Tudo Tanto #44: Karol Conká está de volta

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Escrevi minha coluna Tudo Tanto – que agora está no site Reverb – sobre o disco novo de Karol Conká, Ambulante, que foi produzido por Péricles “Boss in Drama” Martins e funde hip hop e dance music em busca do pop perfeito – leia a coluna aqui.

Vida Fodona #564: É assim que a vida segue

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O fim de um longo inverno…

Malu – “Diamantes na Pista”
João Leão – “Noite Fria”
Arctic Monkeys – “Four Out of Five”
Stela Campos – “Lost”
Ava Rocha – “João Três Filhos”
Edgar – “Plástico”
Djonga + Karol Conká – “Estouro”
Beyoncé + Jay-Z – “Heard About Us”
Melody’s Echo Chamber – “Desert Horse”
Laure Briard – “Cravado”
Bixiga 70 – “Portal”
Washed Out – “Zonked”
Gorillaz + George Benson – “Humility”
Rosie Mankato – “Don’t Be Mad”
Angel Olsen – “Special”
Maurício Pereira – “Outono no Sudeste”

Karol Conká ♥ Sabotage

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Em mais uma colaboração para a Trip – ou, melhor dizendo, para sua revista-irmã TPM -, conversei com a rapper curitibana Karol Conká sobre o primeiro sinal de vida de seu aguardado segundo álbum, Ambulante, quando, sexta que vem, ela lança sua versão para a música “Cabeça de Nego”, do Instituto com o Sabotage, produzida pelos próprios Tejo e Rica do Instituto ao lado do produtor do novo disco de Karol, Péricles “Boss in Drama” Martins. Um trecho da conversa:

Regravar uma música do Sabotage no Brasil de 2018 tem um teor político. Qual seu papel nessa história?
É mostrar força pra quem pensa em sucumbir. As mensagens que recebo diariamente são muito tristes. Depois da morte da Marielle Franco muita gente está sem esperança. Conversei com a MC Carol, que foi candidata à vereadora e ela estava muito em choque, até fez uma música sobre isso. A gente se perguntou o que podia fazer. Chorar só escondido. Não dá pra ficar mostrando abalo, não é isso que a Marielle queria. É força, luta. É uma perda muito grande, a dor é imensa, fico arrasada, mas a gente tem milhares de pessoas que nos usam como referência. Não somos protagonistas à toa. Agora é a hora da gente juntar mais força ainda, focar realmente na solução. So-lu-ção. Mas como fazer isso? Mantendo contato com pessoas que têm essa mesma disposição, que estão quase sucumbindo. Como artista, também fico numa posição de risco, por ser porta-voz. A morte de Marielle foi tipo um aviso, foi um cala-boca pra todo mundo, “parem de encher o nosso saco”. Nunca me envolvi com política, não falo sobre isso, mas as pessoas sabem qual é a minha posição, tá escancarado na minha cara.

A íntegra da entrevista você lê no site da TPM.

As 75 Melhores Músicas de 2016 – 56) MC Carol + Karol Conká – “100% Feminista”

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“Minha fragilidade não diminui minha força”

O festival mais alto astral do Brasil

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Em sua décima terceira edição, o pernambucano Coquetel Molotov se consolida como um dos melhores do país – escrevi sobre o festival no meu blog do UOL.

Conheço Recife desde os tempos em que o mangue beat ainda era uma novidade recebida com estranhamento pelos próprios pernambucanos, que demoraram para reconhecer que aquela mistura de tradição e modernidade encabeçada por Chico Science aos poucos colocaria a cidade não apenas no mapa musical do Brasil como no atlas da cultura mundial. A natureza tradicionalmente cosmopolita da cidade – resquício da colonização holandesa liderada por Maurício de Nassau no século 17 – havia entrado em estado de hibernação durante os anos 80 e a turma dos caranguejos com cérebro sonhava em voltar a respirar uma cidade que fosse reconhecida por sua rica cultura e mentalidade aberta, não pelos índices de violência e de pobreza.

Um quarto de século depois dos primeiros rascunhos do mangue beat, a décima terceira edição do festival pernambucano Coquetel Molotov foi a materialização daquela utopia imaginada no início dos anos 90, quando os primeiros agitadores culturais que criaram aquele movimento hoje histórico começaram a se conhecer. Eles imaginavam uma Recife conectada ao resto do estado, do país e do mundo sem fazer escalas pela ponte Rio-São Paulo, refletindo a atmosfera naturalmente moderna da capital pernambucana em uma conversa internacional e moderna, colocando artistas e público numa sintonia alheia às demandas ou exigências do mercado.

