1° de abril de 1984 – Morre Marvin Gaye
2 de abril de 1983 – Morre Clara Nunes
3 de abril de 2008 – Jay-Z funda sua gravadora
4 de abril de 1992 – Os Beastie Boys tocam com instrumentos pela primeira vez
5 de abril de 1992 – Kurt Cobain tira a própria vida
6 de abril de 1956 – A gravadora Capitol inaugura sua lendária sede
7 de abril de 1915 – Nasce Billie Holiday
8 de abril de 1991 – Massive Attack lança Blue Lines
9 de abril de 1860 – O som é registrado pela primeira vez
10 de abril de 1962 – Morre Stu Sutcliffe, o quinto beatle
11 de abril de 1983 – Dave Mustaine é expulso do Metallica
12 de abril de 1983 – R.E.M. lança seu primeiro álbum
13 de abril de 1973 – Bob Marley lança Catch a Fire
14 de abril de 1988 – Public Enemy lança It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back
15 de abril de 1983 – Bad Brains lança Rock for Light e inventa o hardcore
16 de abril de 1969 – O MC5 é expulso da gravadora Elektra
17 de abril de 1970 – Paul McCartney lança seu primeiro disco solo
18 de abril de 2013 – Morre Storm Thorgerson, designer do Pink Floyd
19 de abril de 1937 – A revista Life descobre Lead Belly
20 de abril de 2018 – Morre o DJ Avicii
21 de abril de 2018 – Nasce Robert Smith
22 de abril de 1966 – Os Troggs lançam “Wild Thing”
23 de abril de 2002 – Wilco finalmente lança Yankee Hotel Foxtrot
24 de abril de 1989 – Tom Petty finalmente lança seu primeiro disco solo
25 de abril de 1994 – Blur lança o clássico do britpop Parklife
26 de abril de 1977 – É inaugurado o Studio 54, a meca da disco music
27 de abril de 1964 – John Lennon lança seu primeiro livro
28 de abril de 2003 – Apple lança a primeira loja de música online
29 de abril de 1991 – Morre Gonzaguinha
30 de abril de 1978 – Rock Against Racism reúne 100 mil em Londres
1° de novembro – O lançamento da revista Billboard, o dia que o mundo conheceu o disco Abbey Road, a morte de Yma Sumac e o aniversário de Pabllo Vittar
2 de novembro – Carly Simon lança “You’re So Vain”, a primeira vez do termo “Beatlemania” é a prisão do pai de Marvin Gaye
3 de novembro – “Ice Ice Baby” levando o rap ao topo das paradas pela primeira vez, a volta dos Righteous Brothers e censura a shows de rock!
4 de novembro – Os Beach Boys lançam “Good Vibrations”, My Bloody Valentine lança o Loveless e morre Fred “Sonic” Smith
5 de novembro – Aniversário de D2, Thaíde e Mr. Catra, a estreia do programa de Nat King Cole e a morte de Link Wray
6 de dezembro – Taylor Swift lança 1989, os Sex Pistols estreiam ao vivo (por dez minutos!) e os Monkees lançam um filme lóki
7 de novembro – O nascimento de Ary Barroso, o último show de Aretha Franklin e a morte de Leonard Cohen
8 de novembro – O lançamento do quarto disco do Led Zeppelin, David Bowie no programa da Cher e o filme que deu um Oscar pro Eminem
9 de novembro – É lançada a revista Rolling Stone, o disco 36 Chambers do Wu-Tang Clan, John conhece Yoko e Bowie toca ao vivo pela última vez
10 de novembro – A gravação do clipe de “Bohemian Rhapsody”, o primeiro rap a entrar na lista dos mais vendidos e Chaka Khan com Prince, Stevie Wonder e Melle Mel
11 de novembro – John & Yoko lançam Two Virgins, Bill Haley chega ao topo das paradas e Dylan lança seu primeiro livro
12 de novembro – Madonna lança o disco Like a Virgin, o estúdio Abbey Road é fundado e o Velvet Underground faz seu primeiro show
13 de novembro – Atentado terrorista no show do Eagles of Death Metal, “Feelings” ganha o disco de ouro e morre Ol’ Dirty Bastard
14 de novembro – Michael Jackson lança o clipe de “Black Or White”, Ray Charles chega pela primeira vez ao topo e Pete Townshend assume que é bissexual
15 de novembro – Empresário do Milli Vanilli assume que dupla é uma fraude, Janis Joplin é presa por xingar um guarda e os Dire Straits dominam as paradas
16 de novembro – A morte de Candeia, a prisão do baterista do Clash e os Stones tocam na festa privê de um bilionário
