Os 75 melhores discos de 2020: 50) Khruangbin – Mordechai

“That’s life, if we had more time we could live forever”

Vida Fodona #667: Certeza que o inferno é frio

vf667

Ninguém merece essa temperatura…

Azymuth – “As Curvas da Estrada de Santos”
Negro Leo – “Esplanada”
Tatá Aeroplano – “Trinta Anos Essa Noite”
Taylor Swift – “The Lakes”
Weyes Blood – “Wild Time”
Caetano Veloso – “You Don’t Know Me”
Pink Floyd – “Sheep”
Carole King – “Beautiful”
Chico Buarque – “Pelas Tabelas”
Hot Chip – “Flutes”
Tame Impala – “Is It True (Four Tet Remix)”
Chromatics – “Twist The Knife (8 Track Instrumental)”
Lana Del Rey – “LA Who Am I to Love You”
Khruangbin – “Dern Kala”
Doors – “The Changeling”
Bonifrate – “Psykick Dancehall”
Herb Alpert – “This Guy’s In Love With You”
Angel Olsen – “Waving, Smiling”

Khruangbin ♥ Beck

beck

O trio chapado Khruangbin comemora o aniversário de 50 anos do eterno hipster Beck nesta quarta-feira, ao lançar uma versão remix para o funk oitentista “No Distractions“, que ele gravou em seu disco de 2017, Colours, deixando o groove em câmera lenta e toda a vibe bem mais viajandona como o groove do grupo.

Khruangbin latino way

khruangbin-

“Pelota” é mais uma faixa do próximo disco do trio norte-americano Khruangbin, Mordechai, que sai no próximo dia 26 e esbanja suíngue latino num clipe pra lá de psicodélico…

Vida Fodona #646: Festa-Solo (1°.6.2020)

vf646

Tem mais Vida Fodona ao vivo nesta segunda, às 21h, no twitch.tv/trabalhosujo

Bom Tom Rádio – “A Cidade”
Clash – “This is Radio Clash”
Toro y Moi – “I Can Get Love”
Of Montreal – “An Eluardian Instance”
Tyler the Creator – “I Think”
Chemical Brothers – “The Salmon Dance”
LCD Soundsystem – “You Wanted A Hit”
Kaytranada + Kali Uchis- “10%”
Chet Faker – “No Diggity”
Juliana R. – “El Hueco”
Pink Floyd – “Vegetable Man”
Whitest Boy Alive – “1517”
Cake – “Short Skirt, Long Jacket”
Velvet Underground – “Sweet Jane”
Cidadão Instigado – “Homem Velho”
Bruno Mars – “24k Magic”
Britney Spears – “Womanizer”
Daft Punk – “Harder, Better, Faster, Stronger”
D2 x Depeche Mode – “Purple Pills”
Two Door Cinema Club – “What You Know”
Maglore – “Me Deixa Legal”
Tulipa Ruiz + Felipe Cordeiro – “Virou”
Céu – “Minhas Bics”
Max Romeo – “Chase the Devil”
UB40 + Chrissie Hynde – “I Got You Babe”
Khruangbin – “Dern Kala”
Boogarins – “Mario de Andrade” / “Selvagem”
Lô Borges – “Faça Seu Jogo”
Beto Cajueiro – “Sistema da Vida”
João Donato – “Bananeira”
Jorge Ben – “Cinco Minutos”

Khruangbin ainda mais sussa…

khruangbin

Conhecendo a natureza da sonoridade do trio norte-americano de funk dub psicodélico Khruangbin, era claro que seu próximo disco seguiria o clima tranquilo e despreocupado dos trabalhos recentes, mas a partir dos dois singles que anunciam o lançamento de seu terceiro álbum, Mordechai, que deve chegar para os fãs dia 26 de junho (e já está em pré-venda), o grupo mostra que consegue deixar as coisas ainda mais sussa. Além dos suingue sinuoso de sua formação, o grupo ainda flerta com sonoridades de todo o mundo – do oeste africano, do oriente médio, do leste asiático, das ilhas caribenhas – a partir de um tripé bem estabelecido: a guitarra clara e deliciosa de Mark Speer, o baixo encorpado e redondo de Laura Lee Ochoa e o peso funky e preciso da bateria de Donald Ray “DJ” Johnson Jr. As duas faixas que o grupo já mostrou do próximo disco (“Time (You and I)” e “So We Won’t Forget”), flagram o trio ainda mais tranquilo, contagiando qualquer ser vivo com seu groove doce e hipnótico.