E foi isso que aconteceu na ampla fazenda colonial Coudelaria Souza Leão, neste sábado, dia 22, que recebeu a melhor safra do pop brasileiro deste ano, desfilando entre os dois principais palcos do dia final do evento, que desta vez teve etapas realizadas nas cidades de Belo Jardim (no interior do Pernambuco) e Belo Horizonte nas semanas anteriores. Quase dez mil pessoas assistiram a shows de artistas de diferentes estados brasileiros e de outros países, mas mais do que as atrações musicais o que realmente determinava a atmosfera do festival era o público.

Um púbico completamente misturado – de diferentes etnias, classe sociais, faixas etárias e gêneros -, respeitoso e exigente, entregues à música fosse ela a hipnose psicodélica dos goianos dos Boogarins, o groove sintético da paulistana Céu, o ativismo dance da curitibana Karol Conká ou a pista pesada dos soteropolitanos do BaianaSystem. Em cada um dos shows o público reagia de forma diferente, mas sempre entrando em sintonia completa com a realidade musical proposta por cada atração. Era uma pequena multidão que ia do transe reverente ao baile apaixonado, da surpresa empolgada ao êxtase corporal, deixando os artistas à vontade para fazer o que melhor sabiam.

Isso potencializou shows naturalmente fortes, como o de Céu e do BaianaSystem, donos de dois dos melhores discos e shows deste ano. Frente ao público do palco principal do festival (dentro de um enorme casarão colonial), os dois suaram sorrindo para fazer apresentações irrepreensíveis, conduzindo a platéia na mão ao mesmo tempo em que se entregavam a ela. Já artistas como o paranese Jaloo, a banda carioca Ventre e os norte-americanos do Deerhoof souberam aproveitar as dimensões menores do palco aberto e fizeram shows de pura adrenalina: Jaloo entregue aos braços da audiência, a baterista Larissa Conforto da Ventre mais uma vez roubou a cena com uma intensa intervenção política e os norte-americanos descarregando eletricidade e ritmo. Shows intensos em que parte dessa energia vinha da cumplicidade quase instantânea entre bandas e público.

Entre os dois palcos, este público também circulava entre um mercado de compras, o terceiro palco do festival (a Rural do Rogê, uma velha caminhonete que abriga shows itinerantes pelo Recife, capitaneada pelo Rogê da antiga Soparia, eternizado na música “Macô” da Nação Zumbi) e um quarto palco, bem menor e sem iluminação, quase uma ocupação, que foi colocado entre os dois palcos principais para receber bandas instrumentais. Música para todo o lugar que você ouvisse, cercando um público que começou a frequentar shows exatamente quando o mangue beat começou a ser incorporado ao mainstream da cidade e o Coquetel Molotov começava a dar seus primeiros passos, ainda sob o epiteto de “o festival indie do Recife”.

Treze anos depois o festival cresceu e seu público também, bem como suas ambições culturais e estéticas. E o que viu-se neste sábado no Recife foi justamente a maturidade completa de uma cena local, aberta para o novo e disposta a se reinventar constantemente, uma vez que a cena já entendeu esta realidade. Para o ano que vem eles tentam um desafio ainda maior: trazer o festival para São Paulo. Não apenas alugar uma casa noturna e desfilar algumas atrações que também levarão para o Recife, mas reproduzir em São Paulo a atmosfera deste que é o festival mais alto astral do Brasil. Um desafio e tanto.

Vida Fodona #544: Detox

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Purificando geral.

MC Carol + Karol Conká = sai de baixo!

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O single “100% Feminista” reúne duas das maiores novas artistas brasileiras – MC Carol e Karol Conká -, que unem força fazendo rap – e na base, a colisão dos fiéis escudeiros de ambas divas, Leo Justi de um lado e a dupla Tropkillaz do outro. Pesado!

MC Carol já tinha mostrado o sangue nos olhos na politizada “Delação Premiada” e seu disco novo tá chegando…

Como foi o Coala Festival 2016

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Não consegui pegar os shows do início, cheguei no final da Céu e consegui ver Cícero e Marcelo Camelo, BaianaSystem (arrasador) e Karol Conká, seguem os vídeos a seguir. Festival redondinho, que só pecou pelo som e pela falta de sinalização nos arredores, mas de resto, tudo ótimo. São Paulo precisa de mais eventos assim:

Vida Fodona #538: Hora de mudar o tempo

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Todo mundo, vamos lá.

As 75 melhores músicas de 2015: 74) Boss in Drama + Karol Conká – “Lista VIP”

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“Eu bem que eu te avisei”