17 de novembro – Morre o maestro Heitor Villa-Lobos, o primeiro disco das Spice Girls e Patti Smith ganha o National Book Award
18 de novembro – Genesis lança o clássico The Lamb Lies Down on Broadway, morre Danny Whitten da Crazy Horse de Neil Young e o Nirvana grava seu Acústico MTV
19 de novembro – Michael Jackson pendura o filho bebê na varanda, Carl Perkins grava “Blue Suede Shoes” e Zappa conclui sua ópera Joe’s Garage
20 de novembro – Keith Moon passa mal e fã termina o show tocando bateria com o Who, Isaac Hayes chega ao topo e Bo Diddley é banido da TV
21 de novembro – A morte de Peter Grant, o empresário que fez o Led Zeppelin acontecer, Olivia Newton John emplaca “Physical” e os Beatles lançam Anthology
22 de novembro – A morte acidental do líder do INXS, Michael Hutchence, o início da carreira de Simon & Garfunkel e Pearl Jam apenas em vinil
23 de novembro – Jerry Lee Lewis é preso após baixar armado na casa de Elvis Presley, Pink Floyd nas paradas de sucesso e morre Adoniran Barbosa
24 de novembro – Morre Freddie Mercury, Howlin’ Wolf toca na Inglaterra e o Crowded House encerra suas atividades
25 de novembro – Estreia Guarda-Costas o filme que catapultou a carreira de Whitney Houston, surge a primeira gravadora online e morre Nick Drake
26 de novembro – O clube Haçienda é leiloado, o Cream faz seu último show e Richey Edwards, dos Manic Street Preachers, é declarado morto
27 de novembro – O clipe de “Justify My Love” é banido da MTV, Hendrix comemora aniversário num show dos Stones e o Pavement termina ao vivo
28 de novembro – John Lennon toca pela última vez ao vivo (ao lado de Elton John), Kurt Cobain zoa o Top of the Pops e Britney dá a volta por cima
29 de novembro – O fenômeno Susan Boyle cumpre a promessa em seu primeiro álbum, morre George Harrison e Taylor Swift substitui a si mesma no topo
30 de novembro – Morre Cartola, Michael Jackson lança Thriller, Madchester chega ao Top of the Pops e Joey Ramone vira um quarteirão em NY
O que é causa e o que é consequência nas mortes de Ian Curtis a Chester Bennington – escrevi sobre esse assunto no meu blog no UOL.
Instigado pelo punk rock dos Sex Pistols, Ian Curtis foi um dos poucos habitantes de Manchester que assistiram ao mítico show que a banda inglesa fez em sua cidade. Entre os poucos que estavam no público estavam nomes que depois foram bandas como The Fall e The Smiths, além da gravadora Factory. Formou uma das primeiras bandas que instigaram o punk para ir além da agressividade e liderando o Joy Division inaugurou uma nova categoria e um novo jeito de se fazer rock. Gravou dois discos com esta banda e às vésperas da primeira turnê nos Estados Unidos, depois de lançar o disco Closer que tornaria a banda um sucesso, enforcou-se na cozinha de casa, ao som do disco The Idiot, de Iggy Pop.
Kurt Cobain era um nerd norte-americano fascinado pelo indie rock dos anos 80 e pelo hard rock dos anos 70. Formou uma banda que fundiriam as duas vertentes, a princípio antagônicas, e liderando o Nirvana mudaria a cara da indústria fonográfica no início dos anos 90 ao subverter os parâmetros do mainstream e do underground. Preso entre o sucesso e o antissucesso, pagou caro ao viver este paradoxo ao sucumbir à depressão e às drogas pesadas, que finalmente o levaram a meter uma bala na cabeça na casa em que morava em Seattle.
Ian Curtis morreu antes de fazer sucesso. Kurt Cobain morreu depois. Ambos tiraram suas próprias vidas e, a partir de suas mortes, era possível detectar que algo não estava bem com eles.
É fácil chegar a esta conclusão após gestos drásticos de suicidas famosos. Mesmo casos anteriores – como Graham Bond e Richard Manuel – e posteriores – como as recentes mortes de Chris Cornell e Chester Bennington -, causam a sensação de que a música foi o catalisador de sentimentos pessimistas e depressivos que culminaram com a própria morte. Quando, na verdade, foi o contrário.