Abaixo, a capa do novo disco e o nome das músicas do álbum.

mordecai

“First Class”
“Time (You and I)”
“Connaissais de Face”
“Father Bird, Mother Bird”
“If There Is No Question”
“Pelota”
“One to Remember”
“Dearest Alfred”
“So We Won’t Forget”
“Shida”

Patti Smith é uma fofa!

pattismith-

Antes de falar sobre o Popload Festival que aconteceu nesta sexta-feira no Memorial da América Latina, vamos direto ao grande final: Patti Smith mostrou que não senta-se majestática no trono do rock à toa. Mas ao contrário do que sua aura divina poderia prever, ela não pairava distante sobre os súditos que fomos vê-la. Mais do que a visita de uma entidade sobrenatural a meros mortais, a grande qualidade do terceiro show que Patti fez no Brasil era sua afetividade maternal, a forma como se entregou ao público de forma carinhosa e intensa. Mesmo depois de quebrar tudo no medley que juntava duas faixas épicas de seu clássico Horses, sorria feliz e satisfeita. “Sejam livres!”, despediu-se depois de declarar, seguidas vezes, o quanto estava apaixonada por aquele público – que devolvia a paixão intensamente.

A mera aparição de Patti Smith no palco do mudou completamente o clima do festival. Se antes era de celebração e festa, a simples visão da madre superiora do rock fez o público entregar-se em reverência à nossa senhora, mas ela fez questão de descer do altar. Mostrou-se mundana, humana e, mais que isso, matriarcal. Ela equilibrava-se entre os clichês da bruxona e da vovozinha, provando que, na prática, as duas são a mesma coisa: o colo e a praga, o acalanto e o esporro.

Vê-la derretendo-se pela plateia brasileira em vários momentos, sorrindo francamente a felicidade de estar junto a um público seu, a deixou completamente à vontade para o que ela melhor sabe fazer: contar uma história. E assim ela foi contando, enfileirando os tijolos do repertório como se mostrasse do que é feito sua obra.

Abriu com “People Have the Power” e emendou com “Dancing Barefoot” logo de cara, sem precisar esconder os hits. Depois sacou o protesto “Beds Are Burning” do Midnight Oil (que precisão cirúrgica de escolha de repertório) e enfileirou outras versões no percurso: “I’m Free” dos Rolling Stones, “Walk on the Wild Side” de Lou Reed e uma versão dilacerante para “After the Goldrush”, acompanhada apenas ao teclado, no momento mais intenso do show até pouco antes do fim. Passou por suas “Free Money”, “Pissing in the River” e “Because the Night”, alternando entre violão, guitarra e as próprias mãos, que gesticulavam com toda a epicidade que seu ar de poeta romântica exigia. Mas ao falar com o público, sorria apaixonada, como se estivesse encontrando netos – e, claro, netas – que nunca tinha visto pessoalmente.

Acenava falando “oi pessoal” sorrindo feito uma tia boba, só faltou fazer o coraçãozinho com as mãos. Estava feliz por nos fazer feliz, livre por ser o agente daquela nossa breve liberdade.

Mesmo quando ia para o outro extremo daquela mundanidade – catarrando no chão, tossindo, errando a letra de Neil Young e rindo constrangida – mostrava que sentia-se em casa, entre sua família, dançando descalça, pronta para girar. E como girou… Sempre nitidamente emocionada, o que deixou o final do show, quinze minutos entre “Land” e “Gloria: In Excelsis Deo”, os dois principais momentos de seu grande disco Horses, ainda mais intenso.

Aliás, não dá nem pra tentar descrever o que foi este momento.

O show de Patti Smith foi um evento à parte do ótimo Popload Festival. Se não contássemos Patti no elenco, o já seria um bom eveto, reunindo boas apresentações ao vivo.

O destaque ficou por conta do Hot Chip, com um show preciso e cheio de hits, praticamente um New Order deste século – que nem precisava apelar pra fazer cover de Beastie Boys, mas tudo bem.

Antes deles, o trio instrumental Khruangbin hipnotizou a plateia, a sueca Tove Lo jogou pra galera (e eram muitos fãs) e o Cansei de Ser Sexy fez um show à altura da expectativa – será que elas vão continuar em turnê pelo Brasil? Deveriam.

Depois do Hot Chip vieram os Raconteurs de Jack White e Brendan Benson, um rock genérico setentista que funciona no palco mas emociona menos que os Black Crowes (além de ter um único hit). E quando colocado em perspectiva do show que veio a seguir, ninguém nem lembrava do que aconteceu antes…

Patti Smith no Brasil!

PattiSmith

Nada mal! Lúcio Ribeiro traz nossa musa como headliner de seu Popload Festival, que ainda tem Raconteurs, Hot Chip, Beirut, Little Simz, Khruangbin e Luedji Luna por enquanto – ele avisa que ainda tem mais atrações vindo aí, mas só esse time já tá de bom tamanho (faltam mais uns brasileiros, claro). O festival acontece de novo no dia 15 de novembro, no Memorial da América Latina (mais informações aqui).

popload-festival