona #584: Conectar as coisas boas

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Começando uma nova fase.

Carole King – “I Feel the Earth Move”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Rapture – “Never Die Again”
Unknown Mortal Orchestra – “Everyone Acts Crazy Nowadays”
Yma – “Pequenos Rios”
Nill – “Jovens Telas Trincadas”
Gilberto Gil – “Na Real”
Tatá Aeroplano – “Hoje Eu Não Sou”
Arcade Fire – “It’s Never Over (Oh Orpheus)”
Kali Uchis + Bia – “Miami”
Christina Aguillera – “Genie in a Bottle”
Washed Out – “Instant Calm”
Ike + Tina Turner – “Baby (What You Want Me To Do)”
Mark Ronson – “Stop Me”
Marcelo D2 – “Prelúdio em Rimas Cariocas”
Jonathan Wilson – “Rare Birds”
Laura Lavieri – “Sol do Céu”

Os 75 melhores discos de 2018: 30) Laura Lavieri – Desastre Solar

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“Deleitoso mal estar”

Os 25 melhores discos brasileiros do 2° semestre de 2018

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Mais uma vez, o Pedro Antunes (que agora está na Rolling Stone) revela a lista com os vinte e cinco indicados a melhor disco de 2018 deste semestre de acordo com a comissão julgadora de música popular da Associação Paulista de Críticos de Arte, da qual faço parte ao lado ao lado de Marcelo Costa, Lucas Breda, Roberta Martinelli e José Norberto Fletsch. Coube tudo: experimentalismo e MPB tradicional, música instrumental e dance music, indie rock e rap, música eletrônica e pós-rock. A lista está ótima – como a produção musical brasileira tem sido nos últimos anos.

Ana Cañas – Todxs
Baco Exu do Blues – Bluesman
Bixiga 70 – Quebra Cabeça
BK – Gigantes
Cacá Machado – Sibilina
Carne Doce – Tônus
Diomedes Chinaski – Comunista Rico
Duda Beat – Sinto Muito
E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante – Fundação
Edgar – Ultrasom
Gilberto Gil – Ok Ok Ok
Josyara – Mansa Fúria
Karol Conká – Ambulante
Laura Lavieri – Desastre Solar
Luiza Lian – Azul Moderno
Lupe de Lupe – Vocação
Mahmundi – Para Dias Ruins
Marcelo D2 – Amar É Para Os Fortes
Mulamba – Mulamba
Pabllo Vittar – Não Para Não
Phill Veras – Alma
Quartabê – Lição#2 Dorival
Rodrigo Campos – 9 Sambas
Samuca e a Selva – Tudo Que Move é Sagrado
Teto Preto – Pedra Preta

A lista com os indicados do primeiro semestre está neste link.

Vida Fodona #575: Realidade pesada

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Pra dissipar as trevas.

Massive Attack – “Black Milk”
Yo La Tengo – “Shades of Blue”
Nill – “Atari Level 2”
Flora Matos – “10:45”
Isaac Hayes – “Part-Time Love”
Don L – “Mexe pra Cam”
Beck – “Beautiful Way”
Kanye West + Pusha T – “Runaway”
Blood Orange – “Take Your Time”
Marcelo Cabral – “Ela Riu”
Saulo Duarte – “Avante Delírio”
Tatá Aeroplano – “Vida Inteira”
Laura Lavieri – “Me Dê a Mão”
Betina + Bonifrate – “Aluguel”

Fora da Casinha mudou de lugar

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A quarta edição do festival da Casa do Mancha teve um imprevisto com sua localização anterior mas segue firme em novo endereço, neste sábado, começando na Void e terminando no Z Carniceria, pertinho do Largo da Batata, aqui em São Paulo. São treze bandas e cinco DJs trazendo apenas o melhor da nova música indie brasileira – e eu estarei lá, mais uma vez ao lado do compadre Danilo Cabral (Luiz está viajando) começando os trabalhos no Z Carniceria a partir das 18h, antes do show do patrono Maurício Pereira. Confira os horários abaixo:

Palco Void
16h – Abertura
16h20 – Goldenloki
17h20 – Betina
18h20 – Bruno Bruni
19h20 – Terno Rei
20h20 – Molho Negro
21h20 – DJs Rafa e Joyce

Palco Z Carniceria
18h – Trabalho Sujo
19h – Mauricio Pereira
20h – Juliano Gauche
21h – Laura Lavieri
22h – Yma
23h – Dingo Bells
0h – Garotas Suecas
1h – Ozu
2h – Strobo
3h – Alex Correa (Caverna)

Mais informações sobre o evento aqui.