Foram estes sentimentos que os levaram para a música. Foi a vontade de exprimir sensações que não eram facilmente traduzidas em palavras que os colocou em frente a uma banda, os transformou em astros do rock que conseguiam traduzir estas angústias em letra, música e eletricidade. Não foi o rock que tirou suas vidas ao levá-los para o mundo do sexo, drogas e rock’n’roll ou para o mundo do showbusiness, da indústria e da fama. O gesto final de suas biografias foi a última tentativa de sucumbir sensações que sempre os acompanharam, mesmo antes de montarem suas bandas.
Suas carreiras musicais eram tentativas de superar dores que sempre estiveram presentes. Não foi a tristeza, a angústia e a depressão que simplesmente tiraram suas vidas – foram elas que os transformou em autores, músicos e astros do rock. O luto dos fãs não é apenas a tristeza da perda de um ídolo, mas o reconhecimento de que aquilo que eles sempre falaram em suas músicas era de verdade.
O encontro de Kurt Cobain com o núcleo-duro do indie carioca em 1993 já é material de lenda e pode ter implicações ainda não rastreadas para a cena independente brasileira. Dodô foi mais do que um dos que estavam lá e foi o agente do próprio encontro, como lembra mais uma vez, esta motivada pelo documentário sobre Kurt Cobain, Montage of Heck, que eu também ainda não assisti, mas por motivos bem diferentes dos dele:
Eu posso até me matar. Mas se eu me matar, vou me tornar um produto ainda mais interessante para essa indústria escrota. – comentou Kurt Cobain na tarde em que passamos conversando no Rio de Janeiro.
O ano era 1993. Encontrei com o vocalista do Nirvana na final da manhã, na saída do palco do extinto festival Hollywood Rock. A banda havia acabado de fazer a passagem de som.
Ele olhou para o meu crachá de imprensa (na época eu produzia e apresentava um programa semanal de rock alternativo na rádio Fluminense FM) e fez cara feia. Abaixei minha câmera, tirei meu crachá e disse:
– Cara, eu não quero te entrevistar não. Só quero bater um papo contigo sobre música, fanzines (jornais feitos à mão e copiados em máquinas de xerox) pedais de guitarra.
Estava sendo sincero. Por mais que eu tivesse certeza que perderia meu emprego e minha reputação como jornalista ao não entrevistar o maior astro pop do mundo na época, o que me interessava naquele tempo era mesmo música, fanzines (que não deixa de ser jornalismo), e sons de pedais de guitarra.
Coisas como reputação, carreira, dinheiro, fama, não me interessavam.
Sim, eu já fui uma pessoa mais estúpida.
Sim, eu já fui uma pessoa melhor.
Talvez por isso, Kurt Cobain respondeu, de forma muito desencanada:
– Vamos.
Desde então, “vamos”, o leitor desta coluna já sabe, é minha palavra favorita.
Kurt Cobain era um adolescente. Já tinha tinha 26 anos (eu tinha 21) mas, afetivamente, tinha 15 anos. Não fez objeções para que eu levasse para o bate papo, no hotel Intercontinental, meia dúzia de amigos. Adorou a confusão que isso causou com o esquema de segurança da banda.
Ele continua o relato, que explica não ter assistido ao filme, em sua coluna no G1.
O título “Montage of Heck”, que batiza o novo documentário sobre Kurt Cobain, na verdade é como o ex-líder do Nirvana batizou uma fita cassete em que ele editou músicas manjadas e desconhecidas, ruídos e gravações aleatórias, em 1988, antes de sua banda gravar seu primeiro disco. Linkei a gravação lá no meu blog do UOL http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/05/14/ouca-a-colagem-experimental-que-batizou-o-documentario-sobre-kurt-cobain/
Eis que o primeiro subproduto do documentário Montage of Heck acaba de ser anunciado: um disco composto apenas por gravações caseiras de Kurt Cobain. Falei sobre isso no meu blog do UOL http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/05/03/gravacoes-caseiras-de-kurt-cobain-serao-lancadas-em-disco-postumo/
Montage of Heck, que parece ser o documentário definitivo sobre Kurt Cobain, já tem data e locais de exibição nas salas de cinema do Brasil. Falei sobre isso lá no meu blog do UOL – além de incluir duas cenas do documentário em que o líder do Nirvana mostra que não era só um junkie depressivo avesso ao sucesso: http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/04/29/documentario-mostra-kurt-cobain-engracadinho-e-sera-exibido-no-brasil/
Tava falando pra se preparar pra uma avalanche de Nirvana e daí surge mais uma raridade desenterrada pelo documentário Montage of Heck, sobre seu líder, Kurt Cobain. Desta vez o diretor do filme, Brett Morgen, descolou pra Rolling Stone gringa o áudio de uma gravação que Kurt fez para “And I Love Her”, dos Beatles. Por essa ninguém esperava!
