Já se passaram dez anos desde 2003

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E não é só o Johnathan pai que nos lembra da velocidade dos anos passam. Outro dia comentando o single novo do Yeah Yeah Yeahs percebi que já tinham se passado 10 anos desde que a banda deu as caras. E agora vem esse post do Buzzfeed que compila vários filmes que foram lançados em 2003 – e que parecem que acabaram de sair de cartaz… Veja abaixo:

 

Nos bastidores de Kill Bill

E que tal essas cenas tiradas dos bastidores do primeiro Kill Bill, que a Miramax liberou em seu site há pouco? Veja abaixo:

 

O universo de Quentin Tarantino

A teoria já foi discutida por Selton Mello e Seu Jorge no curta Tarantino’s Mind, da 300 ml. Vale o replay:

Resumindo: todo o universo dos filmes de Quentin Tarantino – à exceção de Jackie Brown, cuja história é de Elmore Leonard – está interligado entre si, seja por marcas, como os cigarros Red Apple (o Slusho de Tarantino) ou o Big Kahuna Burger (que, citado em Pulp Fiction, também reaparece em Reservoir Dogs e no trecho que Tarantino dirige no filme Grande Hotel)…

…Mas principalmente pelos personagens. Como explicou o Selton no vídeo acima, Vincent Vega (o Travolta em Pulp Fiction) e Vic Vega (Michael Madsen em Cães de Aluguel) são irmãos, o policial Scagnetti que só é citado em Cães de Aluguel é o mesmo que aparece em Assassinos por Natureza (cujo roteiro é de Tarantino). A maleta de Pulp Fiction é a que tem os diamantes do final de Cães de Aluguel e, diferente do que foi citado no vídeo acima, há uma teoria que diz que os filmes Um Drink no Inferno e os dois Kill Bill não pertencem diretamente a este universo, mas são filmes que são assistidos pelos personagens. Filmes violentos, cheios de referências à cultura pop – e o Sonny Chiba no início de True Romance (outro roteiro de Tarantino) é o mesmo que faz Hatori Hanzo em Kill Bill, que tem uma história parecida com a série de TV que Mia Wallace iria interpretar em Pulp Fiction, o Fox Force Five, onde era uma especialista em facas, como a Noiva de Kill Bill. A lista vai adiante sempre com elementos pequenos, vagos, em que a lição de Hitchcock (ele mesmo um easter egg humano em todos seus filmes clássicos) mistura-se com a sincronicidade de C.G. Jung. Não chega a ser um grande filme dividido em capítulos como sugere o papo de Selton e Jorge, mas um jogo de linguagens e de camadas de leituras que o Rob Ager tão bem definiu a explicar o 2001 de Kubrick. O próprio Tarantino já admitiu isso.

(Vale até abrir um parêntese pro Hitchcock:

Que figura!)

A novidade é que esta semana apareceu uma releitura deste universo que pode explicar a origem de toda verborragia pop e ultraviolência que unem a filmografia de Tarantino quase como uma tônica de narrativa, mais do que uma história em si. Traduzo abaixo o post que pintou no Reddit na terça passada, assinado por FrancisDollarHyde (spoilers se você não viu o filme mais recente de Mr. Q, Bastardos Inglórios – mas, porra, você ainda não viu esse filme? Vacilo). Veja abaixo:

 

Tudo é remix: Kill Bill

Quentin Tarantino x Irmãos Coen

Os brinquedos de Dalton fazem parte da exposição Quentin vs. Coen, que chama designers pra remixar o imaginário do trio de diretores que reinventou o conceito de white trash (e, consequentemente, os EUA) para o século 21, na galeria Bold Hype (olha o nome!), em Nova York.

Schrödinger Produções

Filmes de um universo paralelo

Matrix dirigido por John Boorman (com Bruce Lee como Neo), Tron feito por Cronenberg, Inception de Samuel Fuller (com trilha de Sun Ra!), Tobe Hopper e John Carpenter juntos, 2011 de Kurosawa, Guerra nas Estrelas de Jodorowski, 1984 de Paul Verhoeven e Kill Bill com Marilyn Monroe e Russ Meyer. Esses são só algumas das pérolas (há dúzias) de filmes imaginários criados pelo site Hartter. Lá tem mais.

Mais cinema minimal ainda

Desta vez, à brasileira:

Pedro Vidotto é brasiliense e criou um monte de outros posters do tipo – todos em seu site.

Se você gostou desses, sugiro também o espanhol Hexagonall, o americano Brandon Schaefer, o Supertrunfo de fontes do Face 37, os livros-game de Olly Moss, os filmes de papel do Spacesick, os pôsteres do polonês Grzegorz Domaradzkis, o Tarantino do canadense Ibraheem Youssef, a filosofia pop do Mico Toledo e os super-heróis pulp de Steve Finch.

Tarantino não tão minimal

Outro trabalho do Hexagonall – mas é meio inglório tentar resumir Tarantino a uma imagem icônica por filme, daí…

Planos-seqüência clássicos

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E por falar em plano-seqüência, separei alguns clássicos pra matar o tempo. Começando pelo principal deles, o ousado início de A Marca da Maldade, de Orson Welles. Se ele inventou o cinema em Cidadão Kane, com esse filme ele inventou o cinema B:

Tem vários outros aí embaixo:

 

Reimaginando Tarantino

E por falar em posteres reimaginados, o designer canadense Ibraheem Youssef se incumbiu em transformar os cartazes dos filmes de Quentin Tarantino a partir de alguns elementos centrais de cada um dos filmes.