O Desastre Solar de Laura Lavieri

Foto: Gabriel Cabral

Foto: Gabriel Cabral

Laura Lavieri finalmente começa a colocar as asinhas de fora. Ex-vocalista de apoio de Marcelo Jeneci, ela vem acalentando este primeiro álbum há um bom tempo e tirou 2017 para por foco nesta etapa. Mudou-se para o Rio e começou a trabalhar com Diogo Strausz, com quem gravou o single “Quando o Amor Vai Embora”, ainda no ano passado. “Tenho encontrado no Rio o que eu vim procurar aqui: outras maneiras de se fazer música”, ela me explica por email. “Atualmente circulo, troco e toco com pessoas que experimentam bastante, e encontram outras sonoridades, métodos e caminhos. Gosto muito de me ver rodeada de toda fonte diversa: pessoas que têm nome conhecido no mainstream até o vulcão underground do centro. E ainda quero chegar na produção do subúrbio carioca.” Ela antecipa um primeiro gostinho do álbum com a versão ao vivo da música “Mais um Whisky”, que ela mostra em primeira mão para o Trabalho Sujo.

“Mais um Whisky é uma música que o Gui Amabis fez pra mim”, continua. “Ela fala dessa mulher decadente, vivida, por vezes incompreendida, e que paga pelos preços de fazer o que bem entende e deseja. Não é um preço baixo. Mas tem suas delícias”. Gui é um dos compositores que a ajudaram na composição deste novo álbum. “São seis inéditas de Gui Amabis, Jonas Sá, Lucas Oliveira, Sostenes Rodrigues, Alberto Continentino e Fernando Temporão e Marcelo Jeneci.” Além de “Mais Um Whisky” ela também mostra outros três registros ao vivo: “‘Tudo outra vez’, do Lucas, ‘Sol do Céu’, do Alberto e do Fernando, e ‘Estrada do Sol’, uma versão brasileira da canção italiana, pra manter algum traço do caminho que percorri até aqui, lembrando da estrada com Jeneci.”

O disco em si fica para 2017 mas já tem tudo mais ou menos definido, desde o título: Desastre Solar. “Tudo veio da etimologia de ‘desastre’ – disastro – désastre – disaster – a má estrela, ou ainda um ‘mau encontro’ estelar. O que seria bom ou ruim para uma estrela? Daí a magnitude dos ciclos e do tempo. Ninguém ‘gosta’ de desastre, de crise, de morte. mas a morte está presente todo dia, junto com a vida. É desse ‘mau’ encontro estrelar que irrompe a vida. O próprio centro do nosso sistema é uma bomba em constante erupção, e é nossa fonte de vida. Passei por maus bocados, há não muito tempo, encerrando uma etapa da vida, me lançando a uma nova, e me vi muito perdida, muito seca, abalada, acabada, muito decadente – nada tão diferente do que acontece com nosso país e planeta inteiro atualmente. E justo em meio aos destroços que encontrei – encontramos – chances de vida e recomeço. É aquele cenário pós-guerra apocaliptico que gera um solo fértil para uma nova era. A idéia é pintar aí as várias mulheres que já vivi, em diversos ciclos, mas sempre com esse potencial destrutivo e construtivo. Alguma pitada de ironia aqui, um pouco de decadência ali, sacanagem também, hi-fi-ficção científica, romantismos lo-fi, algum humor… O disco é alegre e leve sem deixar de ser intenso.”

Conduzido por Diogo, produtor, arranjador e músico em diversas faixas, o disco ainda conta com João Erbetta na guitarra, Alberto Continentino no baixo, Ricardo Dias Gomes nos teclados, Pedro Fonte na bateria e percussões e conta com participações de nomes como Guilherme Lírio, Joana Queiroz, Marlon Sette, Altair Martins, Marcelo Callado, Jonas Sá, Lucas Oliveira e Ledjane Motta. E vai ser bancado através de financiamento coletivo, através do site Catarse.