O documentário Montage of Heck, sobre Kurt Cobain, está vindo aí e deve dar início a uma onda de nostalgia e uma releitura sobre a personalidade do líder do Nirvana. Escrevi sobre isso no meu blog do UOL:
http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/04/16/assista-ao-nirvana-tocando-para-apenas-duas-pessoas/
O suicídio de Kurt Cobain completou 21 anos no início deste mês, mas a efeméride é só o começo de uma avalanche de novidades relacionadas à biografia do líder do Nirvana que já estamos sendo submetidos desde o anúncio do novo documentário, “Kurt Cobain: Montage of Heck”. Editado a partir de entrevistas com pessoas muito próximas à vida de Kurt Cobain antes da fama e toneladas de material caseiro tanto em vídeo quanto em áudio, o filme dirigido por Brett Morgen é uma versão oficial da história de Cobain, uma vez que o diretor teve acesso ao acervo de Kurt através da viúva Courtney Love e a filha do casal, Frances Bean Cobain, atua como produtora executiva do documentário.
Entre as novidades que já apareceram estão os trechos de uma apresentação de uma versão primitiva do Nirvana apresentando-se em uma sala de estar para um público de duas pessoas, seguida de um trecho de entrevista com o baixista e amigo confidente de Kurt, Krist Novoselic. Duas cenas do filme oferecidas ao jornal New York Times:
O amigo conta que quando conheceu Cobain, ele trabalhava como faxineiro. “Ele sempre fazia alguma tipo de arte – normalmente desfigurando algo. Ele nunca ficava sem ter o que fazer. Isso apenas vinha dele; ele tinha de se expressar.”
Parte dessa expressão está registrada em mais de 100 fitas cassetes que Kurt Cobain guardava com registros de diferentes fases de sua vida, não apenas registrando estágios iniciais ou ideias para canções, mas falando ao telefone, comentando músicas que ouvia no rádio, falando sozinho. O diretor Morgen teve acesso a esse material, que foi armazenado num depósito por Courtney Love logo após a morte de seu marido e nunca mais haviam sido revisitadas. Desse material foi de onde saiu uma demo que a revista norte-americana Rolling Stone disponibilizou em seu site:
Em entrevista ao jornal New York Times, o diretor do documentário disse que queria mostrar o lado contraditório de Kurt Cobain – que além de ser um rock star deprimido com o próprio sucesso ele também era uma pessoa amável e bem humorada, sempre lembrada com carinho por pessoas mais próximas. Morgen dirigiu os ótimos “O Show Não Pode Parar” (sobre o produtor de cinema Robert Evans, responsável por “O Poderoso Chefão”, “Love Story” e “Chinatown”), “Chicago 10” (sobre os protestos de 1968 em Chicago, nos EUA) e “Crossfire Hurricane” (sobre os Rolling Stones) e achava que iria encontrar um clichê de história do rock que teria sua história contada em 18 meses. O trabalho se esticou por oito anos à medida em que o diretor pode mergulhar em um artista que conhecia superficialmente e que fora contratado para documentar. O filme ainda deve gerar um livro e um disco com a trilha sonora, ambos sem previsão de lançamento.
“Kurt Cobain: Montage of Heck” deverá estrear nos cinemas norte-americanos no dia 24 de abril e depois será exibido na HBO no dia 4 de maio. Não há previsão sobre exibições no Brasil, embora especule-se sobre uma única sessão no dia 12 de maio, ainda não confirmada. Assista ao trailer abaixo:
A edição desta semana da revista Rolling Stone norte-americana traz mais uma matéria em busca da essência de Kurt Cobain e antecipa um trecho de uma demo inédita gravada pelo líder do Nirvana que está no novo documentário Montage of Heck:
A mesma edição também traz uma infame entrevista com a filha de Kurt, Frances Bean Cobain, que, entre outras coisas, disse que não curte tanto a música da banda do pai:
“Eu não gosto tanto de Nirvana assim (sorri). Foi mal pessoal da divulgação, da Universal. Eu curto mais Mercury Rev, Oasis, Brian Jonestown Massacre (ri). A cena grunge não é algo que me interessa, mas “Territorial Pissings” é uma música muito foda. E “Dumb” – choro sempre que escuto essa música. É uma versão desconstruída da percepção de Kurt sobre ele mesmo – sobre ele usando drogas, sem drogas, se sentindo mal por ter virado a voz de uma geração.”
E o Lucio crava que “Montage of Heck” só vai passar em uma única sessão, em uma única sala de cinema, em uma única cidade do Brasil. Tomara que se liguem que isso é uma burrada.