Ela explica o porquê: “Eu realmente me interesso e acredito na via ampla, horizontal e direta que a internet proporciona pras novas maneiras de se produzir. Não é fácil – comunicar – acessar – aglomerar as pessoas não é uma tarefa simples. Mas tenho me reunido com pessoas muito interessadas nessa construção, e a cada tijolo, cada acesso, cada troca, eu vejo a coisa fazendo sentido verdadeiro. Tenho tido vontade de movimentar mais encontros musicais, shows de diversos formatos e em cenários também inusitados. Agregar, juntar pessoas que conheci pelo Brasil. Acho que ficamos muito condicionados a formatos pré-estabelecidos e que já nem dão conta mais da demanda artística. Nem de mercado. Estamos sedentos. Crises. A música, como o recomeço, e toda possibilidade de criação, está em todo lugar. E tem que estar! E isso tem tudo a ver com crowd – funding – dar fundos às massas. Acredito muito no caminho de agregar os interesses e interessados e girar a produção de maneira direta e eficaz. Acho uma das mais gloriosas funções que a internet oferece.”

Programado para 2017, o disco só surgirá após o carnaval do ano que vem, “como tudo nesse Brasil brasileiro”, explica.

As 75 Melhores Músicas de 2016 – 57) Laura Lavieri – “Quando Alguém Vai Embora”

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“Puro engano talvez…”

Vida Fodona #542: Trazer o sol

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Concentração.

Laura Lavieri 2016: “Deixa sempre uma saudade”

Foto: Daryan Dornelles

Foto: Daryan Dornelles

A indefectível voz feminina que compõe o universo musical de Marcelo Jeneci começa a alçar seu voo solo. Laura Lavieri trabalha pouco a pouco sua estreia musical e antecipa a primeira faixa desta fase de sua carreira aqui pro Trabalho Sujo, mostrando em primeira mão o clipe de “Quando Alguém Vai Embora”, a seguir:

A faixa, bucólica e retrô ao mesmo tempo, está cheia das impressões digitais de seu parceiro nesta nova etapa: o jovem prodígio carioca Diogo Strausz, que fortalece sua reputação de produtor, arranjador e músico ao mesmo tempo em que segue pondo em prática seu lado maestro. “O disco segue a linha desta primeira música porque sou eu no front, e Diogo ao lado”, ela me explicou em uma conversa online. “Depois de oito anos conhecendo tanta gente, circulando por tantos cantos musicais, bebendo de tanta fonte, tenho vários desejos pra dar voz”, continua. “Teremos diversos personagens e cenários nesse álbum, tudo que uma intérprete pode dar conta.”

A parceria começou em março do ano passado (“foi sintonia musical à primeira vista”, diz Laura) e se aprofundou quando a cantora mudou-se para o Rio de Janeiro para completar seu projeto individual: “Começamos gravando a faixa, e seguimos aprofundando a amizade e as afinidades musicais; fizemos alguns shows juntos, pra desenvolver arranjos e repertórios e a parceria foi o incentivo que faltava pra eu me mudar para o Rio.”

O trabalho, que deve ficar para o ano que vem, no entanto não é uma incursão solitária da dupla no estúdio. “Tenho muita sorte com isso, sempre bem acompanhada, tenho a colaboração de músicos fantásticos – a base, e que segue pra vida toda é do Jeneci, e com ele, vem toda a família que é aquela banda – Regis Damasceno!”, festeja. “Diogo foi a fagulha e é a nova chama. João Erbetta é outro amigo que conheci com Jeneci, e há alguns anos se tornou fiel escudeiro. Hoje toca na minha banda, e trocamos em absolutamente tudo que pode envolver o processo criativo musical.” Entre os outros colaboradores ela lista uma turma de peso, que mostra que seu pêndulo musical está cada vez mais carioca: Rafaela Prestes, Kassin, Stéphane San Juan, Alberto Continentino, Ricardo Dias Gomes, Bruno DiLullo e Domenico Lancellotti. Ela diz que antes do fim do ano lança outro single (“de ondas mais revoltas”) e mais um terceiro antes do lançamento do disco (“mais dançante e extrovertido”).